Um ministério de mulheres que visita clubes de strip em Atlantic City, nos Estados Unidos, é movido por uma única missão: fazer com que as strippers se sintam dignas do amor de Deus.
O Love’s Way Out foi fundado por Cissy McNickle, 40 anos, que lidera junto com seu marido, Buff, a Igreja Batista Grace Falls. Junto com outras mulheres, uma vez por mês, ela vai até os famosos clubes da cidade para levar amor e um pequeno presente.
“Olá! Temos cupcakes!”, anunciou Cissy para cerca de dez strippers que faziam a maquiagem em frente a grandes espelhos.
Uma das perguntas que Cissy mais escuta é: “Quantas strippers você salvou?” Ela geralmente responde: “Eu não posso salvar ninguém. Eu posso começar mostrando amor e levando bolinhos para elas saberem como são amadas por Deus”.
O objetivo da Love’s Way Out é complexo, de acordo com Morgan, uma das participantes de 28 anos. Embora o processo não dê resultados imediatos, as mulheres são pacientes.
“Os clubes nos deixam entrar no vestiário e sair — isso já é um avanço. Foi preciso muito trabalho da Cissy”, explicou, fazendo referência ao esforço de Cissy para ganhar a confiança da administração.
“Sentimos que Deus tem um caminho mais seguro e um caminho mais saudável para as mulheres”, disse Cissy, enfatizando a importância das dançarinas saberem que o ministério está orando por elas. “Eu simplesmente amo muito essas mulheres e quero que elas saibam que são amadas”.
Muitas vezes, os clubes não deixam as mulheres evangélicas entrarem. “As pessoas podem ter tanto medo dos cristãos”, comentou Raven, uma das participantes. “É exatamente por isso que eu nunca me apresento como uma ‘batista’. As pessoas geralmente atribuem algo a esse nome”, disse Cissy.
A primeira vez em que Cissy foi a um clube de strip foi a “noite mais aterrorizante” de sua vida. “Não é suficiente a igreja dizer [às garotas de programa]: ‘O que você está fazendo é errado’. Ela precisa dizer: ‘Vamos te ajudar a fazer parte da sociedade novamente’. Nosso ministério seria obsoleto, a menos que a gente considere a realidade”, ela afirma.
Cissy lembra que certa vez uma stripper contou sobre sua família. “Ou trabalho numa mercearia, ganho um salário mínimo e não vejo meus filhos, ou ganho mais dinheiro enquanto meus filhos estão dormindo na casa da minha mãe”, lembra Cissy. “Eu honestamente não fui capaz de resolver isso”, lamenta.
Antes de fazer parte do ministério, Morgan nunca havia entrado em um clube de striptease. “Mas Jesus foi a lugares que faziam ‘boas moças cristãs’ se sentirem desconfortáveis. Ele foi julgado por isso, mas ele foi para esses lugares porque era onde estava a necessidade”, observa.
Uma mulher chamada Envy, que trabalha em vários clubes de Atlantic City, conhece o trabalho das mulheres. “Eu achava elas meio estranhas, mas elas nos trouxeram um monte de coisas legais”, disse ela, enquanto mastigava chiclete. “Elas falaram com as meninas e fizeram perguntas pessoais, e eu nunca vi isso antes. Apesar de ser bem esquisito, é legal e muito generoso”.
“Ah, elas são tão irritantes”, interveio outra stripper, enquanto Envy falava. “Mesmo que elas estejam fazendo isso com a bondade de seus corações, eu sei que elas não acham que estamos no mesmo nível que elas”, justificou.
Embora haja muita resistência por parte das mulheres que trabalham nos clubes, Cissy continua em oração por todas elas: “O Senhor conhece as histórias delas, conhece os nomes delas, conhece a situação delas, as ama e se preocupa com elas. Nos dê ousadia. Nós oramos em nome de Jesus. Amém!”
Fonte: Guia-me com informações de The Guardian