(Anna Virginia Balloussier – Folha de São Paulo) O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que o ex-presidenciável petista Fernando Haddad deverá apagar de suas redes sociais um vídeo em que associa o bispo Edir Macedo a “fundamentalismo charlatão” e “fome de dinheiro”.
Pelas declarações, o líder da Igreja Universal do Reino de Deus entrou com dois processos contra o petista, um criminal e outro civil.
Caso descumpra a ordem judicial, Haddad deverá pagar multa diária de R$ 5.000. A assessoria do ex-candidato já disse que ele irá acatar a decisão —só não deletou o post por ainda não ter sido notificado.
No processo, os advogados de Macedo destacam que Haddad compartilhou a entrevista na íntegra em suas redes sociais, maximizando seu alcance e gerando “comentários ofensivos disponíveis na publicação”.
O líder religioso e dono da Record acusa Haddad de difamá-lo ao descrever o adversário na corrida presidencial, Jair Bolsonaro (PSL), como “o casamento do neoliberalismo desalmado representado por Paulo Guedes” e o “fundamentalismo charlatão do Edir Macedo”.
“Sabe o que está por trás dessa aliança?”, questionou o petista em entrevista a jornalistas. “Chama em latim ‘auri sacra fames’. Fome de dinheiro Só pensam em dinheiro”.
No mesmo dia, a Universal divulgou em seu site uma nota de repúdio questionando por que, quando Macedo ficou ao lado do PT, “o apoio era muito bem-vindo”. Agora que seu candidato é outro, “o bispo deve ser ofendido de forma leviana?”. Edir Macedo apoiou Bolsonaro neste pleito.
O texto também questionou o contexto escolhido para “incitar uma guerra religiosa” ao fustigar “uma das maiores lideranças evangélicas do país”, tudo num “local sagrado a católicos, em pleno feriado católico”.
A fala de Haddad aconteceu após uma missa católica, no feriado de Nossa Senhora Aparecida. Evangélicos não creem em santos e refutam sua veneração.
Assim que o bispo recorreu à Justiça, a equipe do petista afirmou que ele está “convicto de que suas afirmações são verdadeiras e que os fatos e a história dos personagens envolvidos assim comprovam”.
Fonte: Folha de São Paulo