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Atividade religiosa e relações trabalhistas são temas de debate

Juristas, especialistas e representantes de entidades avaliam a aplicabilidade do Direito do Trabalho em instituições religiosas que, segundo estudos, chegam perto de 84 mil no Brasil. Só entre 2002 e 2005, foram criadas 13,3 mil entidades que se dedicam a atividades confessionais.

O exercício do trabalho religioso e os direitos trabalhistas de quem os executa é o tema do próximo Crise em DebAAT. A Associação de Advogados Trabalhistas de São Paulo (AATSP) promove no dia 4 de setembro (quinta-feira), mais uma edição do tradicional ciclo de debates sob o tema “Trabalho Religioso – Empregado ou Servo de Deus?”.

Representantes de todos os setores da sociedade; em especial, da Advocacia Trabalhista, de Entidades Religiosas, Sindicais, da Magistratura e da imprensa nacional; estarão reunidos para avaliar a situação em que se encontram pessoas que atuam na área. “A diferença entre exercício de fé e atividade profissional, a subordinação e eventuais conflitos de interesse entre prestador e tomador dos serviços são questões que, não raro, geram considerável polêmica”, lembra Dra. Fabíola Marques, presidente da AATSP. “Além disso, o contraste entre o número de novas entidades dessa natureza e o baixo índice de profissionais que emprega, deve ser avaliado”, considera.

Segundo estudo do IBGE, realizado em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais (ABONG) e o Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE), a partir do Cadastro Central de Empresas (CEMPRE); em 2005, existiam 338 mil Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos (Fasfil) em todo o País. Cerca de um quarto delas (24,8%) são entidades religiosas, das quais a maior parte (57,9%) concentra-se na região Sudeste. Só no período entre 2002 e 2005, foram criadas 13,3 mil entidades que se dedicam a atividades confessionais. A média de profissionais formalizados no segmento se restringe a 1,4 trabalhador por entidade. Já o salário médio mensal fica em torno de R$ 718,00.

Para avaliar a questão, foram convidados: a Dra. Ana Amélia M. Camargos, conselheira da AATSP e autora do livro “Direito do Trabalho no Terceiro Setor” (Ed. Saraiva); o desembargador e Postgrado em Derecho Del Trabajo por La Universidad de Castilla-La Mancha, Valdir Florindo; o advogado, teólogo e Professor da Faculdade Teológica Batista de São Paulo, Pastor Valdo Romão e a advogada da Igreja Universal do Reino de Deus, Dra. Simone Galhardo. A presidência da mesa fica a cargo da presidente da AATSP e Profª. Doutora da PUC-SP, Fabíola Marques.

Trabalho Religioso – Empregado ou Servo de Deus? Dia 4 de setembro, às 19 horas Sede da Associação dos Advogados Trabalhistas de São Paulo (AATSP), Av. Ipiranga, nº 1267 – 3º andar – Centro – São Paulo (SP).

Debatedores: Ana Amélia Mascarenhas Camargos – advogada, doutora em Direito do Trabalho pela PUC/SP, professora universitária, conselheira da AATSP e autora do livro “Direito do Trabalho no Terceiro Setor” (Ed. Saraiva).

Desembargador Valdir Florindo é Juiz Togado do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo – 2ª Região; Bacharel pela Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo; Postgrado em Derecho Del Trabajo por La Universidad de Castilla-La Mancha, Campus Del Toledo-España; Autor do livro “Dano Moral e o Direito do Trabalho” (Editora LTr/SP).

Pastor Valdo Romão – Diretor Executivo da Convenção Batista do Estado de São Paulo, Advogado, Contabilista, Teólogo e Professor da Faculdade Teológica Batista de São Paulo.

Dra. Simone Galhardo – Advogada da Igreja Universal do Reino de Deus, pós-graduada pela PUC-SP (Direito do Trabalho) e pela FGV-SP (Direito Empresarial do Trabalho)

Presidentes de mesa: Fabíola Marques – Presidente da AATSP e Profª. Doutora da PUC-SP. Inscrições: Gratuitas | Informações: Tel. (11) 3229-8389 | Site: www.aatsp.com.br |. Realização: Associação dos Advogados Trabalhistas de São Paulo (AATSP).

