Cardeal católico australiano George Pell
Cardeal católico australiano George Pell

A Polícia Federal da Austrália estaria investigando remessas de dinheiro do Vaticano para o país durante o período em que o cardeal George Pell respondia a um processo sobre pedofilia, informou o jornal “The Australian” nesta quarta-feira (21).

Conforme explica a publicação, a suspeita é de que o dinheiro tenha servido para “tentar influenciar” o processo e a investigação foi iniciada após a Austrac, a entidade nacional de controle de crimes financeiros, ter fornecido informações sobre movimentações suspeitas para a Polícia e para o estado de Vitória, onde o julgamento foi realizado.

Ainda segundo o “The Australian”, a Austrac detectou a transferência de 700 mil euros “de fontes vaticanas para pessoa ou pessoas na Austrália”. Após a denúncia, a senadora Concetta Fierravanti-Wells, em uma audiência de uma comissão do Senado, pediu para a diretora-executiva da entidade, Nicole Rose, se a notícia era verdadeira e Rose confirmou.

Dois advogados que atuaram no caso negaram que seus clientes tenham recebido qualquer valor do Vaticano para mudar suas versões e dizem “não fazer ideia” de quem recebeu o montante.

Em dezembro de 2018, Pell foi condenado a seis anos de prisão pelo abuso sexual de dois menores de 13 anos, em ato que teria ocorrido na sacristia da catedral de Melbourne em 1996. Em agosto do ano seguinte, a Corte de Apelação de Vitória confirmou a condenação por dos votos a um.

Mas, em abril deste ano, a Alta Corte da Austrália, anulou a sentença por unanimidade. Com isso, Pell foi liberado do presídio e, há poucas semanas, voltou ao Vaticano. O cardeal é o mais alto membro da Igreja Católica a ser processado por um crime.

Fonte: Terra

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