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STF realiza última audiência pública sobre aborto de anencéfalos

O STF (Supremo Tribunal Federal) realizou nesta terça-feira (16/9) a quarta e última etapa da audiência pública que discute a possibilidade de interrupção da gestação de fetos anencéfalos.

Proposta em 2004 pela CNTS (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde), a ação visa a garantir o direito de escolha das mulheres e proteger os profissionais de saúde que quiserem realizar o procedimento.

Apresentaram-se a ginecologista e obstetra Elizabeth Kipman Cerqueira; a socióloga Eleonora Menecucci de Oliveira, professora titular do Departamento de Medicina Preventiva da USP e representante dos institutos Conectas – Direitos Humanos e Centro de Direitos Humanos; a ministra Nilcéia Freire, presidente do Conselho Nacional de Direitos da Mulher, da presidência da República e Talvane Marins de Moraes.

Elizabeth Kipman Cerqueira, segundo informa o Supremo, defendeu a continuação da gravidez em caso de bebês anencéfalos. Ela começou sua apresentação lembrando que diversos especialistas que se apresentaram na audiência afirmaram que dentro do útero não é possível determinar a morte encefálica.

Ela destacou trabalho realizado nos Estados Unidos, que, segundo ela, provou que os bebês que nascem com anencefalia e ficam vivos não têm possibilidade de terem a sua morte encefálica determinada e muito menos quando está dentro do útero. Por esse motivo, a sociedade americana de medicina suspendeu autorização para a retirada de órgãos de bebês anencefálicos que chegavam a nascer.

“O feto é vivo. Seriamente comprometido quando nasce, com curtíssimo tempo de vida, mas está vivo”, destacou.

Para a médica, a mãe sofre risco durante a gravidez, mas o risco maior é na antecipação do parto. De acordo com ela, no caso de manter a gravidez, os problemas são 100% resolvidos, enquanto nas complicações da antecipação do parto as seqüelas são permanentes para a vida da mulher.

A médica falou ainda sobre a carga emocional da experiência, que não pode ser ignorada, e que é terrível para a mãe saber que tem um bebê anencefálico. No entanto, a consciência de ter sido ela a responsável por abreviar o tempo de vida do filho aumentará o sentimento de culpa.

Direito de escolha

A ministra Nilcéia Freire afirmou que desde 2004 o Conselho Nacional de Direitos da Mulher que preside se manifestou favorável a interrupção da gravidez de fetos anencéfalos. O que o Conselho defende, de acordo com ela, é que a mulher seja vista como sujeito de direito em quaisquer circunstâncias.

A ministra disse ter uma percepção clara de que muitos discursos apresentados na audiência trouxeram um preconceito, como se as mulheres não tivessem a capacidade de tomarem decisões sobre seu corpo, sobre sua vida, sobre seu destino e que, portanto, necessitam de tutela. Ela disse que as mulheres não necessitam de tutela seja do Estado, de instituições de natureza religiosa ou de instituição médica, mas necessitam de informação e apoio para tomarem suas decisões.

Ela lembrou que a América Latina e o Brasil já se comprometeram em tratados internacionais como na convenção de eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher e também na convenção de Belém do Pará, “que veio para punir e erradicar toda forma de violência contra as mulheres, entendendo como violência qualquer procedimento que cause sofrimento psíquico ou físico a qualquer mulher”.

A ministra ainda afirmou: “nós lutamos muito para que os direitos fossem reconhecidos, agora é preciso que eles sejam garantidos e efetivados através de políticas públicas, e é isso que o plano nacional de políticas para mulheres se propõe, inclusive o direito de escolher e viver plenamente a maternidade da maneira que cada mulher entender.

Fonte: Última Instância

Saramago critica pedido de perdão anglicano a Charles Darwin

“Uma boa notícia, dirão os leitores ingênuos. A Igreja Anglicana, essa versão britânica de um catolicismo instituído no tempo de Henrique VIII como religião oficial do reino, anunciou uma importante decisão: pedir perdão a Charles Darwin”

Assim inicia o segundo post do blog de José Saramago que, de forma contundentemente, critica o anúncio anglicano.

O pedido de perdão a Darwin ocorre no marco de comemoração dos 200 anos de seu nascimento. A reparação refere-se à forma como a igreja tratou o cientista britânico depois da publicação de “A origem das espécies” e, sobretudo, depois de “Descendência do homem”.

“Nada tenho contra os pedidos de perdão”, afirmou o escritor português, que coloca em dúvida a sua utilidade. “Inclusive se Darwin estivesse vivo e disposto a mostrar-se benevolente, dizendo ‘sim, perdôo’, a generosa palavra não poderá apagar um só insulto, uma só calúnia, um só dos desprezos dos muitos que lhe foram proferidos”, afirma o escritor em seu blog “O caderno de Saramago”.

Talvez este arrependimento tardio, analisa com ironia, “estimule o papa Bento XVI, agora envolvido numa manobra diplomática em relação ao laicismo, a pedir perdão a Galileu e a Giordano Bruno, em particular a este, torturado com muita caridade, até chegar à fogueira onde foi queimado”.

