Uma igreja na região de Xinjiang, no Noroeste da China, será demolida depois que as autoridades ordenaram à congregação, em 19 de fevereiro, que desocupasse o edifício. Os membros da Igreja Sagrado Coração não receberam razões para a destruição de seu edifício. Mas fontes locais acreditam em duas razões: planos governamentais para o desenvolvimento comercial do terreno e o fato de que o edifício era muito visível.
A igreja recebeu um aviso em 2018, quando funcionários do Escritório de Assuntos Religiosos ordenaram a remoção de vários artefatos do lado de fora do edifício, incluindo uma cruz e as torres de sino, “porque eram muito vistosas”, relatou o portal de notícias AsiaNews. Pelo menos outras quatro igrejas foram destruídas nos últimos anos por razões comerciais, informou o site. Como na Igreja Sagrado Coração, as demais também tinham licença para funcionar, mas os edifícios foram demolidos.
Sob a presidência de Xi Jinping, as minorias religiosas enfrentam maiores dificuldades em Xinjiang. A região se tornou sinônimo do que o governo chinês chama de “reeducação” da população majoritariamente muçulmana como parte de uma campanha contra o terrorismo. No entanto, ativistas de direitos e governos internacionais acusaram a China de violações dos direitos humanos contra o povo uigur e outras minorias em Xinjiang. A AsiaNews disse que cerca de 16.000 mesquitas foram destruídas nos últimos anos.
A demolição de edifícios da igreja e instalações de outras religiões, particularmente o islã, não é incomum em Xinjiang, bem como em outras partes da China, disse uma fonte local aos parceiros da Portas Abertas. “Estruturas muito visíveis são alvos do governo chinês, que as vê como símbolos religiosos. Um local em um bairro movimentado ou em uma grande avenida, onde chama a atenção, corre maior risco de ser demolido”, compartilhou uma fonte local.
Ainda de acordo com a fonte, as coisas não mudarão tão cedo no país. “A principal liderança em Pequim tenta de tudo para desmoralizar as comunidades religiosas da maioria das religiões, inclusive cortando os laços entre grupos religiosos locais com seus homólogos estrangeiros”, finaliza.
Fonte: Portas Abertas