Cristãos são deslocados devido à onda de violência em Burkina Faso (Foto: Portas Abertas)
Cristãos são deslocados devido à onda de violência em Burkina Faso (Foto: Portas Abertas)

Burkina Faso enfrenta, atualmente, uma das maiores crises de deslocados internos negligenciadas do mundo. A informação é da Missão Portas Abertas, que explica que o ranking é resultado de uma pesquisa anual do Conselho de Refugiados da Noruega. Em 2023, o levantamento traz muitos países da África Subsaariana.

A instituição missionária informa que, nos últimos anos, a população de Burkina Faso vivencia a insurgência da violência. Isso ocorre, principalmente a partir doa ataques de grupos militantes islâmicos, como o Grupo de Apoio ao Islã e Muçulmanos (JNIM, da sigla em inglês).

Assim, o relatório revela que, aproximadamente, 40% do território não está mais sob controle do governo, que sofreu dois golpes políticos em 2022. Por isso, um em cada dez cidadãos de Burkina Faso foi forçado a deixar sua casa, conforme o levantamento norueguês.

    Cristãos: os mais vulneráveis

    “Ataques semelhantes estão acontecendo no Níger, Mali e no Grande Sahel o que torna a situação em Burkina Faso muito séria”, afirma um dos analistas da Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2023, ressaltando que os cristãos são os mais vulneráveis e enfrentam altos níveis de insegurança, com assassinatos e ataques a igrejas.

    Em 2022, a violência na África Subsaariana, aumentou significativamente. As últimas análises do Centro de Estudos Estratégicos da África mostram que 40% dos atos violentos no continente são responsabilidade de grupos militantes islâmicos.

    Os dados explicam a ascensão de Burkina Faso na Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2023, elaborada por Portas Abertas, saindo da 32ª para a 23ª posição entre os 50 países mais perigosos para os cristãos. A organização missionária pontua que os níveis de violência contra “os cristãos são crescentes, cooperando para as estatísticas de perseguição, violência e mortes de cristãos na região”.

    Socorro aos cristãos

    Devido à insegurança, em muitas partes do território de Burkina Faso o acesso é difícil. No entanto, parceiros da Portas Abertas permanecem trabalhando no país. Eles atuam nos cuidados pós-trauma, além de entregarem kits com recursos básicos de sobrevivência, como, por exemplo, alimentos. Há cerca de 30 mil cristãos deslocados, sendo a maioria mulheres e crianças.

    A maioria das nações já estava na lista do Conselho de Refugiados da Noruega desde a primeira pesquisa, há sete anos, segundo Portas Abertas. “Como as doações e a atenção das mídias e agentes internacionais têm priorizado a crise na Ucrânia, não há recursos suficientes para ajudar o número crescente de necessitados na África e em outras nações”, afirma a organização missionária, que acrescenta: “Dessa forma, crises já existentes se agravaram, pois o número de organizações que as socorrem está reduzido”.

    Para ajudar no trabalho que Portas Abertas desenvolve em Burkina Faso, acesse o link.

    Fonte: Comunhão com informações de Portas Abertas

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