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Rede Record faz campanha para ajudar vítimas de Santa Catarina

A Rede Record vai ajudar financeiramente e está fazendo campanha na TV para arrecadar mais dinheiro, roupas, alimentos, água potável etc. para as vítimas das chuvas. As chamadas da campanha, gravadas por apresentadores da emissora, entraram no ar ontem. Até o início da noite desta sexta-feira, o número de mortos era 105.

Como ajudar

O Instituto Ressoar abriu uma conta corrente para receber doações para as famílias desabrigadas da tragédia de Santa Catarina.

Todo o dinheiro arrecadado será utilizado na reconstrução e reforma das casas atingidas. A Defesa Civil está fazendo um levantamento e serão analisados os lugares que mais sofreram com a tragédia.

Nestes locais o Instituto Ressoar irá promover a reabilitação.

Faça a sua doação! Qualquer quantia será bem vinda e vai ajudar a reconstruir a vida de muita gente.

Abaixo estão os dados do Instituto Ressoar, no caso de quem quiser fazer o depósito via DOC:

Instituto Record de Responsabilidade Social
CNPJ: 07.669.797/0001-63

Quem vive no exterior pode fazer transferências eletrônicas até mil reais (R$ 1.000,00). Para outras formas de depósito você deve levar os dados da conta mais o código Swift do Bradesco no exterior.

Banco Bradesco – 237
Agência: 0922-9
c/c: 2500-3
Instituto Record de Responsabilidade Social
CNPJ: 07.669.797/0001-63
código swift: BBDEBRPSPO

Para quantias maiores é preciso procurar o seu agente financeiro no exterior para se informar sobre os procedimentos corretos.

Deslizamentos e mortes

Os deslizamentos em Ilhota e Gaspar, as regiões mais atingidas pela chuva em Santa Catarina, se agravaram, provocando a morte de ao menos mais quatro pessoas e a retirada à força de moradores que se negavam a deixar o local.

Um novo deslizamento de terra nesta sexta-feira matou três adultos e uma criança que já tinham sido retirados do imóvel em que moravam em Arraial, na divisa entre Gaspar e Ilhota, mas decidiram voltar em busca de pertences.

Até o início da noite desta sexta-feira, a estimativa era de que 150 pessoas resistiam a deixar as residências em Ilhota e Gaspar. De acordo com a Defesa Civil, o número de mortos em todo o Estado chega a 105.

O prefeito de Ilhota, Ademar Felisky, afirmou que não aceitará mais mortes e que a retirada dos moradores das áreas de risco deve ser feita, se necessário, à força.

Apesar das mortes causadas pelo novo deslizamento, moradores da área insistiam em permanecer em suas casas.

Interdição das estradas

Até a noite desta sexta-feira, 11 trechos de rodovias de Santa Catarina continuavam interditados devido a quedas de barreira ou deslizamento de pista. Os problemas estão localizados em nove estradas estaduais e duas federais. No início da semana, eram 18 os trechos intransitáveis.

Em Itajaí, o nível das águas começa a baixar, deixando móveis, colchões, roupas e utensílios domésticos cobertos de lama amontoados em frente a muitas casas. Muitos carros também foram danificados.

No último sábado (22), o governador de Santa Catarina, Luis Henrique da Silveira (PMDB) decretou situação de emergência no Estado, também válido por 180 dias.

Outros meios de ajudar

Você pode fazer a diferença doando alimentos não-perecíveis. Dê preferência para produtos enlatos prontos para o consumo, pacotes de biscoito, barra de cereais, leite, produtos de higiene pessoal, roupas, cobertores, lençóis e principalmente água potável, que é a maior necessidade.

A Gol Linhas Aéreas é parceira do Instituto Ressoar e vai transportar todo o material recolhido das doações, de todos os locais do Brasil para o estado de Santa Catarina.

Procure a Defesa Civil de sua cidade para saber quais os locais de entrega. Mobilize sua rua, seus colegas de trabalho, da escola! Vamos ajudar a reconstruir Santa Catarina!

Quem mora na cidade de São Paulo pode entregar as doações em qualquer unidade da Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiros.

Você pode também procurar as lojas das Casas Bahia para fazer a entrega de suas doações. No site das Casas Bahia – www.casasbahia.com.br – você localiza a loja mais próxima de sua casa. Ao entrar na homepage, no canto esquerdo do “Menu”, clique no link “Lojas”.

Neste endereço você pode localizar a Defesa Civil de sua cidade http://www.defesacivil.gov.br/sindec/estados/index.asp

Abaixo estão os dados do Instituto Ressoar, no caso de quem preferir fazer o depósito via DOC:

Instituto Record de Responsabilidade Social
CNPJ: 07.669.797/0001-63

Fonte: Folha Online, Rede Record, Instituto Ressoar

Vítimas de Santa Catarina precisam de ajuda; veja a relação de postos

A Defesa Civil de Santa Catarina pede doações para auxiliar as vítimas das chuvas que atingem a região. Há mortos e desaparecidos, e mais de 1,5 milhão de pessoas foram afetadas. As vítimas precisam de água potável, médicos voluntários, dinheiro, roupas, alimentos não-perecíveis, artigos de higiene pessoal, colchões e cobertores.

A água poderá ser entregue na Defesa Civil dos municípios, além dos órgãos de segurança do governo estadual, como polícias Civil e Militar e Corpo de Bombeiros.

No entanto, as quedas de barreiras e bloqueios em estradas estão dificultando a entrega dos materiais. Por conta disso, a Defesa Civil pede que os interessados em ajudar priorizem as doações em dinheiro nas contas bancárias.

Além dos bancos do Bradesco, Besc e Banco do Brasil que já receberam mais de R$ 1,4 milhões em doações, agora a Caixa Econômica Federal também está recebendo as doações, enquanto o Itaú também prometeu disponibilizar uma conta. Por enquanto, as contas para doações são:

– Caixa Econômica Federal – Agência 1877, operação 006, Conta Corrente 80.000-8;
– Banco do Brasil – Agência 3582-3, Conta Corrente 80.000-7;
– Besc – Agência 068-0, Conta Corrente 80.000-0;
– Bradesco Agência 0348-4, Conta Corrente 160.000-1
Em nome da pessoa jurídica é Fundo Estadual da Defesa Civil, CNPJ – 04.426.883/0001-57

A Defesa Civil alerta que não envia mensagens eletrônicas com pedidos de auxílio.

Postos de doações

O posto da PRF (Polícia Rodoviária Federal) de Biguaçu, na região da Grande Florianópolis, está recebendo doações de alimentos não-perecíveis para as vítimas da enchente. A mercadoria arrecadada será entregue à Defesa Civil Estadual.

