Patriarcas cristãos do Oriente Médio disseram que a instabilidade da região precisa ser controlada para que o êxodo cristão seja estancado.

O impacto negativo dessa instabilidade na economia e nos serviços locais, assim como o efeito psicológico dentro das comunidades, são os principais fatores que fazem com que os cristãos deixem a região, disse o conselho de patriarcas.

A 16ª assembléia do conselho terminou em 20 de outubro, em Bzommar, próximo a Beirute, com uma declaração centralizada na diminuição da presença de cristãos no Líbano, Israel, territórios palestinos, Iraque e a maior parte da região.

A declaração diz que as igrejas cristãs orientais agem como uma ponte entre o cristianismo ocidental e o islã, criando uma possibilidade de diálogo entre as religiões. Os líderes cristãos estão determinados a não permitir que essa ligação se rompa.

Apesar da recente guerra de 34 dias entre Israel e o grupo militante islâmico Hezbollah, os religiosos disseram que o Líbano permanece como uma “fonte de esperança” que “precisava desempenhar um papel efetivo” na solidificação da coexistência de religiões no Oriente Médio.

Atenção às famílias

Reforçando essa mensagem durante uma celebração religiosa em 22 de outubro, em Beirute, o cardeal Nasrallah P. Sfeir, patriarca maronita, criticou a infra-estrutura política do Líbano por falhar em dar a atenção devida ao papel da família libanesa, que ele afirmou ser o fator crucial de manutenção da união da sociedade.

“Especialmente nesses dias difíceis, a família libanesa precisa de ajuda do Estado para cumprir suas responsabilidades econômicas, educacionais, culturais e sociais, já que muitas famílias perderam um ou mais membros, foram forçadas a migrar ou perderam suas casas e sua fonte de sobrevivência”, disse ele.

Na declaração, os patriarcas expressaram esperança de que o povo libanês “trabalharia unido na reconstrução do que foi destruído a fim de retomar a vida normal”.

“Nossa mensagem é para garantir a coexistência das culturas e religiões, diante do agravamento do conflito”, disseram os religiosos. O encontro incluiu patriarcas orientais maronitas, coptas, melkites, sírios, armenianos, caldeus, além do patriarca latino de Jerusalém.

Enfatizando a necessidade de promover o diálogo entre as religiões na região, os líderes cristãos expressaram sua “solidariedade com o mundo islâmico em seus esforços de consolidar a paz e erradicar a violência”.

Apelando para que as organizações muçulmanas “condenem vigorosamente ações terroristas cometidas, às vezes, em nome da fé muçulmana”, os patriarcas acrescentaram: “Sabemos que o verdadeiro islã e o Alcorão são inocentes de qualquer violência. Essas ações não só mancham a religião, mas também destroem a coexistência que tem havido há muitas gerações, especialmente no Iraque”.

Fonte: Portas Abertas

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