As Igrejas Presbiterianas do Brasil e do Peru romperam suas parcerias com a Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos (PCUSA), depois que a denominação passou a permitir a celebração de casamentos entre pessoas do mesmo sexo.

A Presbiteriana do México já havia encerrado sua aliança com a denominação em 2011, quando foi permitida a ordenação de gays e lésbicas sexualmente ativos.

Segundo o Rev. Gradye Parsons, alto funcionário da Assembléia Geral presbiteriana, as igrejas da América do Sul têm visões diferentes sobre a inclusão de gays e lésbicas no ministério.

“Há um conflito contínuo sobre como as pessoas pensam que Deus está encarando as questões LGBTs”, disse ele. “Alguns pensam que os gays devem ser amados e transformados, outros pensam que devem ser amados e aceitos.”

Cerca de 94 milhões de cristãos pertencem a igrejas internacionais fundadas pela PCUSA. A Igreja Presbiteriana Independente do Brasil mantinha aliança com a denominação americana desde 1970, e a Igreja Evangélica Presbiteriana Reformada do Peru, desde 2007.

Depois destas, na América do Sul, também estão sob cobertura americana as igrejas na Colômbia, Costa Rica, Cuba, Guatemala, Haiti, Honduras e Nicarágua.

Em nota oficial, a Igreja brasileira elogiou a Igreja Presbiteriana dos EUA por sua “notável contribuição para a expansão do Reino de Deus”. Por outro lado, afirmou que a posição da Igreja dos EUA sobre as questões LGBTs vão “contra o princípio da autoridade das Escrituras sobre a vida e a fé da Igreja”.

[b]Futuro
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A ruptura com as igrejas latinas irá impedir que a denominação americana participe de alguns programas no Brasil e no Peru. Projetos no Brasil, previstos para serem concluídos em fevereiro de 2016, incluíam programas de educação continuada para pastores e missionários e plantação de novas igrejas na América Latina.

A expectativa de funcionários da denominação é que as parcerias que envolvem as escolas de bairros periféricos e a construção de cisternas de água não sejam rompidas.

Por outro lado, a PCUSA se manterá aliada à Igreja Presbiteriana Unida do Brasil, bem como a uma escola de pós-graduação de ciências religiosas e um seminário teológico.

Os missionários norte-americanos continuarão trabalhando no Peru e no Brasil, mas não com as igrejas locais que romperam os laços com a denominação.

[b]Entenda o caso
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Em março, a PCUSA finalizou a votação sobre a aceitação e o reconhecimento do casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Conhecida como “Alteração 14-F” a emenda redefine a descrição de casamento em seu “Livro de Ordem”, agora considerando também a união matrimonial entre pessoas do mesmo sexo e a enquadrando como “família”.

“Nós temos um monte de estudantes que entram em nosso ministério com a sua história de ser um dos ‘motivos de dor e vergonha’ na igreja. Nosso objetivo é compartilhar com eles o amor de Jesus Cristo, e para que eles saibam que eles são totalmente amados, plenamente acolhidos não importa como eles sejam ou quem eles sejam”, disse o defensor da proposta Kally Elliott, ministro da Universidade do Tennessee.

Na ocasião, Augustus Nicodemus, vice-presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil, deixou claro que a PCUSA não tem ligação alguma com Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB).

“A Igreja Presbiteriana do Brasil não tem nenhum relacionamento com esta ‘igreja’ americana, da qual se desligou faz décadas por causa das posturas liberais da mesma, muito antes dela aprovar o casamento gay”, escreveu para o blog “O tempora! O mores!”.

[b]Fonte: Guia-me[/b]

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