O Prêmio Nobel de Literatura 1998 assegura que “este pedido de perdão da igreja anglicana não vai agradar aos criacionistas norte-americanos. Fingirão indiferença, mas é evidente que se trata de uma contrariedade para seus planos, para os republicanos que, como a candidata à vice-presidência (Sarah Palin), hasteiam a bandeira dessa aberração pseudo científica chamada criacionismo”.

Fonte: ALC

Vaticano diz que não existe contraposição entre fé e Evolucionismo

O Vaticano disse nesta terça-feira que a teoria da evolução é compatível com a Bíblia, mas não planeja um pedido de desculpas póstumo a Charles Darwin pela fria recepção dada a ele há 150 anos.

O arcebispo Gianfranco Ravasi, o ministro da Cultura do Vaticano, deu a declaração durante o anúncio de uma conferência de cientistas, teólogos e filósofos que acontecerá em Roma em março de 2009, marcando os 150 anos da publicação da obra “A Origem das Espécies” de Darwin.

Igrejas cristãs são há muito tempo hostis a Darwin, pois sua teoria conflitava com a acepção bíblica da criação.

Mais cedo nesta semana, um importante membro da Igreja anglicana, Malcom Brown, disse que a instituição devia desculpas a Darwin pela maneira na qual suas idéias foram recebidas na Inglaterra.

O papa Pio 12 descreveu a evolução como uma abordagem válida do desenvolvimento humano em 1950 e o papa João Paulo segundo reiterou o fato em 1996. Mas Ravasi disse que o Vaticano não tinha a intenção de se desculpar por sua visão negativa anterior.

“Talvez devêssemos abandonar a idéia de emitir pedidos de desculpas como se a história fosse um tribunal que está eternamente em sessão”, disse, acrescentando que as teorias de Darwin “nunca foram condenadas pela Igreja Católica e nem seu livro havia sido banido”.

O criacionismo é a crença de que Deus teria criado o mundo em seis dias, como é descrito na Bíblia. A Igreja Católica interpreta a acepção do Genesis literalmente, dizendo que ela é uma alegoria para a maneira na qual Deus criou o mundo.

Alguns outros cristãos, na maioria protestantes nos Estados Unidos, lêem o Genesis literalmente e protestam contra o fato de a evolução ser ensinada em aulas de biologia em colégios públicos.

Sarah Palin, a candidata à Vice-presidência pelo Partido Republicano, disse em 2006 que apoiava que o criacionismo e a teoria da evolução fossem ensinados nas escolas, mas afirmou subsequentemente que o criacionismo não deveria necessariamente ser parte do curso.

Fonte: Reuters

Doze igrejas são atacadas na Índia

No fim de semana, foram relatados ataques a igrejas de dois distritos do Estado de Karnataka. Extremistas hindus iniciaram os ataques com base em falsas acusações de que líderes cristãos estariam realizando conversões “forçadas”.

A polícia prendeu mais de 60 pessoas em conexões aos ataques. Doze igrejas foram saqueadas por ativistas supostamente ligados ao grupo radical hindu Bajrang Dal, que afirma que hindus estão sendo convertidos ao cristianismo por meios ilegais.

Desarmonia social

A polícia em Karnataka afirma que as igrejas atacadas no domingo são dos distritos de Udupi e Chikmagalur.

Mais de 60 pessoas foram detidas depois de grupos cristãos, escandalizados com a violência, protestarem e pedirem o fechamento da cidade costeira de Mangalore, a mais afetada pelos ataques.

No mês passado, mais de 2 mil escolas dirigidas por organizações cristãs em Karnataka fecharam as portas por um dia, em protesto contra a violência que assola o Estado de Orissa.

O Estado de Karnataka é dirigido pelo grupo nacionalista hindu Bharatiya Janata (BJP), que tem fortes laços com o Bajrang Dal.

“O BJP é responsável pelos ataques. Ele está criando desarmonia social”, afirmou Mallikarjun Kharge, líder do principal partido de oposição.

Violência em Orissa

Enquanto isso, em Orissa, outras duas pessoas foram assassinadas e 12 foram feridas quando a polícia abriu fogo contra desordeiros no distrito de Kandhamal, no sábado.

O distrito de Kandhamal tem presenciado enorme violência desde 24 de agosto. Desde então, 20 pessoas foram assassinadas e dezenas de igrejas e casas foram incendiadas.

Na noite de sexta-feira passada, seis casas e uma casa de oração foram incendiadas.

O incidente de sábado à noite se deu na vila de Kurtamgarh, onde um grupo revoltoso queimou casas e salas de oração.

Quando forças de segurança tentaram dispersar o grupo, um policial foi ferido. Assim, a polícia foi obrigada a abrir fogo, o que resultou na morte de duas pessoas.

É dito que grupos hindus têm acusado líderes cristãos de subornar pessoas de tribos pobres ou das castas mais baixas para que se convertam ao cristianismo.

Os cristãos afirmar que os hindus pobres querem se converter para escapar do sistema de castas.

Fonte: Portas Abertas

Revista Galileu: Pesquisa sobre ‘Jesus histórico’ retrata Cristo mais humano, mas não ameaça fé

É um bocado irônico que o personagem mais influente da história humana também seja um dos mais misteriosos. Jesus de Nazaré não tem data de nascimento ou morte registrada com segurança (embora seja possível estimá-las com margem de erro de dois ou três anos); não deixou nada escrito de próprio punho (há até quem argumente que ele provavelmente era analfabeto); não restou um único artefato do qual se possa dizer com certeza que pertenceu a ele.