As secretarias regionais da região do Alto Vale do Itajaí (Blumenau, Brusque, Itajaí, Jaraguá do Sul, Joinville e Timbó) também montaram bases de arrecadação e distribuição. As pessoas interessadas em doar materiais devem ir nos seguintes locais:

– Colégio Victor Hering
Rua Antônio Cândido Figueiredo, 399, Bairro Vila Nova –Blumenau;

– Fenarreco
Rodovia SC-486, próximo à Havan, centro –Brusque;

– Parque da Marejada
Av. Vicotr Konder, s/n, Bairro Fazenda –Itajaí;

– Arena Multiuso Jaraguá
Rua Gustavo Hagedorn, s/n, Centro –Jaraguá do Sul;

– Colégio Osvaldo Aranha
Rua Lindóia, Bairro Glória –Joinville;

-Depósito da Secretaria Regional
Rua Nereu Ramos, 913, Centro –Timbó.

Doação de Sangue

A Secretaria de Estado da Saúde também alerta para a necessidade de doações de sangue. Entre a segunda (24) e a quarta-feira (26), a demanda por transfusões de sangue mais que dobrou no Centro Hemoterápico de Blumenau.

A secretaria divulgou a relação de locais onde é possível realizar doações de sangue. O horário de atendimento nos postos é das 7h30 às 18h30.

– Hemoesc Florianópolis
Rua: Othon Gama D’eça, 756, centro –Florianópolis. Contato: (48) 3251-9711

– Hemocentro Regional de Chapecó
Rua São Leopoldo, 391, Quadra 1309, bairro Esplanada –Chapecó. Contato: (49) 3329-0550

– Hemocentro Regional de Joaçaba
Avenida 15 de Novembro, 23, centro –Joaçaba. Contato: (49) 3522-2811

– Hemocentro Regional de Lages
Rua Felipe Schmidt, 33 –Lages.

– Centro Hemoterápico de Blumenau
Rua Marechal Floriano Peixoto, 300, anexo ao hospital Santa Isabel, no centro de Blumenau.

Para doar, é necessário, entre outros itens, ter entre 18 e 65 anos, estar em boas condições de saúde e evitar alimentação gordurosa nas quatro horas que antecedem a doação.

São Paulo

A Cruz Vermelha Brasileira e a Comdec (Coordenadoria Municipal da Defesa Civil-SP) anunciaram a criação de postos para arrecadar doações para as vítimas das chuvas que atingem Santa Catarina.

A arrecadação vai funcionar 24 horas na sede da Comdec –na rua Afonso Pena, 130, no bairro Bom Retiro–, e na sede da Cruz Vermelha Brasileira –na avenida Moreira Guimarães, 699, no bairro Saúde. As defesas civis das subprefeituras receberão doações em horário comercial.

Os postos vão receber doações de roupas, calçados, cobertores, fraldas, água potável, material de higiene, alimentos não perecíveis, entre outros. Entre ontem e hoje, a Cruz Vermelha Brasileira recebeu mais de dez toneladas de doações, que serão levadas nesta sexta-feira (28) à Defesa Civil de Santa Catarina.

Além da sede da Cruz Vermelha Brasileira, é possível fazer doações nos seguintes postos da entidade (horário comercial):

– Colégio Santo Ivo
Rua Paço da Pátria, 1705, Alto da Lapa

– Iolanda e Marcelo
Avenida Henrique Franco, 135

– Limoeiro – São Miguel Paulista pelo fone: 2025-7369

– ACM – Associação Cristã de Moços
Avenida das Flores, 453 – Jd. das Flores –Osasco

– Restaurante Mostarda
Av. Luis Carlos Berrini, 483, Brooklin Novo

– Escola Oriental de Massagem e Acupuntura
Avenida Diederichsen, 1000, Jabaquara próximo ao metro Conceição

– Felicita Beauty
Rua Dr. Cesário Mota Jr, 383, Vila Buarque
Consolação

– Supermercado Papini,
Avenida Professor Papini, 232, Cidade Dutra

– Condomíno Jd. Office Tower
Alameda Joaquim Eugênio de Lima, 881, Jardins

A Força Sindical Nacional também está recebendo doações. Eles pedem às aos sindicatos e federações que colaborem com alimentos não perecíveis, roupas, água potável, artigos de higiene e calçados. A Força montou um posto de arrecadação em sua sede em São Paulo, na rua Galvão Bueno, 782, na Liberdade.

O São Paulo Futebol Clube realizará um mutirão de arrecadação entre esta quinta-feira e o sábado (29). A arrecadação acontecerá no portão 1 do Estádio do Morumbi, das 8h às 20h. No domingo (30), dia da partida entre o São Paulo e o Fluminense, todos os portões de acesso ao estádio receberão doações, desde a abertura até o intervalo do jogo.

A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) também receberá doações de alimentos não perecíveis, roupas e cobertores nas estações de trem de maior movimento em São Paulo: Luz, Brás, Barra Funda, Osasco, Santo Amaro, Santo André.

As doações ocorrem a partir das 15h desta sexta-feira (28). A empresa se responsabilizará pelo transporte das doações, que serão entregues à Defesa Civil de Santa Catarina. As doações podem ser depositadas nas caixas instaladas nas estações ou entregues a um agente operacional.

Água Potável

A Polícia Militar de São Paulo também está recebendo doações. A prioridade, segundo a assessoria da PM, é para a arrecadação de água potável. Para doar, basta procurar um Batalhão da Polícia Militar mais próximo de sua casa. A relação completa está no site da Polícia Militar.

Também é possível realizar doações no Depósito do Fundo Social da Solidariedade em São Paulo, na avenida Marechal Mário Guedes, 301, Jaguaré (das 9h às 16h).

Roupas

O campus da Univali (Universidade do Vale do Itajaí) de Balneário Camboriú (SC) está confeccionando roupas de cama e camisetas para as vítimas das chuvas na região. A universidade precisa de voluntários para ajudar na confecção das roupas, além de doações de matéria prima como malha, tecidos, elástico e embalagens plásticas.

A Univali observa ainda que os voluntários não precisam saber costurar. Eles podem ajudar no corte, etiquetagem e embalagem das peças. O laboratório de Modelagem e Vestuário fica localizado no bloco 9 do Campus Balneário Camboriú –na quinta avenida, s/n, bairro dos Municípios– e vai funcionar das 8h30 às 20h. Mais informações pelos fones (47) 3261-2351 ou (47) 3261-1292 ou (47) 3261-1358.

Outros Estados

A Cruz Vermelha Brasileira também está recebendo doações para as vítimas das chuvas de Santa Catarina em outros Estados. O endereço das outras filiais estão no site da entidade.

Recomendações da Defesa Civil

A Sedec (Secretaria Nacional de Defesa Civil), vinculada ao Ministério da Integração Nacional, divulgou nesta quinta-feira uma lista de orientações para os interessados em ajudar. Segundo o órgão, a idéia é evitar problemas gerados pela “doação desorganizada” como a não correspondência das doações com as necessidades reais dos atingidos.

Veja as recomendações:

-Antes de efetuar doações procure informações de necessidades levantadas pela Defesa Civil do seu Estado ou município, ou em quartéis de Bombeiros ou Polícia Militar, por exemplo;

-Atentar para a qualidade do material doado;

-Estabelecer uma comunicação eficaz entre o doador e autoridade de Defesa Civil local onde ocorreu o desastre;

-Consultar as autoridades que estão gerenciando a situação para averiguar a real necessidade de doação de gêneros e da quantidade, antes de iniciar qualquer campanha de arrecadação.

