O cantor Justin Bieber abriu detalhes sobre sua caminhada cristã e seu casamento com a modelo Hailey Bieber em entrevista à revista Vogue, publicada nesta quinta-feira (7).
Ele revelou que quando começou seu relacionamento com Hailey, em junho de 2018, ele estava há mais de um ano em celibato.
Mesmo depois de ser batizado e passar por grandes mudanças, Justin admite que teve problemas com vício em sexo. Ele absteve-se da prática para estar mais perto de Deus. “Ele não nos pede para não fazer sexo por causa Dele, porque Ele quer impor regras e outras coisas. Ele está tentando nos proteger da mágoa e da dor. Eu acho que o sexo pode causar muita dor”, explica Justin.
“Às vezes as pessoas fazem sexo porque não se sentem bem o suficiente. Porque elas não têm valor próprio. As mulheres fazem isso e os caras também. Eu queria me dedicar a Deus dessa forma porque eu realmente senti que era o melhor para a condição da minha alma. E eu acredito que Deus me abençoou com Hailey como resultado. Existem vantagens. Você é recompensado pelo bom comportamento”, acrescentou.
Justin reconhece que o casamento despertou expectativas para ter relações sexuais, mas essa não foi a única razão para a união. “Quando eu a vi em junho do ano passado, lembrei o quanto a amava, o quanto sentia falta dela e o impacto positivo que ela causou em minha vida”, afirmou.
Justin e Hailey se conheceram quando eram mais novos através da amizade entre o pai da modelo, Stephen Baldwin, e a mãe do cantor, Pattie Mallette, que são evangélicos. Eles não se tornaram amigos até Hailey começar a frequentar os cultos da igreja Hillsong em Nova York.
“Um dia, Justin entrou na Hillsong e disse: ‘Nossa, você cresceu’. Eu pensei: ‘É, e daí?’ Com o tempo ele se tornou meu melhor amigo. Eu comecei a andar com ele como sua ‘parça’, mas não estávamos saindo”, conta Hailey.
Eles começaram a namorar em três anos atrás, mas o romance não terminou bem devido a uma traição, segundo a publicação. Mas em junho de 2018, eles se encontraram novamente em uma conferência na Vous Church em Miami. “O denominador comum, eu juro, é sempre igreja. Até então, passamos pelo drama. Eu apenas dei um abraço nele. No final da conferência, ele disse: ‘Não vamos ser amigos’. Eu pensei: ‘Não?’”. Dentro de um mês, ele colocou um anel de diamante no dedo dela.
Os dois se casaram no civil em setembro do ano passado e foram acompanhados por um conselheiro matrimonial, indicado pelo pastor Judah Smith, amigo de Justin. Eles planejam fazer uma grande festa para celebrar a união, mas reconhecem que “casamento é difícil”.
“Eu quero que as pessoas saibam disso. Estamos vindo de um lugar genuíno, mas somos dois jovens que estão aprendendo enquanto caminhamos. Eu não vou sentar aqui, mentir e dizer que é tudo mágico. Sempre será difícil. É uma escolha. Você não acorda todos os dias dizendo: ‘Estou absolutamente apaixonada e você é perfeito’. Ser casado não é isso”, explica Hailey.
“Mas de qualquer forma há algo bonito nisso — sobre querer lutar por algo, comprometer-se a construir algo com alguém. Somos muito jovens e esse é um aspecto assustador. Nós vamos mudar muito. Mas estamos comprometidos em crescer juntos e nos apoiar nessas mudanças. É assim que eu olho para isso. No final das contas, ele também é meu melhor amigo”, acrescentou a modelo.
Depois de realizar mais de 150 apresentações em 40 países dentro de 15 meses para, Justin cancelou os 14 shows finais do tour Purpose. “Fiquei muito deprimido na turnê”, ele lembra. “Eu não falei sobre isso e ainda estou processando algumas coisas que ainda não falei. Eu fiquei sozinho. Eu precisava de um tempo”.
As turbulências que vieram junto com a fama de Justin Bieber deixaram algumas marcas. “Tem sido muito difícil para mim confiar nas pessoas”, explica Justin. “Eu tenho lutado com a sensação de que as pessoas estão me usando ou não se preocupam de verdade, e que os jornalistas estão procurando tirar algo de mim e para depois usar contra mim”.
“Um dos grandes desafios para mim é confiar em mim mesmo. Tomei algumas decisões ruins pessoalmente e nos relacionamentos. Esses erros afetaram minha confiança no meu julgamento”, acrescenta.
Justin tem sido focado em seu próprio desenvolvimento de caráter. Ele decidiu se afastar da música para se concentrar em ser o homem que ninguém lhe ensinou e, acima de tudo, um bom marido. “Só de pensar em música me estressa”, revela. “Tenho feito sucesso desde os treze anos, então não tive a chance de descobrir quem eu era além do que fazia. Eu só precisava de um tempo para me avaliar: quem eu sou, o que eu quero da minha vida, meus relacionamentos, quem eu quero ser – coisas que quando você está tão imerso na indústria da música, você meio que perde de vista”.
Justin olhou para o pastor Judah como um modelo, assim como o pastor da Hillsong, Carl Lentz. Smith disse à Vogue que quando conheceu o cantor, ainda adolescente, se sentiu chamado a amá-lo e protegê-lo.
“Eu já disse antes que aprendi mais com Justin do que que ele aprendeu comigo — sobre a condição humana, sobre a dor”, conta o pastor. “Ele dá muito para o mundo, e muito foi tirado dele, incluindo um pouco da progressão natural do desenvolvimento, a chance de crescer relacional e socialmente. Ele consegue sentir tudo, imaginando quem está realmente sendo autêntico com ele. Seu ‘senso de aranha’ é notável, mas o assombra um pouco. Eu me emociono agora, vendo ele fazer um grande esforço para se preocupar com as pessoas ao seu redor, quando a última década de sua vida foi vivida em uma caixa de vidro”.
Lentz tem um estilo de amor mais durão. Em 2014, enquanto Justin estava curtindo a vida, ele pressionou o cantor a se mudar para sua casa em Nova Jersey para uma “desintoxicação” das drogas e focar em sua fé. O cantor conta que não ingeriu nenhuma droga desde então. “Fiquei muito orgulhosa dele. Fazer isso sem um programa, sem um especialista ou reuniões de AA, eu acho que é extraordinário. Ele é, de certa forma, um milagre ambulante”, disse Hailey.
Em sua caminhada cristã, Justin afirma que não se considero religioso. “Isso confunde muitas pessoas porque elas pensam: ‘Mas você vai à igreja’. Eu creio na história de Jesus — essa é a simplicidade do que eu acredito. Mas eu não acredito em todo o elitismo religioso e na pretensão de achar que as pessoas que vão à igreja são melhores do que as outras, ou que você tem que ir à igreja e se vestir de uma certa maneira. Eu me sensibilizo com a questão da religião porque isso já machucou muitas pessoas. Eu não quero ser visto como alguém que defende a injustiça que a religião fez e faz”.
Fonte: Guia-me com informações de Vogue