Fonte: Fator Online

Pastores presos podem enfrentar acusação de traição

O regime ditatorial da Eritréia tem planos de prestar formalmente acusação contra vários pastores protestantes presos nos últimos quatro anos. Na pequena nação africana dominada por aquilo que é considerado, por muitos, um dos mais brutais e paranóicos governos do mundo em relação à liberdade religiosa e de expressão, a pena por traição é a morte.

Os parentes e os membros das igrejas dos pastores presos estão “muito ansiosos” por causa dessas notícias não confirmadas, disse uma fonte à agência de notícias Compass.

Três dos mais importantes pastores protestantes – os líderes da Igreja do Evangelho Pleno, Haile Naizghi e o Dr. Kifle Gebremeskel; e Tesfatsion Hagos, da Igreja Evangélica Rema, estão presos há quatro anos, e incomunicáveis.

De acordo com uma reportagem investigativa publicada pela ONG Repórteres Sem Fronteiras, os três pastores “desapareceram no sistema carcerário de Eritréia desde sua prisão em maio de 2004”.

A reportagem , publicada em maio, apontou o conselheiro especial da Presidência e ministro governamental Naizghi Kiflu como “o homem, dentro do governo, encarregado de aniquilar com as igrejas”.

Em maio de 2002, Kiflu negou reconhecimento a 36 igrejas e grupos religiosos sob o pretexto de que “eles supostamente encorajam a insurreição e sustentam reder de desertores”, dizia o relatório.

As leis erítreas proíbem que um cidadão permaneça mais do que 30 dias preso sem que uma queixa seja oferecida. Apesar disso, o governo se recusa a oferecer queixa contra os pastores ou mesmo dar um motivo por prendê-los e a outra centena de membros de igrejas.

Sabe-se que, pelo menos outros 15 pastores, padres e diáconos estão entre os mais de 2.000 cristãos presos em penitenciárias, delegacias de policia e quartéis em toda Eritréia devido a suas crenças e práticas religiosas. Eles têm sido repetidamente espancados e torturados, e por vezes trancados em contêineres de metal ou em celas subterrâneas para que neguem a fé.

Prisões no Dia da Independência

Em maio, a policia invadiu uma casa e prendeu 25 cristãos que estavam reunidos no Dia da Independência para orarem pela nação.

Fontes confirmaram que 20 homens e cinco mulheres foram presos enquanto se reuniam em uma casa em Adi-Kuala, no sábado, dia 24 de maio. As 25 pessoas fazem parte do grupo Medhane, movimento de renovação espiritual da Igreja Ortodoxa Eritréia.

Os prisioneiros estão na delegacia de policia de Adi-Kuala, cidade próxima a fronteira com a Etiópia. Mas as fontes locais continuam temerosas de que as autoridades estejam planejando transferi-los ao o Wi, um centro de treinamento militar conhecido pelo tratamento brutal que dispensa aos seus prisioneiros religiosos.

Prisioneiros livres

Ao mesmo tempo, a agência Compass confirmou a libertação de dois grupos de cristãos que estavam presos há três meses. Dez membros da Igreja do Deus Vivo, denominação dissidente da Igreja Ortodoxa Eritréia, foram libertados depois de ficarem três meses presos na delegacia de policia de Mendefera.

Segundo relatos, outras 15 pessoas, membros da Igreja Kale Hiwot, que estavam presas na delegacia de policia de Keren, também foram libertadas.

Todos os cristãos libertados foram obrigados a pagar uma fiança de aproximadamente de R$ 8 mil por pessoa. Ao libertá-los as autoridades os preveniu de que não se envolvessem mais em nenhuma atividade de cunho cristão no futuro. Alguns deles foram forçados a deixar propriedades como garantia pela fiança.