Fonte: Folha Online

Papa envia mensagem a vítimas das chuvas em SC

O papa Bento 16 enviou mensagem de solidariedade às vítimas das chuvas em Santa Catarina, a pior tragédia climática do Estado. Ao menos 150 pessoas morreram em decorrências das enchentes e deslizamentos de terra em diversas cidades.

A mensagem do papa foi enviada ao arcebispo de Florianópolis, dom Murilo Krieger, que agradeceu a “expressão de solidariedade” e estendeu a bênção da Santa Sé “ao povo catarinense e aos que se engajaram nas campanhas de solidariedade”.

A nota, enviada pela Secretaria de Estado do Vaticano, diz que Bento 16 recebeu com “profundo pesar, das trágicas e lutuosas conseqüências das chuvas torrenciais destes últimos dias que atingiram o Estado de Santa Catarina”. O papa ainda pede “a assistência e a consolação [espiritual] para todas” as vítimas.

Leia a íntegra da nota:

“O Santo Padre, ao tomar conhecimento, com profundo pesar, das trágicas e lutuosas conseqüências das chuvas torrenciais destes últimos dias que atingiram o Estado de Santa Catarina, deseja afirmar-se espiritualmente presente nesta hora de dor com as famílias das vítimas e com os milhares de desalojados e desabrigados desta enorme tragédia ambiental.

Nesta ocasião, ao sufragar os falecidos, Sua Santidade implora de Deus misericordioso a assistência e a consolação para todos os sinistrados e quantos sofrem física e moralmente com propiciadora Bênção Apostólica, extensiva ao povo catarinense e aos que se engajaram nas campanhas de solidariedade.

Cardeal Tarcísio Bertone
Secretário de Estado de Sua Santidade”

Fonte: Folha Online

10 mil pessoas atacam igreja no Cairo

Milhares de muçulmanos atacaram a igreja copta Virgem Maria, em Ain Shams do Oeste, subúrbio do Cairo, no Egito. Oitocentos fiéis, que assistiam ao culto inaugural, ficaram presos dentro da igreja.

Os agressores atacaram o prédio no dia de sua inauguração, 23 de novembro. O impasse começou cedo pela manhã, quando um grupo de muçulmanos ocupou o primeiro andar de um prédio em frente à igreja, fazendo dele um lugar para suas orações.

Por volta das 17 horas, outros manifestantes bloquearam a rua de ambos os lados e começaram o ataque. O templo, originalmente uma fábrica, foi modificado para a comunidade copta ortodoxa, depois de um processo burocrático que levou longos cinco anos.

Os coptas representam 15% da população do país de 80 milhões de habitantes. Durante os últimos 30 anos, estima-se que quatro mil cristãos tenham sido mortos ou feridos em ataques. Em 2008, aconteceu uma dezena de eventos similares a esse que se deu no subúrbio do Cairo.

Segundo Voz dos Coptas, uma associação cristã sediada na Itália e nos EUA, cerca de dez mil manifestantes atacaram a igreja. Uma fonte local afirmou serem 20 mil pessoas.

Quando a polícia chegou, a multidão se dirigiu aos comércios e propriedades de cristãos nas proximidades, segurando marretes e incitando à jihad.

Segundo relatos, dois carros foram incendiados e cinco pessoas se feriram. O prédio da igreja foi danificado.

Testemunhas disseram que havia mulheres e crianças entre os manifestantes.

Fonte: Portas Abertas

Jornais mexicanos noticiam perseguição a evangélicos

À medida que o número de cristãos evangélicos tem crescido no sul do México, hostilidades de “católicos tradicionais” acompanham o ritmo, segundo matérias publicadas.

De acordo com as matérias, o comportamento predominante nas comunidades indígenas na região sul do México consiste em que apenas os seguidores do catolicismo tradicional (uma mescla de rituais nativos com o catolicismo romano) têm direitos a praticar sua religião.

As matérias também indicam que os moradores católicos tradicionalistas acreditam possuir o direito de forçar os outros a seguir sua religião.

Presos por não festejarem

No Estado de Oaxaca, quatro evangélicos foram presos em 16 de novembro no distrito de Ixtlan de Juarez. O crime foi não terem participado de uma festa católica tradicional e não pagarem as cotas que lhes foram designadas para cobrir os custos do festival, informou a agência de notícia La Voz.

Seus vizinhos, pouco menos que os180 evangélicos da cidade, têm tentado forçá-los a praticar o culto a santos e outros rituais contrários à fé evangélica.

Como resultado de tal pressão, de acordo com La Voz, os não-católicos da região, incluindo crianças, vivem sob o temor de serem expulsos de suas propriedades.

No município de Zinacantán, Chiapas, cinco evangélicos indígenas foram presos por 24 horas em 4 de novembro, por não aceitarem trabalhar nas festas tradicionais católicas, segundo a Confraternidade Nacional de Igrejas Cristãs Evangélicas. A prefeitura ordenou-lhes que abandonassem o protestantismo, ou “inventaria alguns crimes, pelos quais os acusaria e os prenderia”, segundo o jornal Expreso de Chiapas.

Também em Chiapas, Estado localizado no extremo sul do México, caciques (chefes políticos) negaram o direito de 24 famílias evangélicas a participar de programas sociais públicos, no município de San Andrés Larrainzar, segundo notícias. No dia 3 de novembro, os caciques decidiram multá-las em 3 mil pesos mexicanos (220 dólares) caso se recusem a contribuir com os festivais católicos, de acordo com o Expreso.

Os caciques também ameaçaram cortar o suprimento de energia elétrica e água dos evangélicos, informou o evangélico Pertenceu Vasquez ao jornal La Jornada.

Cortes e seqüestro

No mês passado, caciques forçaram famílias evangélicas da comunidade de Nicolás Ruiz, Chiapas, a assinar documentos comprometendo-os a realizar cultos apenas às quartas-feiras, sábados e domingos. A violação disso acarretaria em multas de até mil pesos mexicanos (74 dólares) por família. Sete famílias evangélicas já foram expulsas da cidade, deixando para trás todos os seus pertences e propriedade, e se refugiando no município de Acara, reportou o jornal Cuarto Poder.

No Estado de Guerrero, foi cortado o fornecimento de água e eletricidade a duas famílias evangélicas que se recusaram a participar de rituais religiosos do município de comunidades, publicou o La Jornada. As famílias são pressionadas a abandonar a fé desde 2006.

“Elas foram ameaçadas de enforcamento por causa de sua crença religiosa, caso não obedecessem às ordens das autoridades municipais”, informou Jorge Garcia Jimenez, do Foro Nacional de Advogados Cristãos, ao jornal Guerrero.

Como em outras partes do México, as autoridades em Olinala justificaram o fato de forçar os evangélicos a contribuir e a participar dos festivais com base em uma provisão constitucional, que protege “usos e costumes” das comunidades. Mas, elas violaram a liberdade religiosa também garantida na Constituição

Advogados evangélicos dizem que a proteção de “usos e costumes” tem a finalidade de evitar que o governo proíba práticas nativas, e não de forçar os moradores a participar das mesmas.

