O ministro britânico responsável pelas áreas de raça e fé no Reino Unido afirmou neste domingo que é a favor da demissão de uma professora-assistente suspensa por usar o véu muçulmano em uma escola.
A declaração foi feita em meio a uma crescente pressão pela integração de muçulmanos a costumes locais no país.
Ministro para o Governo Local e Coesão da Comunidade, Phil Woolas disse ao jornal britânico “Sunday Mirror” que a decisão da professora Aishah Azmi, 24, de usar o véu durante as aulas a impossibilitava de cumprir suas funções. “Ela deveria ser demitida”, repetiu Woolas.
A polêmica do uso do véu por mulheres muçulmanas foi recentemente reacendida neste mês quando o ex-secretário de Relações Exteriores britânico, Jack Straw, disse que muçulmanas que usam véu dificultam as relações da comunidade.
Ele disse que preferia que as mulheres se abstivessem de usar véus por considerar uma “afirmação visível de separação e diferença”.
O governo britânico já alertou para a crescente alienação e radicalização dos cerca de 1,8 milhão de muçulmanos do país. Há agora uma tentativa de integração no Reino Unido, iniciada após o ataque suicida de islâmicos britânicos que matou 52 pessoas em Londres em 2005.
Suspensão
A disputa sobre o véu da professora-assitente Azmi está atualmente sendo travada em um tribunal trabalhista, que deve decidir sobre a questão nos próximos dias.
No último sábado (14), Azmi declarou que o véu, que deixa apenas seus olhos expostos, nunca foi um problema para seus alunos na escola Headfield Church of England, em Dewsbury, norte da Inglaterra.
Segundo ela, os estudantes “nunca reclamaram” e não existe problemas na compreensão de suas instruções dadas por sob o véu em sala.
Azmi disse que, apesar de não ter usado véu em sua entrevista de emprego –na qual um homem estava presente– sua fé não permite que ela dê aulas com colegas do sexo oposto.
Para Woola, a declaração de Azmi demonstra “discriminação sexual”: “Ao insistir que ela usará o véu se houver homens presentes, ela está dizendo que trabalhará com mulheres, mas não com homens. Isso é discriminação sexual. Nenhum diretor poderia concordar com isso”.
Fonte: Folha Online