Os relatos de seus seguidores, escritos entre duas e seis décadas após a morte na cruz, falam com riqueza de detalhes de um período curtíssimo de sua vida adulta, elencando seus atos e ensinamentos, mas nos deixam no escuro sobre a maior parte de sua infância e adolescência, suas angústias pessoais e seu relacionamento com amigos e familiares.

A situação pode soar desesperadora ao extremo para um historiador que, sem recorrer à fé cristã, queira reconstruir a vida e a mensagem desse judeu singular. Mas a situação é menos complicada do que parece. Por um lado, é preciso reconhecer que os Evangelhos, principais narrativas sobre Jesus na Bíblia cristã, não são livros históricos no sentido moderno do termo. “Os textos dos Evangelhos, todos eles, são uma combinação de elementos históricos e interpretações feitas posteriormente no âmbito das comunidades cristãs”, lembra o padre Léo Zeno Konzen, coordenador do curso de teologia da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (RS).

Trocando em miúdos: os evangelistas (conhecidos entre nós pelos títulos tradicionais de Mateus, Marcos, Lucas e João) estavam tão preocupados em relatar o que tinha acontecido com Jesus e os apóstolos 50 anos antes quanto em tornar esses fatos relevantes para seu público, formado por cristãos nascidos depois que seu Mestre morrera na cruz. A boa notícia, porém, é que a leitura crítica e cuidadosa dessas narrativas é capaz de resgatar grande parte da vida terrena de Jesus.

O retrato que emerge desse esforço é, em certos aspectos, familiar para qualquer cristão, ao mesmo tempo em que humaniza o Nazareno. O chamado Jesus histórico é uma figura humilde, que põe sua mensagem – o anúncio da chegada do Reino de Deus – acima de qualquer preocupação com sua própria importância. Não se comporta como uma entidade superpoderosa ou onisciente. E coloca em primeiro lugar a história e o destino do povo de Israel, ao qual pertence. É um Jesus que pode ajudar os cristãos a repensarem a origem de sua própria fé – mas difícilmente é uma ameaça a ela, a menos que se acredite que todo versículo dos Evangelhos é verdade literal, como se fosse um filme do que aconteceu no ano 30 d.C.

Homem invisível

Volta e meia ressurge a esperança de que os Evangelhos não serão mais a principal (ou mesmo a única) fonte sobre o Jesus histórico. Há quem coloque suas fichas em achados arqueológicos, como inscrições, túmulos e textos antigos. Dois exemplos recentes desse tipo de pesquisa, porém, não tiveram um resultado dos mais gloriosos.

Em 2002, foi a vez do chamado Ossuário de Tiago, uma caixa de pedra feita originalmente para conter o esqueleto de um homem que morreu em Jerusalém no século 1. No artefato havia uma inscrição em aramaico (língua aparentada ao hebraico que era a mais falada entre os judeus do tempo de Cristo), com os dizeres: “Tiago, filho de José, irmão de Jesus”. O ossuário, afirmavam alguns especialistas, teria pertencido a Tiago, irmão ou primo de Jesus que liderou a igreja cristã de Jerusalém até o ano 62 d.C. Mas análises mais detalhadas comprovaram que o pedaço crucial da inscrição (“irmão de Jesus”) foi adicionado por um falsificador do século 21.

Um bafafá parecido cercou, em 2006, novas análises de outros ossuários de Jerusalém, originalmente desenterrados nos anos 1980. Num mesmo jazigo familiar estavam enterrados “Jesus, filho de José”, Maria (a mãe dele?), Mariamne (supostamente, Maria Madalena) e outras pessoas cujos nomes lembram os de personagens do Novo Testamento. Um documentário produzido por James Cameron (ele mesmo, o criador de “Titanic”) defendeu que os ossuários eram a prova de que Jesus tinha se casado com Maria Madalena. Os defensores da tese argumentam que seria muito improvável a ocorrência conjunta desses nomes na Jerusalém do século 1 d.C. sem que houvesse uma ligação com Jesus de Nazaré. Nenhum estudioso sério do Jesus histórico, contudo, dispôs-se a comprar a idéia – calcula-se que, só na Cidade Santa, teriam vivido mais de mil “Jesus, filhos de Josés” nessa época.

Esses fracassos talvez tenham uma explicação muito simples: a pessoa de Jesus pode ser “invisível” para a arqueologia. “E não só ele como quase toda a primeira e a segunda geração de cristãos. São pessoas periféricas, gente muito simples, de origem rural”, afirma André Leonardo Chevitarese, historiador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Romanos e judeus de classe alta construíam palácios e tinham selos (carimbos) pessoais feitos com metal ou pedra preciosos; carpinteiros e pescadores da Galiléia (a terra natal de Jesus, no norte de Israel), por outro lado, podiam passar a vida inteira usando apenas materiais perecíveis. Chevitarese, aliás, é cético até em relação à idéia de um enterro formal para Jesus.

“Em todo o mundo romano, o costume era abandonar o cadáver na cruz, para ser comido por abutres ou cães”, lembra o historiador da UFRJ. Ele também diz ser suspeita a figura de José de Arimatéia, judeu rico e simpatizante secreto de Jesus que teria obtido seu corpo e organizado seu sepultamento, segundo os Evangelhos.