Ameaças e corte de serviços básicos em Guerrero aconteceram logo após o seqüestro do filho adolescente de um proeminente pastor evangélico do mesmo Estado. Os seqüestradores claramente ignoraram o resgate pago pela família e mantiveram o garoto preso por dois meses.

Perseguição também no norte

Até mesmo em Estados ao norte, como Hidalgo, um conflito de longa duração explodiu neste mês. Após anos de hostilidades entre católicos tradicionalistas e evangélicos, informou La Jornada, autoridades do município de Ixmiquilpan finalmente cederam aos protestantes a permissão para construir uma igreja.

Mas moradores – afirmando que construir sem = votação em assembléia local viola um acordo anterior –, fizeram com que os trabalhadores da construção parassem suas atividades no dia 7 de novembro. Autoridades tiveram de chamar a polícia estadual para evitar um violento confronto, e, desde então, não foi permitido construir mais.

O pastor e advogado Esdras Alonso González, de Chiapas, informou em uma coletiva de impressa nesta semana que casos de intolerância a evangélicos – todos autorizados e encorajados por autoridades locais – também acontecem no município de Zinacantán, e nas comunidades de Nachig, Pasté, Chiquinivalvó, Pestó e Buonchén, em Chiapas.

Em Pasté, afirmou, quatro famílias permanecem sem água desde o dia 14 de outubro por se recusarem a contribuir para os festivais tradicionalistas católicos, que freqüentemente envolvem a fabricação e venda de fortes bebidas alcoólicas.

“As autoridades de Zinacantán não estão fazendo nada para resolver o problema”, disse ele aos repórteres.

Fonte: Portas Abertas

Mercado de produtos evangélicos está em expansão

De acordo com dados do IBGE, em 2004, 89,2% dos brasileiros se declaravam cristãos, sendo 73,8% católicos e 15,4% evangélicos. Para atender a esse público, o mercado de produtos religiosos vem crescendo ao longo dos anos. A diversidade também é cada vez maior.

A formiga que anda sobre duas pernas é conhecida nacionalmente por difundir a mensagem cristã de forma leve e criativa. O Smilingüido representa a fragilidade humana e divulga valores como honestidade, amizade, perdão e cuidado com o meio ambiente. Criado em 1982 pela desenhista Márcia D’Haese, o personagem se tornou um aliado na divulgação da mensagem, mas também dos produtos religiosos. Hoje já são mais de 150 itens da linha Smilingüido distribuídos pela editora Luz e Vida, entre cartões, marca-páginas, roupas, brinquedos, adesivos, livros etc.

A Bíblia continua o mais tradicional produto religioso para o público cristão. O Pastor Marcos Gladstone, Secretário Regional da Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), revela que o país já é o que mais produz o livro sagrado em todo o mundo. Além de alimentar o mercado interno, as gráficas da SBB imprimem a Bíblia em 19 idiomas e exportam para 90 países. E a tendência é de crescimento. Em 2007, foram distribuídas 5.161.811 Bíblias pela SBB, um crescimento de 56% se comparado às 3.308.037 comercializadas em 2002.

‘‘As igrejas estão crescendo. À medida que elas crescem, cresce também o mercado desses produtos religiosos’’, explica o representante da SBB. Para atrair um público cada vez mais diversificado, inovação foi a palavra-chave. Hoje é possível encontrar a Bíblia em áudio, CD-ROM, em diferentes línguas e até adaptadas ao tipo de público, como crianças, mulheres, pastores ou adolescentes. ‘‘A Bíblia se tornou um produto barato e acessível a qualquer pessoa. A partir de R$ 3,25 é possível comprar uma’’, conta o Pastor Marcos Gladstone. Apesar de não haver dados numéricos sobre o mercado religioso no Rio Grande do Norte, a percepção de quem trabalha no ramo é consensual: esse segmento tem crescido. ‘‘É um mercado extremamente crescente. É uma situação nacional que tem reflexo local. Isso já vem há alguns anos e a mídia tem sido o grande impulsionador’’, revela o superintendente da Câmara dos Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Norte, Adelmo Freire.

Para ele, os programas religiosos no rádio e na televisão têm oportunidade de divulgar produtos como livros, CDs e DVDs. ‘‘Quando você tem essa divulgação, naturalmente você fomenta o comércio desse segmento. As lojas vão se fortalecendo’’, disse Adelmo Freire.

Fonte: Diário de Natal

Vitória de barack Obama aumenta racismo nos EUA

Desde a eleição do primeiro presidente negro dos EUA, Barack Obama, uma série de incidentes racistas vem ocorrendo no interior do país. Fotos de Obama queimadas em cruzes e forcas, pichações dizendo “matem Obama” e xingamentos racistas em escolas públicas estão se multiplicando.

Segundo o Southern Poverty Law Center, entidade que monitora o racismo e os grupos extremistas, ocorreram cerca de 200 incidentes significativos desde a eleição, há duas semanas, o que representa um número muito acima da média.

“Os racistas estão fora de si porque o maior pesadelo deles virou realidade. Temos um presidente negro. Além disso, os brancos serão minoria no país em 2042” , disse Heidi Beirich, diretora de pesquisas do Southern Poverty Law Center.

“Esse multiculturalismo é a morte do sonho dos supremacistas de ter uma grande nação branca.”

Heide lembra que, há 50 anos, os EUA eram um país segregacionista, onde brancos não dividiam o banheiro com negros, não tomavam água no mesmo bebedor e nem freqüentavam às mesmas escolas.

Um dia depois da eleição, Denene Millner, da cidade de Snellville, na Geórgia, foi vítima de dois incidentes raciais. De manhã, um menino no ônibus escolar disse a sua filha de 9 anos: “Espero que Obama seja assassinado.” À noite, alguém arrancou as placas de Obama do gramado de sua cunhada e deixou na porta duas caixas de pizza com fezes humanas.

No mesmo dia, quatro alunos da Universidade Estadual da Carolina do Norte admitiram ter escrito comentários anti-Obama em mural. Uma das frases era: “Vamos dar um tiro na cabeça desse negro”.

Em uma cidade perto de Los Angeles, foram pichadas suásticas, xingamentos e frases como “volte para África” nas calçadas. Na Universidade do Alabama, os incidentes envolveram uma professora, Marsha Houston. Logo depois da vitória de Obama, ela pôs um pôster do presidente eleito e de sua família na porta de seu escritório. O pôster foi arrancado. Ela pendurou outro, e alguém escreveu palavrões e ameaças de morte contra Obama.

Parte dos incidentes é de autoria dos supremacistas brancos, grupos racistas radicais como a tradicional Ku Klux Klan. Um dos sites mais populares entre os supremacistas, o Stormfront.org, ficou fora do ar no dia seguinte à eleição por causa do excesso de acessos. O site ganhou 2 mil novos integrantes em apenas um dia.

Radicais

Mas, muitos dos agressores não são radicais, são racistas entre os quais a eleição de um negro desencadeou ações agressivas. “O estresse econômico e a eleição de um negro deixaram os preconceitos mais aparentes”, disse Brian Levin, diretor do Centro de Estudos sobre Ódio e Extremismo da Universidade Estadual da Califórnia, em San Bernardino.

