Enterro de cristãos em uma aldeia na Nigéria. (Foto: Reprodução/Facebook/Morning Star News)
Enterro de cristãos em uma aldeia na Nigéria. (Foto: Reprodução/Facebook/Morning Star News)

O primeiro semestre de 2023 viu um aumento do terrorismo na África Ocidental, disse o líder de um bloco regional ao Conselho de Segurança da ONU, revelando que mais de 1.800 ataques foram registrados, levando a cerca de 4.600 mortes.

Omar Touray, presidente dos 15 países da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental, também conhecida como Comissão da CEDEAO, disse que as vítimas não são apenas aquelas que perderam suas vidas nos ataques, informou a Associated Press.

Meio milhão de pessoas se tornaram refugiadas, fugindo de suas casas devido à violência, disse Touray, acrescentando que quase 6,2 milhões foram deslocadas internamente.

A região está no meio de uma crise humanitária, disse Touray ao Conselho, alertando para um possível desastre futuro. Ele observou que 30 milhões de pessoas na região precisam de ajuda alimentar. Se a comunidade internacional não responder adequadamente, esse número pode aumentar. Até o final do próximo mês, 42 milhões de pessoas podem precisar de ajuda, disse ele.

Touray apontou vários fatores que contribuem para a insegurança, entre os quais o terrorismo. Outros incluem rebelião armada, crime organizado, mudanças governamentais inconstitucionais e crises ambientais. Até as notícias falsas desempenharam um papel.

Há também a questão do regime militar, acrescentou. Três países – Mali, Burkina Faso e Guiné – estão sob tal controle, acrescentou. Essa reversão dos ganhos democráticos, segundo Touray, se alinha com a crescente insegurança da região.

Touray forneceu uma análise país por país das mortes relacionadas ao terrorismo.

Burkina Faso foi o país que mais sofreu, com 2.725 mortes. Mali perdeu 844 vidas. Níger e Nigéria testemunharam 77 e 70 mortes, respectivamente.

Mesmo os estados costeiros não foram poupados. Touray mencionou os recentes ataques terroristas em Benin e Togo. Ele os via como um indicador do alcance crescente do terrorismo.

Várias iniciativas foram lançadas para combater essa insegurança. No entanto, de acordo com Touray, a falta de coordenação dificulta esses esforços. A CEDEAO quer integrar estas iniciativas num plano regional.

Para este fim, os chefes do estado-maior militar da CEDEAO consultaram sobre o reforço de uma força regional de prontidão. O objetivo é apoiar os Estados membros na luta contra o terrorismo. Também protegeria contra ameaças à ordem constitucional.

Touray compartilhou duas opções propostas. A primeira é estabelecer uma brigada de 5.000 homens, que custaria US$ 2,3 bilhões anualmente. A segunda opção é um envio mais flexível de tropas sob demanda, o que custaria US$ 360 milhões por ano.

Touray expressou o pedido de financiamento da União Africana. Ele pediu que as operações de paz africanas fossem financiadas pelo orçamento ordinário da ONU. Este orçamento é financiado por todos os 193 estados membros da ONU.

O Conselho de Segurança da ONU também ouviu Leonardo Santos Simão, chefe do escritório da ONU para a África Ocidental. Ele ecoou as preocupações de Touray, enfatizando a deterioração da situação de segurança no Sahel central.

O vice-embaixador dos EUA, Robert Wood, também se dirigiu ao conselho. Ele expressou preocupação com o retrocesso democrático na região. Ele também criticou o Wagner Group, com sede na Rússia, por supostos abusos dos direitos humanos.

A violência na África Ocidental, particularmente sua expansão para os estados litorâneos de Benin e Togo, sustenta uma preocupação maior

A International Christian Concern (ICC), uma agência de vigilância baseada nos Estados Unidos, vê essa propagação do terrorismo como parte de uma Jihad global.

Respondendo à revelação de Touray, o ICC expressou preocupação sobre os objetivos dos extremistas islâmicos de impor a lei Sharia extrema onde quer que eles conquistem. Ele explicou em um comunicado que isso representa uma ameaça significativa para as comunidades cristãs da região, que muitas vezes são apontadas como alvos.

A organização pediu orações globais para fortalecer a unidade dentro da igreja, acabar com a tirania dos terroristas e substituir a escuridão predominante pela luz da paz e da compaixão.

Folha Gospel com informações de The Christian Post

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