“Camponeses como os seguidores de Jesus não teriam como se dirigir a Pilatos para exigir o corpo. Assim, os evangelistas enfrentam o problema de explicar o sepultamento de Jesus e usam a figura de José de Arimatéia, que praticamente cai de pára-quedas na narrativa”, diz. Por outro lado, há pelo menos um registro de crucificado judeu que teve um sepultamento digno – Yehohanan (João), filho de Hagakol, cujo ossuário foi descoberto por arqueólogos israelenses em 1968. O osso do calcanhar de Yehohanan ainda continha o cravo usado para pregá-lo na cruz.

Fora algum tremendo golpe de sorte, o máximo que a arqueologia pode fazer é iluminar a vida cotidiana no tempo de Jesus (indicando em que tipo de casa ele vivia ou que modelo de taça ele teria usado para beber vinho com seus discípulos) ou como era a religião judaica naquela época. Esse provavelmente é o caso de um misterioso texto do século 1 a.C., pintado numa pedra e analisado por Israel Knohl, da Universidade Hebraica de Jerusalém. Em julho passado, Knohl apresentou sua interpretação do texto (o qual não está inteiramente legível e, por isso, tem de ser reconstruído hipoteticamente): ele mencionaria a morte e ressurreição de um Messias décadas antes do nascimento de Jesus. Ainda que a interpretação esteja correta, é difícil ver como ela mudaria nossa compreensão sobre as origens do cristianismo: afinal, um dos grandes argumentos dos seguidores de Jesus é justamente que seu retorno dos mortos já tinha sido previsto nas profecias judaicas.

O meu, o seu, o nosso Jesus

Se a invisibilidade arqueológica não ajuda, a imaginação e as preocupações modernas também atrapalham um bocado. No esforço de tornar o Jesus histórico relevante para a nossa época, ou como forma de polemizar com as atuais religiões cristãs, pesquisadores como o historiador irlandês John Dominic Crossan defendem que Cristo não se preocupava com a vida eterna ou o Juízo Final, mas pregava uma ética totalmente centrada no aqui e no agora, influenciada pela cultura grega. Outros enfatizam seu lado de revolucionário político, ou mesmo o retratam como uma espécie de mago itinerante, cujos milagres não passavam de truques.

“Acho que isso equivale a esvaziar Jesus”, avalia Chevitarese. “Não se pode tirá-lo do seu contexto judaico nem eliminar seu lado apocalíptico e escatológico [o de um profeta que espera o final dos tempos e a consumação da história humana]”, diz o historiador da UFRJ. Isso não quer dizer, por outro lado, que a pregação de Jesus fosse completamente isenta de idéias sobre a sociedade e a política. “A própria escatologia judaica também tem um substrato político”, lembra Luiz Felipe Ribeiro, professor da pós-graduação em história do cristianismo antigo da Universidade de Brasília (UnB). Ele cita um exemplo cristão, o livro do Apocalipse, que pode ser lido tanto como uma previsão do fim do mundo quanto um ataque contra a opressão romana que afetava os cristãos.

Para John P. Meier, professor da Universidade Notre Dame (EUA) e autor da monumental série de livros “Um Judeu Marginal” (ainda não concluída) sobre o Jesus histórico, o pregador de Nazaré resume e mistura o espiritual, o social e o político na frase-chave de seu anúncio profético: o “Reino de Deus”. Essa é a tradução mais comum em português do grego hé basilêia tou Theou, cujo sentido provavelmente está mais para “o Reinado de Deus” – a idéia de que Deus estava prestes a intervir dramaticamente no mundo, resgatando seu povo de Israel, instaurando seu domínio de justiça e paz e incluindo até os povos pagãos entre seus escolhidos nesse Universo transformado.

“Isso explica por que Jesus parece relativamente despreocupado em relação a problemas sociais e políticos específicos. Ele não estava pregando a reforma do mundo; estava pregando o fim do mundo”, escreve Meier. No entanto, em vez de se concentrar nos terríveis tormentos que aguardariam os pecadores que não se arrependessem, o profeta da Galiléia ressaltava que o Reinado de Deus era um poder misericordioso, aberto a todos os que o recebessem.

Não é à toa que algumas autoridades judaicas, ou o grupo dos fariseus (algo como “separados”, em hebraico) ficavam escandalizados com o lado festivo da vida de Jesus e seus discípulos. Afinal, eles não hesitavam em comer e beber com cobradores de impostos, prostitutas e outros “pecadores notórios” da sociedade israelita, como sinal da proximidade e da inclusão do Reino.

“Proximidade”, aliás, talvez não seja a palavra exata: ao mesmo tempo em que Jesus via o Reinado de Deus como uma promessa a se realizar no futuro próximo, também insinuava que esse Reino já estava presente no ministério do próprio Cristo, diz Meier. “As curas e os exorcismos realizados por Jesus não seriam, portanto, meros atos isolados de bondade e compaixão: estariam mais para demonstrações dramáticas de que o Reino de Deus já estava chegando a Israel”, afirma o pesquisador. Não dá para forçar a mão de Deus, diz Jesus: seu Reinado é um ato espontâneo de misericórdia, voltado não para quem o merece, mas para quem mais precisa dele – os pobres, os famintos, os que choram. Não é à toa que esse Deus recebe de Jesus o apelido de Abbá – nada menos que “papai” em aramaico.

