Em uma decisão emergencial, a Justiça de Pernambuco determinou que uma menina de 8 anos recebesse uma transfusão de sangue. Ela está internada no Recife desde domingo (22) e, por motivos religiosos, seus pais não aceitavam a decisão dos médicos.

Portadora de uma doença hereditária que leva a uma anemia crônica, a criança chegou ao hospital com infecção urinária e um quadro grave de anemia. Foram feitos vários exames e os médicos só encontraram uma saída: a transfusão de sangue. “Ela apresentava um quadro grave e alto risco de morrer”, disse a chefe do setor de pediatria Márcia Wanderley.

A menina é filha única de pais que são Testemunhas de Jeová e não aceitaram o tratamento. O Conselho Tutelar recorreu à Justiça. “O artigo 98 do Estatuto da Criança e do Adolescente, parágrafo 2º, diz que nós podemos acionar a Justiça por omissão dos pais ou abuso do poder familiar”, explicou a conselheira Conceição Pimentel.

A juíza autorizou a transfusão, que foi feita no fim da noite de terça-feira (24). “Eles (pais) têm que saber que não colocam criança no mundo para eles, mas para o mundo. E a menina tem o direito de viver”, entendeu a juíza Sônia Stamford.

Os pais da menina, um ajudante de pedreiro e uma dona-de-casa, não quiseram gravar entrevista. Eles pediram ao Conselho Tutelar uma cópia da decisão judicial para resolver o que vão fazer. Segundo os médicos, a criança passa bem, mas vai precisar de nova transfusão de sangue.

Fonte: Gazeta Online

Comentários