Uma garota de 13 anos que disse ter sido estuprada foi apedrejada até a morte na Somália, após ser acusada de adultério por militantes islâmicos, segundo o grupo de direitos humanos Anistia Internacional

Dezenas de homens apedrejaram Aisha Ibrahim Duhulow até a morte em um estádio lotado com 1.000 espectadores na cidade portuária de Kismayo, sul do país, segundo a Anistia Internacional e a imprensa local, que citam testemunhas.

A milícia islâmica no controle de Kismayo a acusou de adultério após ela relatar ter sido estuprada por três homens, de acordo com a Anistia.

Relatos locais afirmavam inicialmente que ela tinha 23 anos, mas seu pai disse à Anistia que ela tinha 13. Alguns dos jornalistas somalis que primeiro relataram o assassinato disseram depois à ONG que haviam dito que ela tinha 23 em virtude de sua aparência.

Telefonemas para o governo da Somália e da administração local de Kismayo neste sábado não foram atendidos.

“Essa criança sofreu uma forte horrenda por ordem dos grupos armados de oposição que atualmente controlam Kismayo”, afirmou David Coperman, responsável da Anistia Internacional pela Somália.

Milícias islâmicas

A Somália é um dos países mais violentos e pobres do mundo. O país, com cerca de 8 milhões de pessoas, não tem um governo efetivo desde a deposição de um ditador em 1991 por senhores da guerra, que em seguida passaram a lutar entre si.

Um quarto das crianças somalis morrem antes dos cinco anos. Quase todas as instituições públicas não funcionam mais, e mortes violentas são reportadas diariamente.

Militantes islâmicos ligados à Al Qaeda têm lutado contra o governo e seus aliados da Etiópia desde que estes recuperaram o controle da capital, Mogadício, em dezembro de 2006.

Semanas após serem perderem a cidade, os militantes islâmicos iniciaram uma insurgência que matou milhares de civis.

Nos últimos meses, os militantes parecem se fortalecer. O grupo tomou o porto de Kismayo, a terceira maior cidade da Somália, e desfizeram bloqueios do governo. Eles também causaram o fechamento do aeroporto de Mogadício ao ameaçar atacar qualquer avião que lá tente pousar.

Fonte: Folha Online

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