Mais importante ainda, Jesus se apresenta como o mediador para os que querem participar do Reinado de Deus: rejeitar sua mensagem equivale a rejeitar a ordem divina. E, como registram os Evangelhos, a proclamação é voltada exclusiva ou principalmente a judeus como Jesus. Não é à toa que ele escolhe os Doze Apóstolos (provavelmente simbolizando as doze tribos de Israel, espalhadas pelo mundo, que Deus deveria reunir no fim dos tempos) e ordena que eles se dirijam apenas às “ovelhas perdidas da casa de Israel”. Para Jesus, a imagem desse Reino de Deus consumado é a de um banquete – e, paradoxalmente, ele chega a afirmar que alguns de seus compatriotas judeus, os que não o aceitam, poderão ser os barrados no baile, enquanto gente “do Oriente e do Ocidente” – os pagãos – acabam sendo incluídos.

Retrato múltiplo

É possível extrair essas linhas gerais da missão de Jesus do material do Novo Testamento, mas é bem mais complicado afirmar se, durante sua vida terrena, Cristo considerava ser Deus encarnado, como diz o dogma cristão, ou mesmo tinha consciência plena de que sua morte na cruz serviria para redimir a humanidade, outra idéia que é central para a cristandade moderna.

O interessante, afirma Chevitarese, é que os textos do Novo Testamento parecem mostrar a convivência de várias visões sobre como e quando os cristãos consideravam que Jesus teria assumido seu status de Cristo, ou seja, de “ungido” (escolhido) e Filho de Deus. “Para Paulo [autor dos textos provavelmente mais antigos do Novo Testamento, datados por volta do ano 50], Jesus é o Cristo porque ressuscitou. O Evangelho de Marcos traz esse papel já para o batismo de Jesus feito por João Batista. Os Evangelhos de Mateus e Lucas recuam isso para o nascimento dele, enquanto João vê Cristo como preexistente ao próprio mundo. São quatro cristologias [visões sobre a natureza de Jesus] diferentes convivendo num espaço de 50, 60 anos.”

Como judeu, seria impensável para Jesus se colocar publicamente como igual a Deus, afirma Luiz Felipe Ribeiro. “Agora, isso não quer dizer que não houvesse uma autocompreensão de Jesus na qual ele se via como mais do que humano, uma autocompreensão messiânica, digamos.” Seria essa uma possível explicação para o misterioso título “Filho do Homem”, aparentemente empregada por Jesus para designar a si mesmo. Esse personagem aparece em vários escritos apocalípticos judaicos, muitos dos quais surgidos pouco antes do nascimento de Cristo. “Mas nem mesmo ali o Filho do Homem é igual a Deus – ele é mais um vice-regente, um segundo em comando”, diz Ribeiro.

Essas incongruências só são conhecidas porque os Evangelhos, apesar da fé religiosa por trás de sua composição, preservam uma trilha de pistas sobre o lado humano de Jesus. Tais pistas fortalecem o chamado critério do constrangimento, uma das principais maneiras de decidir se um fato ou uma fala do Novo Testamento remonta ao Jesus histórico. A idéia é que os evangelistas não inventariam passagens capazes de lançar dúvidas sobre o poder ou onisciência de Jesus.

O caso clássico do critério do constrangimento é o batismo de Cristo por João Batista no rio Jordão, afirma Emilio Voigt, doutor em Novo Testamento e professor da Escola Superior de Teologia de São Leopoldo (RS). “Se o batismo de João é para o arrependimento [dos pecados], porque Jesus precisaria ser batizado? Como Jesus, o Messias, poderia ser batizado por alguém teoricamente inferior a ele?”, diz o pesquisador. Segundo Voigt, a tradição cristã resolve isso por meio do “testemunho” de João – afirmações do profeta de que ele teria vindo apenas para proclamar a chegada de Jesus e de que, na verdade, não seria nem digno de batizá-lo.

Uma série de outros eventos constrangedores aparecem nos Evangelhos: os parentes de Jesus e os moradores de Nazaré o rejeitam como profeta, ele diz que “somente o Pai” conhece a hora da chegada do Reino, teme a aproximação da morte e, pregado na cruz, pergunta por que Deus o abandonou. Para John P. Meier, o registro de tantas situações potencialmente desencorajadoras sobre Jesus revela que os evangelistas estavam seguindo uma tradição histórica estabelecida e que eles não se sentiam totalmente livres para alterá-la a seu bel-prazer. E esse conservadorismo aumenta, de certa forma, a confiabilidade do “esqueleto” básico de fatos apresentado em tais textos.

Verdadeiro homem, verdadeiro Deus

Levando tudo isso em consideração, a fé cristã pode sair abalada ao confrontar o Jesus histórico? Os especialistas apostam que esse risco é menor do que parece. “A pesquisa histórica ajuda a compreender a atividade de Jesus e a contextualizar a fé. Pode ameaçar alguns dogmas eclesiásticos, mas não a fé propriamente dita”, diz Voigt, que também é pastor da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IELCB).