Segundo ele, os lugares mais afetados por esse tipo de incidente são as regiões onde ocorreram aumento recente da diversidade étnica, como em cidades do Meio-Oeste e vilarejos rurais no Nordeste.

No Southern Poverty Law Center, os especialistas estão preocupados com uma possível radicalização dos supremacistas brancos. “Como a via política está muito comprometida por causa da eleição de um presidente negro, eles podem se desesperar e partir para ações mais extremas”, afirmou Heide.

O centro se prepara para um período com maior número de incidentes de terrorismo doméstico com inspiração racista, como foi o caso de Timothy McVeigh, que matou 168 pessoas ao explodir um prédio público em Oklahoma, em 1995.

De acordo com analistas, os incidentes ganharam impulso com a entrada de Sarah Palin na campanha. O discurso ultraconservador da vice da chapa republicana exaltou os ânimos de muitos partidários durante seus comícios. Era comum ouvir gritos do tipo “cortem a cabeça dele” e “terrorista”, todos em referência a Obama.

Fonte: Estadão

”No futuro vai se concluir que critério racial é errado”, diz ex-ministro da Educação

O deputado Paulo Renato (PSDB-SP) espera que, no futuro, o País conclua que o critério racial para estabelecer cotas nas universidades federais é errado e se decida a manter na lei apenas o critério de renda para ampliar o ingresso de alunos de grupos sociais desfavorecidos.

Na semana passada, o deputado tucano, ministro da Educação no governo Fernando Henrique, fechou um acordo com o PT para juntar dois projetos e aprovar um modelo de cota social acoplado à fixação de cotas raciais para as universidades federais.

Paulo Renato recebeu duras críticas do sociólogo Demétrio Magnoli, em artigo publicado ontem no Estado, por causa do acordo fechado com o PT. Ele acusou Paulo Renato de participar de “um conluio” para aprovar o projeto. “É uma questão objetiva política. Esse projeto seria aprovado de qualquer maneira”, alegou ontem o deputado paulista.

Ele reitera que não mudou de posição e diz que, com o acordo, conseguiu incluir no projeto do governo o critério de renda. Esse item constava de um projeto seu que iria a voto, mas tinha chances remotas de aprovação, já que o governo tem ampla maioria na Câmara. Eis a entrevista:

O que aconteceu na Câmara?

Quero antes falar do artigo. Ele é descontextualizado, injusto e agressivo. Minha história nunca foi de racismo ou de privilegiar qualquer corte racial em políticas que eu tenha implementado. Quando assumi o Ministério da Educação, nós tínhamos 13% das crianças fora da escola. Entre os mais pobres, 25% estavam fora da escola e 20% eram negros. A política de ações afirmativas que eu implantei não tinha a ver com cotas. Criei um programa de apoio a cursos pré-vestibulares voltados para os mais pobres. Esse tipo de ação afirmativa é mais importante que as cotas. Incluímos negros como nunca na escola.

Por que o sr. mudou de posição agora?

Eu não mudei de posição. Havia uma proposta, já aprovada no Senado, que estava pronta para ser votada no plenário da Câmara. E uma proposta exatamente igual, aprovada na Câmara há mais de dois anos, de cuja elaboração eu não participei, que também estava pronta para votar. As duas propunham uma cota de 50% para alunos da escola pública e, dentro dos 50%, cota racial, na proporção de cada raça no Estado em que se situar a universidade federal. Minha emenda era diferente. Ela propunha cota de 50% para alunos de escolas públicas e, dentro dos 50%, metade seria reservada para alunos de famílias com renda até 3 salários mínimos. Poderíamos ter ido a voto. Na semana passada, recebi uma proposta do PT, que sugeria um entendimento, porque eles também simpatizavam com a idéia da cota por renda. Fizemos um acordo: a lei fixaria 50% das vagas para alunos da escola pública, entrando a metade por critério de renda e, dentro da renda, virá o critério racial.

O sr. acredita que a sociedade é dividida por raças?

Não.

O sr. acha que existem raças entre os homens ou existe apenas a espécie humana, como define a moderna biologia?

Essa questão é muito mais para a antropologia do que para a política. Que todos são seres humanos, é óbvio. Mas também é óbvio que a própria Igreja Católica, há pouco mais de 100 anos, considerava os negros como animais. Isso nós não podemos desconhecer. Essa questão tem de ser tratada do ponto de vista objetivo. E objetivamente, no Brasil, é totalmente descabido nós esquecermos a questão racial, porque somos um país de grande miscigenação. É difícil achar um brasileiro que não tenha um componente de sangue branco ou negro.

Se todos têm sangue negro e sangue branco, como separar quem é negro de quem é branco?

Pois é, vai contra. Eu quero lembrar que a minha proposta foi de separar por renda. Apenas nós concordamos com um projeto que contemplasse os dois critérios, com o objetivo de vê-lo aprovado. Numa democracia, você tem de respeitar que existam outras opiniões. Para os intelectuais, às vezes é difícil enxergar esse ponto.

As cotas raciais não estimulam um sentimento racista nas duas direções?

É verdade. Por isso a minha proposta era eminentemente social, por renda. Contemplando o critério de renda, nós estaríamos automaticamente contemplando o critério racial também, porque há uma superposição entre a questão social e a questão racial. O articulista me atribui a função de ser o “defensor” da raça branca, porque os brancos estariam protegidos na proporção da população.

Como é que se vai aferir o critério racial para preenchimento das cotas? Será por autodeclaração?

Não é o meu argumento, é o argumento que me deu o ministro da Educação. A divisão será por proporção dentro de cada Estado.

É de esperar que muita gente vá se autodeclarar negro, porque fica mais fácil entrar na cota, não?

Não fui eu que coloquei isso no projeto. Aliás, esse projeto foi aprovado há três meses no Senado por unanimidade. Estão me atribuindo questões raciais que eu não defendo. Não fui eu que coloquei isso no projeto. Aqui é uma questão objetiva política. Esse projeto seria aprovado de qualquer maneira. Eu consegui incluir nele o critério de renda, o que abre a porta para, no futuro, se discutir e chegar à conclusão – eu espero que se chegue – de que o critério racial é errado e nós devemos manter apenas o critério de renda. Oxalá no futuro essa lei se torne inócua, porque o ideal é que nos tenhamos uma escola pública que prepare igualmente o aluno para o vestibular e que as cotas se tornem desnecessárias.

Quem é:Paulo Renato Souza

É deputado federal paulista, eleito pelo PSDB em 2006

Foi ministro da Educação no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995/2002)

Foi secretário de Educação de São Paulo (1984/86)

Foi reitor (1986/1990) da Universidade de Campinas (Unicamp)

Fonte: Estadão

Pesquisa Datafolha mostra que o racismo perdeu força no país

Um novo levantamento repete perguntas sobre o tema feitas há 13 anos e constata que uma fatia menor de pessoas declara seu preconceito contra negros. A adesão a lugares-comuns abertamente racistas também caiu, embora parcelas significativas dos entrevistados ainda acreditem neles.

