Hoje é celebrado o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres. O objetivo dessa data é dar visibilidade para o problema enfrentado por milhares de mulheres em diversas nações. Muitas cristãs da Igreja Perseguida vivem essa realidade. A data foi reivindicada por um movimento feminino latino-americano, em 1981.
Na ocasião, três irmãs da República Dominicana foram assassinadas, em 1960, pela polícia secreta do país. Elas eram ativistas políticas e ficaram conhecidas pelo sobrenome: irmãs Mirabal.
Uma delas, Minerva Mirabal, ao ser ameaçada pelas autoridades, respondeu: “Se me matam, levantarei os braços do túmulo e serei mais forte”. De acordo com a história contada pela BBC News Brasil, o regime do presidente Rafael Leónidas Trujillo (1930-1961) mandou matá-la.
Os corpos das três irmãs, Minerva, Patria e Maria Teresa, foram encontrados dentro de um jipe, no fundo de um barranco, junto do motorista Rufino de La Cruz. E a promessa de Minerva se cumpriu, pois até o dia de hoje sua história é lembrada e o crime se converteu em símbolo da luta da mulher.
Esse fato mobilizou a ONU a abraçar a data. Em apoio ao movimento que defende as mulheres, a Assembleia Geral das Nações Unidas passou a reivindicar de governos e organizações internacionais, atividades dirigidas a sensibilizar a opinião pública sobre o problema de violência contra a mulher.
Mulheres cristãs são duplamente vulneráveis
Mulheres são violentadas de diversas formas. Essa questão está presente tanto na vida doméstica quanto na esfera pública e se apresenta em diferentes vertentes — física, sexual, cultural, psicológica e econômica.
Existe uma vertente, porém, que coloca a mulher em dupla vulnerabilidade em determinados países — a religiosa. Mulheres que já são hostilizadas por culturas machistas, são ainda mais visadas quando são cristãs.
Conforme aponta a Portas Abertas, mulheres e meninas que vivem nos países elencados na Lista Mundial da Perseguição 2022 estão em desvantagem porque já enfrentam o preconceito por serem do gênero feminino.
Entretanto, quando passam a seguir a Jesus, elas são perseguidas duplamente, tanto por ser mulher como cristã. Elas enfrentam uma hostilidade oculta, pois são casadas à força, agredidas física e sexualmente e presas dentro de casa pelos próprios familiares.
Em algumas situações, as mulheres são atacadas física e sexualmente para atingir os homens cristãos. Um exemplo são os sequestros de filhas de pastores e líderes de igrejas que se tornam escravas sexuais e muitas vezes são obrigadas a se casarem com integrantes de grupos extremistas.
Além disso, essas vítimas passam a ser mal vistas pela comunidade onde vivem, já que aquilo que dava o valor social foi tirado delas. “A captura de mulheres em uma comunidade demonstra aos homens que eles não foram capazes de protegê-las”, garante um documento da Portas Abertas sobre perseguição de gênero.
Na Ásia Central, a jovem Alya (pseudônimo) foi ameaçada de ser expulsa de casa pela conversão ao cristianismo. Ela tem 19 anos e guardou a fé em segredo durante muito tempo por causa dos pais, que são muçulmanos. Desde que a mãe encontrou a Bíblia da jovem, passou a tratá-la como uma grande vergonha para a família.
A família usou constrangimento e pressão para tentar fazê-la voltar ao islã e prometeu expulsá-la de casa caso não renuncie a Jesus. Algumas jovens chegam a ficar presas em casa para não participarem dos cultos, como aconteceu a Anita. Outras, como Ruth, são de fato expulsas de casa e precisam começar uma nova vida.
A questão do tráfico humano
As cristãs refugiadas estão mais suscetíveis ao tráfico humano. Muitas delas aceitam ofertas de emprego em outros países e regiões para ficarem livres das condições sub-humanas dos campos de refugiados ou de deslocados.
Porém, descobrem tarde que estão imersas em trabalho escravo e sexual. Na China, onde a política do filho único foi difundida e muitas bebês foram abortadas, há o mercado de tráfico de noivas.
Muitas mulheres e meninas do estado de Kachin, de maioria cristã, são sequestradas e vendidas para os chineses. Elas vivem isoladas em áreas rurais e são vítimas de agressões físicas e sexuais. Dessa forma gerarão herdeiros, de preferência homens, para as famílias chinesas.
Já em países como Colômbia e México, as meninas cristãs são alvo de grupos criminosos. Elas são raptadas e forçadas a serem escravas sexuais e prostitutas.
“Os líderes criminosos prestam atenção especial às filhas de pais cristãos porque a obediência delas é certa. Então, é mais fácil obrigá-las a fazer parte da máfia e se aproveitarem sexualmente porque ameaçam prejudicar as famílias delas”, explica um especialista da Portas Abertas.
Esse diferencial de comportamento das cristãs latinas aumenta o valor pago por elas nas redes de tráfico.
Neste dia, mobilize-se como Igreja para orar por milhares de mulheres cristãs que estão presas, sendo discriminadas e violentadas por causa do nome de Cristo. Ore também pelas mulheres que são agredidas, espancadas e humilhadas, para que libertadas, consoladas por Deus e que tenham um encontro com Jesus.
Fonte: Portas Abertas e Guia-me com informações de Portas Abertas e BBC News