“Creio que o processo de formação das pessoas de fé cristã deve ajudar a perceber a riqueza que se encontra justamente no processo de interpretar os acontecimentos. Não podemos ler a Bíblia ao pé da letra. Como pessoas de fé, nossos antepassados vivenciaram processos muito criativos de leitura dos acontecimentos, atribuindo-lhes significados que, à primeira vista, não eram perceptíveis nem imagináveis. A Bíblia toda foi construída assim”, pondera o padre Léo Konzen.

“Apesar de ser a personificação do Divino, aqui na Terra Jesus era apenas um homem bruto, pobre, tão comum que dependia de muita oração e da ação do Espírito Santo para realizar seus feitos. Seria muito fácil se Ele morresse na cruz tendo a certeza de que era eterno. Mas era homem e, como homem, não tinha uma memória divina”, diz René Vasconcelos, estudante de teologia da Faesp (Faculdade Evangélica de São Paulo) e membro da denominação evangélica Assembléia de Deus.

Essa, aliás, é uma das pedras fundamentais da fé de quase todas as igrejas cristãs: Jesus é verdadeiro Deus, mas também é verdadeiro homem. A primeira parte da frase não pode ser comprovada ou refutada pela pesquisa histórica, mas a segunda metade dela também é capaz de tornar Jesus relevante para crentes – e até para agnósticos ou ateus – durante muito tempo ainda.

A versão impressa desta reportagem é a capa da última edição da revista “Galileu”, já nas bancas.

Fonte: G1

A laicidade francesa está doente, diz antropóloga

Confira a entrevista na íntegra com a antropóloga Nathalie Luca, especialista em seitas e pesquisadora do Centro de Estudos Interdisciplinares de Fatos Religiosos, ligado à Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais (EHSS), uma das escolas superiores mais respeitadas da França.

No seu entender, a Cientologia é uma seita ou não?

Para mim essa questão não faz sentido, porque se olhamos a situação na Europa, temos países onde ela é um culto registrado, e em outros − a maioria − as pessoas são totalmente indiferentes a essa nomenclatura, como na Bélgica, na Alemanha e na Itália, mesmo que nestes países ela ainda não tenha o status de culto. Na Suíça, se disse que não havia elementos suficientes para que se continuasse a atacar a Cientologia, e na Espanha, em Portugal e na Suécia ela foi registrada como culto. Para mim, essa pergunta de “é uma seita?” dá no mesmo que perguntar “ela é perigosa?”. Mas se ela fosse perigosa, como explicar que em certos países ela seja um culto e aqui seja uma seita? Eu colocaria a questão de uma outra maneira: o que faz com que, na França, a sociedade e os políticos tentem dizer às mídias para passar a mensagem de que a Cientologia é uma seita, ao mesmo tempo em que no exterior essa sentença não existe. Em outras palavras, o que significa uma seita para o Estado francês?

Até que ponto os franceses são contra a Cientologia somente por ser uma prática com origem no exterior?

Não é apenas porque vêm do exterior. Têm outras na mesma situação que não incomodam nem um pouco. O budismo tibetano vem de bem longe e, mesmo que em alguns países ele suscite interrogações, na França ele é adotado sem o menor problema. Jamais se ouve falar da menor crítica concernindo o budismo, que no entanto tem práticas que custam caro e mestres carismáticos que não se constrangem em ter relações sexuais com seus adeptos. Mas isso não incomoda. Então, não podemos dizer que “isso vem do exterior, então nós não gostamos”. O problema é quando nos perguntamos de onde isso vem. Quando vem do Tibet, nós gostamos; quando vem dos Estados Unidos, não gostamos tanto assim. Os franceses não gostam da Cientologia porque estimam que ela seja o cavalo de Tróia dos Estados Unidos. Que é aquele que nos invade, que vem nos colonizar sem que nos demos conta. A maioria dos movimentos que nos incomodam na França vem dos Estados Unidos. Mesmo os movimentos que não são de origem necessariamente americana, assim que eles transitam pelos Estados Unidos para depois chegar à Europa acabam aparecendo para nós como um cavalo de Tróia. Esse princípio vale também para a Igreja da Unificação e para outras, entre elas uma japonesa, que representam esses valores que a França teme, e mesmo que elas estejam por tudo, aqui. Temos a impressão de que recriminando a Cientologia e esse tipo de comunidades religiosas, nós vamos impedir o liberalismo de continuar o seu caminho na França.

Qual o papel da tradição católica francesa na luta contra essas novas religiões?

Temos uma longa história de tradição católica que foi perturbada com os casos de indulgências perdão divino vendido aos praticantes, que fizeram com que a França reagisse à Igreja Católica e dissesse que o dinheiro nunca mais deveria entrar em uma igreja. O dinheiro é sujo. Isso é tão forte aqui que um francês nunca lhe dirá quanto ele ganha. O dinheiro aqui é um tabu. Os movimentos que chegam dos Estados Unidos, mas não apenas de lá, mas de diversos outros países, não enxergam as coisas desta maneira, e pelo contrário: uma Igreja rica é uma Igreja que prova ser eficaz, que prova que funciona. Aqui, isso prova que é desonesta e que é preciso se enojar dela. Então surgem a todo o tempo processos de fraude contra a Cientologia e outras do gênero, que aliás quase sempre ganham os processos.

