O presidente Barack Obama assinou uma ordem executiva na quinta-feira para a melhoria do gabinete da Casa Branca responsável por programas religiosos e sociais, ampliando a medida iniciada pela gestão Bush que oferece apoio governamental (e financiamento) a instituições religiosas e de caridade que ofereçam serviços sociais.
“Não importa quanto dinheiro investirmos ou quão bem criamos nossas políticas, a mudança que os americanos estão buscando não virá somente do governo”, disse Obama. “Há uma força para um bem maior do que a do governo”.
Ao anunciar a expansão do gabinete religioso, Obama não respondeu a principal questão que paira sobre ele: grupos religiosos que recebam dinheiro federal podem contratar apenas pessoas da mesma fé?
A gestão Bush disse que sim. Mas muitos grupos religiosos e outros que se preocupam com a discriminação no local de trabalho e com a proteção da separação entre Estado e igreja pressionaram Obama para que repelisse as políticas de Bush.
Enquanto isso, outros grupos religiosos fazem lobby para preservar seu direito de usar a religião como critério para a contratação. Alguns provedores de serviços alertaram que podem deixar de trabalhar com o governo caso sejam forçados a mudar sua política.
Ao invés de decidir a questão, o presidente pediu uma revisão legal da política caso a caso antes de determinar se os grupos religiosos podem receber dinheiro governamental e contratar funcionários com base em sua crença.
Obama disse à uma plateia em Ohio no verão passado: “Não se pode usar dinheiro governamental para descriminar as pessoas que ajuda”.
Joshua DuBois, ministro pentecostal de 26 anos que liderou o alcance religioso de Obama durante a campanha presidencial, irá coordenar o novo gabinete de Parcerias Religiosas e Sociais da Casa Branca. DuBois disse em uma entrevista, “O presidente ainda está muito comprometido em entender a constitucionalidade e legalidade do programa. Ele está comprometido em que não haja discriminação”.
Mas DuBois disse que depois que Obama deu seu discurso em Ohio “percebemos que não há clareza nesta área, então iremos analisar a situação caso a caso”.
“Se encontrarmos os mesmos resultados consistentemente e mostrarmos isso ao presidente”, segundo ele, a gestão pode recomendar uma mudança na lei.
Fonte: The New York Times