No último domingo, 18 de outubro, os incêndios de duas igrejas cristãs no Chile ganharam destaque nos meios de comunicação em todo o mundo. Os ataques aconteceram durante os protestos contra o atual sistema econômico e a desigualdade social do país.
Apesar de alguns manifestantes encapuzados comemorarem o incidente e isso aparentar uma perseguição religiosa direta, a Portas Abertas acredita que é importante contextualizar o momento e observar a situação com cuidado.
Segundo Marco Cruz, secretário-geral da Portas Abertas, todos os ataques que denotem uma intolerância religiosa são deploráveis e repudiáveis, independente da ideologia política e dos objetivos dos manifestantes. O líder acrescenta que todo tipo de intolerância religiosa deve ser investigado e combatido para que os direitos de expressão de fé e pensamento sejam garantidos.
“Isso é válido tanto para os cristãos quanto para qualquer outra expressão de fé. A liberdade religiosa é um direito social (das pessoas e comunidades) e público (de todo um povo). Essas manifestações de cunho político devem ser observadas e monitoradas”, explica.
Até o momento, o Chile é um país livre de perseguição religiosa aos cristãos e não está entre os classificados na Lista Mundial da Perseguição 2020. Porém, há nações da América Latina onde ser um seguidor de Jesus pode resultar em grandes riscos.
Na Colômbia e em Cuba, os cristãos enfrentam hostilidade, principalmente em áreas dominadas por guerrilhas e narcotraficantes. Já no México, a fé cristã é mais combatida em regiões como Chiapas e Oaxaca, onde há uma perseguição maior por parte de algumas comunidades indígenas.
A Portas Abertas também monitora outros países como Venezuela, Bolívia, Nicarágua e El Salvador. Caso exista a necessidade, a organização pode atuar de maneira mais concreta para salvaguardar o direito de crença. “Estamos trabalhando pelos cristãos da América Latina e para que a liberdade religiosa seja totalmente respeitada nesses países”, afirma Cruz.
Apesar de a Constituição de países como Brasil, Argentina e Paraguai garantir a liberdade religiosa, é importante observar se os direitos serão mantidos após os ataques no Chile.
“Isso só não pode se tornar recorrente, pois daí, sim, teremos um incidente de perseguição religiosa sistemática, por isso, devemos estar alertas e sempre contextualizar o momento. Se houver manifestações no Brasil ou em qualquer outro país, que culmine em incêndios de igrejas ou outros patrimônios religiosos, teremos um ponto de atenção e de atuação da Portas Abertas”, alerta.
Fonte: Portas Abertas