E a laicidade, ajuda para reforçar essa concepção?

A laicidade está no coração desta discussão e é a nossa arma mais importante, é a nossa jóia de família com a qual os franceses têm a impressão de formar uma sociedade a par das outras. O problema é que hoje a laicidade está doente e quanto mais ela se sente mal, mais tentamos fazer mais e mais leis para fazê-la reagir e colocá-la em forma. Mas isso não funciona, por causa da globalização. Porque os movimentos vêm de todos os lugares e não nascem em países laicos, nascem em países onde as religiões podem ter uma opinião sobre tudo e em todas as atividades, seja na econômica, na política, na educativa, na médica ou na terapêutica. Os franceses se dizem: “o que são esses movimentos que chegam aqui para se penetrar e infiltrar cerdas de atividades onde não têm nada a que fazer”, porque para eles o religioso é o privado. E se não é privado significa que eles, os invasores, querem nos manipular, se fazendo passar por essa atividade supostamente religiosa para na verdade nos levar a outro lugar.

A França está cada vez mais fechada para outras culturas, no seu ponto de vista?

A França está em crise. Os países que mais lutam contra as seitas são os países em crise e que precisam defender seus valores. Precisam encontrar alvos que façam a sociedade reagir em conjunto por seus valores. A França, então, encontrou as seitas. Graças às seitas, ela pode dizer, por intermédio das mídias e com alta cobertura: “olhem só que horror! olhem como eles são e lembrem que nós não somos assim!”. Ela tenta assim animar os franceses a reinvestirem em uma cultura em comum − mas que na realidade não é mais a mesma e nem mais comum. Ao invés de dar um passo à frente e se dizer que precisa se transformar, a França está hoje em uma etapa em que ela se fecha nela mesma e em seus valores, mesmo que os valores tenham evoluído na sociedade.

Você acredita que, neste último caso de processo contra a Cientologia, pode acontecer uma condenação da igreja baseada em uma atitude pessoal e de livre escolha adotada pela ex-membro?

É exatamente isso. O que é preciso compreender é que há muito tempo cultivamos a República e o Estado de Bem-Estar Social e esse Estado deve proteger o cidadão acima de qualquer coisa. No caso das seitas, o Estado deve proteger o cidadão mesmo contra a vontade dele. Se o Estado estima que a seita é perigosa para o cidadão, é preciso então protegê-lo. Se a população insiste em dizer que a tal seita lhe faz bem é porque não se deu conta de que na verdade ela lhe faz mal. Os políticos utilizam bem esse discurso: “eles dizem isso porque ainda não têm consciência do que vai acontecê-los depois”.

E se uma pessoa que comprar produtos da igreja e cansar destes produtos 10 anos depois, ela vai prestar queixa dizendo que não sabia que não gostaria do produto 10 anos depois. Então os políticos aproveitam e reafirmam: “vocês vêem? É a prova de que eles não se dão conta de que este produto era perigoso para eles! Eles são enganados! Eles tiveram todo o seu dinheiro roubado!” Isso acontece também freqüentemente durante os processos de guarda dos filhos depois de um divórcio litigioso. Uma das partes diz que o outro entrou em uma seita e por isso não pode mais cuidar dos filhos. Esse argumento às vezes convence o juiz, às vezes não. Então temos uma grande diferença em uma justiça de um país dogmatizado, ideologizado e fechado, e uma de um país realmente democrático, inclusive para os que querem seguir uma seita de livre e espontânea vontade. Ideologicamente falando, de certa maneira não estamos muito longe de uma China ou de uma Rússia, nestas questões.

Fonte: Terra

Igreja Anglicana deve desculpas a Darwin, diz clérigo

A Igreja Anglicana deve um pedido de desculpas a Charles Darwin (foto), por ter recebido com hostilidade a teoria da evolução no século XIX, escreveu um clérigo em um website da religião lançado nesta segunda-feira, 15.

O reverendo Malcolm Brown, que chefia o departamento de relações públicas da igreja, emitiu a declaração para marcar os 200 anos de Darwin e os 150 anos do livro A Origem das espécies. Ambas as datas serão celebradas em 2009.

Brown disse que a Igreja da Inglaterra deveria dizer que lamenta não ter entendido as descobertas do naturalista na época e, “por reagir de forma errada no início, ter encorajado outros a interpretar (Darwin) errado também”.

A Igreja Anglicana disse que a declaração de Brown reflete a visão da hierarquia, mas não constitui um pedido oficial de desculpas.

A postura da igreja difere da de cristãos fundamentalistas, que acreditam que a teoria evolutiva é incompatível com o relato bíblico da criação.

Darwin nasceu numa família anglicana, foi educado num internato da igreja e chegou a estudar para o sacerdócio. Mas sua teoria de que as espécies evoluem ao longo das gerações por um processo de seleção natural colocou-o em conflito com a igreja.

A Igreja Anglicana não assumiu uma postura oficial de oposição ao darwinismo, mas muitas figuras importantes da igreja combateram as idéias de Darwin.

Em um debate na Universidade Oxford em 1860, o bispo Samuel Wilbeforce perguntou a um apoiador de Darwin, o cientista Thomas Huxley, se ele descendia de um macaco pelo lado da mãe ou pelo lado do pai.
Em 1992, o papa João Paulo II disse que Igreja Católica Romana tinha errado ao condenar Galileu Galilei por afirmar que a Terra gira em torno do Sol.