A pesquisa anterior deu origem, em 1995, ao caderno “Racismo Cordial”. O ano é considerado por especialistas um momento de inflexão na forma como a sociedade brasileira lida com a questão.

Desde então, a discriminação racial ganhou presença maior na agenda de debates e políticas públicas.

Embora o preconceito “aberto” seja assumido por apenas 3% dos entrevistados, os brasileiros continuam a se ver como uma sociedade racista -para 91%, os brancos têm preconceito de cor em relação aos negros. Alguns analistas enxergam nessa contradição um indício de que parte da queda no preconceito declarado seja resultado apenas de um racismo mais “velado”.

Por outro lado, mais brasileiros se “assumem” pretos e pardos, e a parcela da população que se identifica como branca caiu de 50% para 37% nesses 13 anos. Também caiu o percentual de pessoas que dizem já terem sido discriminadas por causa da própria cor -de 22% em 1995 para 16% agora.

Naquele ano, o Datafolha entrevistou 5.081 pessoas em 121 cidades do país. A atual pesquisa ouviu 2.982 pessoas em 213 municípios. A margem de erro é de dois pontos, para mais ou para menos.

País se vê menos branco e mais pardo

A imagem do Brasil como um país de maioria branca não se sustenta mais nas estatísticas.

Há 13 anos, quando o Datafolha fez a sua primeira grande pesquisa sobre o tema, metade dos entrevistados se definiram como brancos. Hoje, são 37%, percentual próximo ao dos autodeclarados pardos (36%). Os que se classificam como pretos representam 14% da população com 16 anos ou mais, de acordo com o levantamento.

Este movimento é coerente com o detectado pelas pesquisas do IBGE: em 2007, pela primeira vez na história, a soma de pretos e pardos superou a de brancos no total da população.

Duas razões principais explicam o crescimento dos autodeclarados pretos e pardos.

A primeira é demográfica. O Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil, organizado pelos pesquisadores Marcelo Paixão e Luiz Carvano, mostra que, em 1995, o número médio de filhos de mulheres pretas e pardas era 3,0. Entre brancas, a taxa era de 2,2.

Dez anos depois, a diferença caiu, mas as mulheres pretas e pardas seguem tendo, em média, mais filhos (2,3 ante 1,9).

No entanto, como a definição de cor ou raça pelo IBGE é autodeclaratória (é o entrevistado quem escolhe entre cinco opções fornecidas), outra razão apontada por especialistas para esse aumento é que pessoas que antes se identificavam como brancas deixaram de se classificar assim.

No relatório de Paixão e Carvano, comparou-se a geração que, em 1995, tinha de 10 a 29 anos, e, em 2005, tinha de 20 a 39 anos. Mesmo nesse grupo -em tese, a mesma população dez anos depois- foi verificado aumento de pretos e pardos.

Para o sociólogo José Luiz Petrucelli, do IBGE, contribuiu para esse aumento o que ele chama de processo de revalorização identitária. “O que antes não entrava nos padrões de beleza ou prestígio e era desvalorizado hoje mudou para se constituir em referência, até para poder usufruir de vantagens relativas”, diz, referindo-se, por exemplo, a ações afirmativas que passaram a dar benefícios a pretos e pardos no acesso ao ensino superior.

Além de investigar como a população se classifica pelo critério do IBGE (branco, preto, pardo, amarelo ou indígena), o Datafolha perguntou como os brasileiros definiriam sua cor de forma espontânea, ou seja, sem restringir a resposta a essas cinco opções.

O resultado foi que, apesar do crescimento na proporção dos brasileiros que se autodeclaram pretos ou pardos, outros termos, como moreno e negro, são mais utilizados de forma espontânea. A soma das respostas moreno, moreno claro e moreno escuro, por exemplo, chega a 33%, quase o dobro dos 17% que se definiram como pardos espontaneamente.

O termo negro, não utilizado pelo IBGE, representou 7% das respostas espontâneas, percentual superior aos 4% que se declararam pretos dessa maneira.

É essa a resposta que é dada pela operadora de telemarketing Érika Nascimento de Paula, 29, que aparece na capa deste caderno. Questionada sobre a sua cor pela reportagem, disse: “Sou negra”. Quando apresentada às opções do IBGE, disse ser “preta”.

“Há negros que têm preconceito com a própria cor e dão outras respostas”, diz, justificando as afirmações taxativas.

Até mesmo quando o Datafolha fez a pergunta sobre cor limitando as respostas às cinco definições utilizadas pelo IBGE, houve quem não aceitasse ter que escolher apenas entre elas. Mesmo a opção não constando desta pergunta do questionário, 4% insistiram e se declararam morenos.

Mudanças

A dificuldade de classificar a população segundo as definições do IBGE vem sendo discutida internamente no instituto, que, neste ano, está elaborando mais um estudo para subsidiar propostas. Um dos desafios é substituir o termo pardo, que, tradicionalmente, representaria tanto descendentes de pretos com brancos quanto de brancos com índios.

Petrucelli, do IBGE, defende mudanças, mas diz que o tema precisa ser tratado com cuidado. Ele afirma que qualquer alteração, se acontecer, será discutida com a sociedade e feita de forma a permitir comparações com pesquisas anteriores.

“Minha posição pessoal é que precisamos aprimorar esse critério, pois é muito rígido e não dá conta da diversidade de identidades dos brasileiros.”

Não é a primeira vez que o IBGE tenta mudar. Antes do Censo de 2000, foi feito um teste com opções de respostas espontâneas. O sociólogo Simon Schwartzman, presidente do instituto na época, afirma que as definições foram tantas que inviabilizaram a mudança.

“A conclusão foi que era melhor ficar com o que tínhamos. Quando você abre a questão, as pessoas dizem ser moreninhas ou cor de jambo, entre tantas outras respostas. A maioria da população não quer ser etiquetada racialmente”, diz.

Diminuem as manifestações de preconceito

Seja por mero pudor ou realmente por uma questão de consciência, os brasileiros, hoje, se mostram menos preconceituosos do que há 13 anos.

Ao repetir neste ano perguntas feitas em 1995, o Datafolha identificou que caiu significativamente o grau de concordância da população com frases como “negro bom é negro de alma branca” ou “se Deus fez raças diferentes, é para que elas não se misturem”.

O que não mudou de lá para cá foi a constatação, aparentemente contraditória, de que o brasileiro reconhece o preconceito no outro, mas não em si mesmo. Ou, como já definiu a historiadora da USP Lilia Moritz Schwarcz, “todo brasileiro se sente como uma ilha de democracia racial, cercado de racistas por todos os lados”.

Para 91% dos entrevistados, os brancos têm preconceito de cor em relação aos negros. No entanto, quando a pergunta é pessoal, só 3% (excluindo aqui os autodeclarados pretos) admitiram ter preconceito.

Foi igualmente alto (63%) o percentual de entrevistados que afirmaram que negros têm preconceito em relação a brancos, mas somente 7% (excluindo os brancos) dizem ter, eles mesmos, algum preconceito.