Mas um descendente de Darwin disse que as desculpas não têm muita utilidade. “para que se preocupar?”, disse tataraneto de Darwin, Andrew Darwin, ao jornal Daily Mail. “Quando as desculpas chegam 200 anos depois, é menos para corrigir um erro e mais para fazer com que a pessoa ou organização que pede as desculpas se sinta melhor”.

Fonte: Estadão

Médium “Dr.Fritz” diz que não realizará mais atendimentos em Pernambuco

O médium mineiro Kléber Aran Ferreira e Silva, que diz incorporar o espírito do médico alemão Dr. Fritz, informou nesta segunda-feira (15) que não realizará mais atendimentos em Pernambuco.

A decisão foi tomada após a Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) apreender, na última sexta-feira (12), os instrumentos cirúrgicos utilizados pelo médium.

De acordo com o gerente da Apevisa, Jaime Brito, os instrumentos utilizados por Kléber Aran se encontravam em condições irregulares de uso. “Ele não poderia realizar os procedimentos naquelas condições. O nosso dever é de zelar pela saúde da população”, diz.

Marconi Dias, advogado do médium, rebate as declarações de Jaime Brito e diz que não vê muita diferença do local utilizado por Kléber Aran nos atendimentos para o ambiente dos hospitais públicos.

“Eu acredito que não se diferencia muito das emergências do nosso Estado. Elas estão sucateadas e passam por uma situação muito difícil. Se ele utiliza aquele equipamento daquela forma, ele se responsabiliza pelas conseqüências”, afirma Dias.

O médium, que deveria ter prestado depoimento hoje, não compareceu à Delegacia do Consumidor. O delegado Roberto Wanderley disse que pedirá a prisão preventiva de Kléber Aran caso ele não se apresente à polícia até o final da semana.

Desde o último dia 31 de agosto, mais de dez mil pessoas foram assistidas por “Dr. Fritz” na capital pernambucana.

Fonte: Blog do Jamildo

Pastor machuca fiel durante oração em Goiás

O pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, identificado apenas como Rone, machucou a fiel Ana Jorge Siqueira, 68, durante uma oração do descarrego realizada por volta das 17h do domingo (14).

Segundo informações da Polícia Civil, o pastor jogou a vítima no chão, provocando intencionalmente as lesões. Ainda de acordo com a PC, a senhora teve o rosto lesionado, com vários hematomas provocados pela queda.

Ana só procurou a Delegacia na tarde desta segunda-feira, inconformada, para registrar o caso. De acordo com o delegado Espagner Wallysen Vaz Leite, o pastor vai responder por crime de lesão corporal. A gravidade das lesões só será definida após laudo do exame de corpo de delito.

O pastor deve ser chamado hoje (16) pelo delegado para prestar esclarecimentos.

Fonte: Fonte: DM Online

Crivella diz que mantêm política de aborto e apoio a Parada Gay

Em sabatina a editores e repórteres do jornal “O Globo”, o candidato a prefeito do Rio e bispo da Igreja Universal, Marcelo Crivella, disse nesta segunda-feira que respeita e manterá a política de aborto – autorizado em caso de estupro ou de risco de vida para mãe e que continuaria apoiando eventos como a Parada Gay.

– A lei prevê aborto em caso de estupro e risco de vida para a mãe. Não se discute lei. É para ser cumprida. Todo brasileiro se submete a ela – disse ele, lembrando que, nem como senador, nunca pensou em propor uma mudança na legislação federal.

O candidato disse, no entanto, que se fosse mulher, não faria o procedimento:

– Se eu fosse mulher e tivesse que tomar essa decisão, eu não faria. Eu acho que o aborto é do ponto de vista da criança o fim sem começo. E, do ponto de vista da mulher, o começo de uma dor sem fim.

Crivella esclareceu que, apesar de suas convicções religiosas, não fará nenhum tipo de patrulhamento e disse que respeitará as preferências culturais e sexuais.

– Podem esperar onda de políticas públicas, não farei patrulhamento. Vou respeitar as preferências culturais e sexuais – afirmou.

Indagado se a prefeitura continuaria apoiando eventos como a Parada Gay, em sua gestão, Crivella respondeu que sim.

– Tudo que a prefeitura vem fazendo e tem aplauso da população, eu não vou mexer.

Mas, ao ser questionado se participaria do evento, Crivella recusou:

– Não. Vou a jogo no Maracanã. Cada um tem a sua preferência. Um gosta de samba, outro de funk – comparou.

O candidato também reforçou que não nomeará nenhum membro da igreja para seu secretariado, caso seja eleito.

– Eu prometi que não vou nomear nenhum membro da minha igreja no meu secretariado. Pedi a eles que compreendessem – afirmou.

Crivella disse ainda que não pretende implantar ensino religioso nas escolas públicas.

– Ensino para os meus filhos. Quando era pastor, ensinava na igreja. Escola tem que seguir preceito pedagógico preparado pelos nossos técnicos. Em casa, os pais podem ensinar a seus filhos. Acho que nós precisamos de fé – encerrou.

Fonte: O Globo

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