Também caiu (de 22% para 16%) a proporção de brasileiros que se sentiram discriminados por sua cor. Esse percentual, no entanto, chega a 41% entre autodeclarados pretos.

Para Schwarcz, o que mudou de 1995 para 2008 foi a popularização do discurso politicamente correto. Ela, no entanto, demonstra algum ceticismo com relação ao menor percentual de concordância com afirmações preconceituosas.

“As coisas mudaram, mas nem tanto. As pessoas reagem mais às frases preconceituosas, como se já estivessem vacinadas. É positivo ver que há maior consciência, mas é preocupante constatar que a ambivalência se mantém. Parece que os brasileiros jogam cada vez mais o preconceito para o outro. “Eles são, mas eu não.'”

Também historiador, Manolo Florentino, da UFRJ, tem opinião semelhante. “O que cresceu foi sobretudo o pudor. Para tanto deve ter colaborado, em alguma medida, a disseminação da praga politicamente correta. Se for este o caso, estaremos mais uma vez frente à constatação de que nosso racismo é envergonhado, que, afora casos patológicos, o brasileiro só expressa seu preconceito racial através de carta anônima.”

Constrangimento

O sociólogo Marcos Chor Maio, da Fiocruz, faz leitura mais otimista. O fato de os brasileiros só admitirem preconceito nos outros -o que pode ser visto como hipocrisia-, para ele, é um valor: “As pessoas têm vergonha de parecerem racistas, cria-se um constrangimento enorme. Isso é ótimo”.

Fulvia Rosemberg, pesquisadora da Fundação Carlos Chagas e coordenadora do programa de bolsas da Fundação Ford, vê na ampliação do debate sobre a questão racial, provocado principalmente pela discussão das cotas em universidades, uma das causas para a queda do preconceito.

“Isso não acirrou a oposição branco/negro e parece ter desenvolvido maior consciência e atenção às relações raciais.”

A socióloga Fernanda Carvalho, do Ibase e uma das coordenadoras do movimento Diálogos Contra o Racismo, concorda: “Não deixamos de ser um país com forte racismo, mas evoluímos. Não se discutia tanto a questão do negro. Hoje, as pessoas estão compreendendo melhor o tema e têm mais consciência de que o preconceito é um valor negativo”.

Yvonne Maggie, antropóloga da UFRJ, tem opinião diferente sobre o racismo no país.

“Os pretos se sentem mais discriminados, mas são eles também os que mais acreditam no esforço pessoal. Somos uma sociedade que tem optado por não marcar o sentimento da vida a partir da raça”, diz ela, citando o dado de que 71% dos pretos concordam que, se um pobre trabalhar duro, melhorará de vida. Entre brancos, o percentual é de 67%.

Maggie diz também que o aumento da escolaridade nos últimos anos deve ter contribuído para a queda no preconceito. “Pode até ser que o debate sobre raça tenha influenciado, mas não é possível concluir isso com base na pesquisa. O que temos de concreto nesses últimos anos foi que houve uma melhoria radical do sistema educacional no Brasil”, diz a antropóloga.

Segundo o Datafolha, quanto maior a escolaridade, menor a manifestação de preconceito. Entre a população com nível superior, apenas 5% concordam que negros só sabem fazer bem música e esporte. Entre os que não passaram do fundamental, a proporção é de 31%.
A idade do entrevistado também influencia. Entre os que têm 41 anos ou mais, 27% concordam com a frase sobre negros na música e esporte. Entre os mais jovens (16 a 25), a proporção cai pela metade: 13%.

Salário e escolaridade dos negros melhoram

Há 13 anos, na comunidade quilombola de Ivaporunduva, no Vale do Ribeira (SP), ninguém tinha diploma universitário. Essa barreira foi rompida em 2006 por Elson Silva, 25. Depois dele, mais dois concluíram a graduação e outros nove seguem o mesmo caminho.

Com uma bolsa da Fundação Ford, Silva faz mestrado em educação. “O maior acesso ao ensino melhorou a qualidade de vida na nossa comunidade”, diz ele, que vê um preconceito menor, ao mesmo tempo que mais “enrustido”, no país.

O maior acesso à educação de pretos e pardos é destaque na comparação das pesquisas Datafolha de 1995 e 2008. O avanço também é detectado pelo IBGE, mas a diferença ainda é grande, como mostra o Relatório Anual das Desigualdades Raciais, organizado por Marcelo Paixão e Luiz Carvano.

A diferença na média de estudo de pretos e pardos para brancos caiu de 2,1 anos em 1995 para 1,8 em 2007. Mesmo assim, a média de 6,3 anos de estudo de pretos e pardos em 2007 é menor que os 6,4 anos de brancos em 1995.

O IBGE também detecta maior presença de pretos e pardos no ensino superior. Em 1995, eram 18% dos estudantes. Em 2007, 31%. O acesso aos cursos, porém, é diferenciado.

O questionário do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes, do MEC, mostra que, numa graduação concorrida como medicina, só 12% dos concluintes são negros, pardos ou mulatos (definições usadas pelo MEC no exame). Já nos cursos que formam professores, a proporção sobe para 51%.

IDH

Além da educação, a esperança de vida ao nascer, graças em boa parte à queda na mortalidade infantil, também registrou avanço. Em 1995, 5,6 anos separavam brancos de pretos e pardos. Dez anos depois, a diferença caiu para 3,2.

Essas melhorias se refletiram também no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano, usado pela ONU para comparar países). Mas, ainda assim, o IDH de pretos e pardos (0,753 numa escala de zero a um) os coloca no mesmo nível do Irã. Os brancos, com 0,838, ficam perto de Cuba.

Avanços, ainda que insuficientes, também se verificam nos salários. De acordo com uma conta do economista Naércio Menezes Filho, da USP, em 1987, uma mulher negra recebia, em média, 38% do salário de um homem branco. Vinte anos depois, o percentual passou a ser de 56%.

Na comparação entre homens negros e homens brancos, no entanto, os avanços são menos significativos. Em 1987, o rendimento médio dos homens negros representava 58% do recebido por homens brancos. Em 2007, o percentual passou para 62%.

“Mulheres negras estavam mais confinadas a ocupações precárias e sofrem duplo preconceito: por ser mulher e por ser negra. Isso diminuiu um pouco graças à melhoria da escolaridade”, diz Menezes.

Essas mudanças, no entanto, ainda não foram suficientes para mudar a cor da riqueza no Brasil.

Num país em que quase metade da população se declara preta ou parda, em 1995, como mostram Paixão e Carvano, essa parcela representava apenas 17% dos brasileiros que estavam entre os 10% mais ricos. Em 2007, o percentual subiu para 22%.

Já entre os 10% mais pobres, a proporção de pretos e pardos é de 68%.

Cota é vista como essencial e humilhante

Polêmicas desde que começaram a ser implementadas, em 2002, no Brasil, as cotas para negros nas universidades continuam dividindo opiniões.

Se, por um lado, 51% da população se diz a favor da reserva de vagas para negros, por outro, 86% concordaram com a afirmação de que as cotas deveriam beneficiar pessoas pobres e de baixa renda, independentemente da cor.

As respostas seguem contraditórias quando 53% dos brasileiros concordam que cotas são humilhantes para negros, mas, ao mesmo tempo, 62% dizem que elas são fundamentais para ampliar o acesso de toda a população à educação. Também 62% dizem que elas podem gerar atos de racismo.

Leituras diversas

Como era esperado, o resultado da pesquisa gerou leituras diversas de críticos e de pessoas favoráveis ao sistema.

A antropóloga Yvonne Maggie, contrária à reserva de vagas por cor ou raça, destaca a incoerência dos resultados do levantamento. Para ela, no entanto, é natural que, dependendo da forma como a pergunta é feita, a população concorde com a idéia de dar vantagens àqueles que se sentem mais discriminados.

“Quem vai negar vantagens aos que dizem ser mais discriminados? As pessoas, no entanto, acreditam no esforço pessoal e também são favoráveis ao mérito, até em percentual maior. Também acham que as cotas podem provocar racismo. Será que estão fazendo o cálculo de que é melhor racismo, contanto que as pessoas ganhem alguns privilégios?”, questiona a antropóloga.

Aceitação

Renato Ferreira, do Laboratório de Políticas Públicas da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e defensor do sistema, diz não ter dúvidas de que há uma aceitação à política de cotas.

“Os meios de comunicação, via de regra, se manifestam contrariamente. Se sai algo positivo, quase não comentam. Se é negativo, isso reverbera. Dentro desse contexto, acho significativo que a maioria da população hoje concorde com as cotas raciais”, afirma.

Ferreira fez um levantamento que mostra que, no Brasil, já há 82 instituições públicas adotando algum critério de ação afirmativa no acesso ao vestibular, seja ele de cotas ou de bonificação extra para alunos por sua cor, renda ou tipo de escola cursada no ensino médio.

As ações afirmativas em exames de ingresso, no entanto, estão sendo contestadas numa ação que ainda não foi julgada pelo Supremo Tribunal Federal. Até agora, essas universidades têm conseguido manter nas instâncias inferiores da Justiça seus sistemas.

O STF, porém, ainda não julgou uma ação movida pela Confenen (Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino) contra o ProUni, programa do governo federal que adota ações afirmativas na distribuição de bolsas para estudo em instituições privadas. Caso declare inconstitucional esse critério, a decisão afetará as instituições públicas.

“A Constituição determina que ninguém terá tratamento desigual perante a lei e que o acesso ao ensino superior se dá por mérito. Na reserva de vagas, há uma discriminação ao contrário, e entendemos que isso é ilegal”, diz Roberto Dornas, presidente da Confenen.

Qualidade

Enquanto não há decisão definitiva, as universidades que divulgaram resultados sobre o desempenho acadêmico dos cotistas têm defendido que isso não afetou a qualidade.

Ricardo Vieralves, reitor da Uerj, uma das pioneiras, diz que houve necessidade de criar aulas de reforço, mas que os alunos que se formam saem com a mesma qualidade. Ele afirma também que não foram registrados casos de racismo.

Adriana Pastor, 23, que entrou no curso de odontologia da Uerj graças às cotas, diz não ter percebido diferenças no desempenho entre cotistas e os demais. “Acho que fui uma das melhores alunas de minha turma e não percebi nenhum tipo de preconceito entre meus colegas. Para mim, a maior dificuldade do curso foi que o material era muito caro”, diz.

Oitenta e duas instituições públicas de ensino superior no país adotam algum critério de ação afirmativa na seleção de estudantes, seja ele de cotas ou de bonificação extra para alunos por sua cor, renda ou tipo de escola cursada no ensino médio.

Fonte: Folha de São Paulo

Homossexuais fazem pressão pela aprovação de projeto contra “homofobia”

A Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT – Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros – lançou, na manhã desta quinta-feira (27), no Senado, em seminário nacional, campanha para arrecadar um milhão de assinaturas em apoio ao projeto de lei da Câmara (PLC 122/06) que torna crime a homofobia, isto é, a aversão ao homossexualismo.

O projeto tramita no Senado e, na avaliação de Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays e Transgêneros (ABLGT), não há mais razão para adiar a aprovação da matéria.

– Não podemos mais ficar esperando uma situação ideal para aprovar esse projeto. Temos que bater em cada gabinete; não estamos discutindo o Alcorão, mas a Constituição brasileira. Muitos fundamentalistas dizem que queremos destruir a família. Não queremos destruir nada. Nós queremos criar o nosso tipo de família. Pagamos impostos, temos deveres, queremos nossos direitos. Não queremos nenhum privilégio, aposentadoria especial, nada. Queremos respeito – disse Toni Reis, em discurso durante a reunião promovida pela frente parlamentar.

O presidente da ABLGT citou pesquisa feita este ano, pelo DataSenado, segundo a qual 70% dos entrevistados concordam com a aprovação desse projeto que torna crime a discriminação de sexo, orientação sexual e identidade de gênero, e prevê formas de punição à discriminação. De acordo com Toni Reis, os sexualmente diferentes precisam de solidariedade para que a tramitação desse projeto ganhe celeridade, “para ganhar ou para perder”, disse. Lamentou que, no momento em que se comemoram os 20 anos da Constituição federal, a comunidade LGBT não tem nada a comemorar e proclamou: “Não podemos mais ficar à mercê de fundamentalistas”.

Durante a reunião da frente parlamentar, o projeto recebeu o apoio dos senadores Serys Slhessarenko (PT-MT), que presidiu os trabalhos, Fátima Cleide (PT-RO), presidente da Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT) José Nery (PSOL-PA) e de vários outros presentes.

Ao sublinhar a importância do seminário nacional da frente parlamentar, que em sua quinta edição debate a homofobia, Serys Slhessarenko disse que o dia era extremamente importante, mas que chegará o momento em que os sexualmente diferentes não precisarão mais realizar esse tipo de encontro.

– O sentimento propiciado por essa reunião é bom, mas por outro lado é ruim, porque o preconceito existe. Discutir a situação dos homossexuais é bom, mas se não fosse a opressão não estaríamos aqui debatendo nada. Rebentar as amarras do preconceito não é fácil para ninguém. Há homofobia neste país. Diariamente, vemos homossexuais enfrentando dificuldades para terem sua sexualidade respeitada.

Lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros fazem manifestação em frente ao Congresso

No anunciado propósito de fazer história, a Frente Parlamentar pela Cidadania e a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays e Transgêneros (ABLGT) agruparam, ao meio-dia desta quinta-feira (27), vários representantes do segmento na rampa do Congresso Nacional. O objetivo da manifestação foi registrar o lançamento, no Parlamento, de campanha pela aprovação do PLC 122/06, que criminaliza a homofobia.

Aprovado na Câmara e aguardando deliberação no Senado, o projeto torna crimes, puníveis com até cinco anos de prisão, a discriminação e o preconceito contra homossexuais. De acordo com a Frente Parlamentar, a cada dois dias é assassinado no Brasil um integrante do segmento populacional que reúne lésbicas, gays, bissexuais e transexuais.

Fonte: Agência Senado

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