Em maio de 2002, o governo do presidente Isaias Afwerki, de inclinação marxista, tornou ilegal qualquer igreja protestante independente, ordenou que os templos fossem fechados e criminalizou os cultos domésticos.

Em maio de 2005, o embaixador da Eritréia nos Estados Unidos argumentou no programa de rádio Voz da América argumentou que os protestantes independentes eram cristãos “equivalentes à al-Qaeda” e ofereciam uma ameaça terrorista para a nação.

Em princípio, a ação do governo visava apenas as congregações pentecostais e carismáticas, que crescem rapidamente no país. Entretanto, o governo também tem interferido nos assuntos internos da Igreja Ortodoxa e levado líderes eclesiásticos e leigos para a prisão, forçando a igreja a substituir seu corpo de patriarcas anciãos por um apontado pelo governo.

Desde maio de 2002, apenas as igrejas Ortodoxa, Católica e Luterana são classificadas pelo governo da Eritréia como denominações cristãs “históricas” e têm permissão para funcionar legalmente. Aproximadamente metade da população do país é muçulmana.

Fonte: Portas Abertas

Audiência da Rede Record cai 21% em dois meses

Pelo segundo mês consecutivo, a rede de Edir Macedo perdeu audiência na Grande São Paulo. A emissora, que atingiu o auge em junho, quando registrou média diária (das 7h às 24h) de 9,6 pontos, caiu para 8,4 em julho e para 7,6 em agosto. Em dois meses, acumula queda de 21%. Está apenas 0,2 ponto acima do patamar de um ano atrás.

Executivos da Record afirmam que os desempenhos de julho e de agosto foram prejudicados pelas férias escolares e pela Olimpíada. De fato, a emissora registrou ligeira recuperação na semana passada, mas seus carros-chefes, as novelas “Os Mutantes” e “Chamas da Vida”, agora na casa dos 14 pontos, estão bem distantes dos 18 que atingiam em junho.

Como o SBT também caiu em agosto (de 7,2 em julho para 6,9), a Record ainda mantém a vice-liderança isolada na Grande SP. No Ibope nacional, estão praticamente empatadas.

A Globo, graças a Pequim e à recuperação de “A Favorita”, elevou a média diária para 18,2 pontos, alta de 9%. A Band marcou 3,2 pontos (alta de 33%).

De cada cem domicílios com televisores ligados, 40 estavam sintonizados na Globo. A Record, que tinha em junho 21,4% de participação, caiu para 16,7%. Ou seja, perdeu quase cinco de cada 100 domicílios.

A Record, contudo, comemora um crescimento de 21% no acumulado de janeiro a agosto deste ano, em relação ao mesmo período de 2007.

Fonte: Folha de São Paulo

Oito anos de ministério e 700 dalits convertidos

Há oito anos, Sabal Chintan e sua esposa, missionários da organização Gospel for Asia, sentiram o chamado de Deus para certa região de Uttar Pradesh, na Índia, onde milhares de dalits (conhecidos como casta dos intocáveis) habitam.

Esperando nada além do que mostrar a este precioso povo o quanto Cristo os ama, Sabal e Medini imediatamente passaram a estender as mãos aos habitantes.

Entretanto, para a surpresa do casal, ninguém sequer falava com nenhum dos dois.

Virtualmente escravizados na extremidade inferior do sistema de castas indiano, “os intocáveis” têm sido odiados e desprezados por milhares de anos.

Muitos deles trabalham de maneira opressiva por horas em busca de um salário irrisório. Como eles são tratados pelas castas superiores como pessoas sem qualquer valor, aquele grupo de dalits não se considerava digno o suficiente para interagir com Sabal e Medini.

Jejum e oração

Determinados a encorajarem essas almas desesperadas, o missionário e sua esposa jejuaram e oraram por três dias. Então, Sabal e Medini foram a todas as casas do vilarejo para que conhecessem os dalits que ali moravam.

À medida que os dois continuavam a visitá-los, Medini passou a desenvolver uma amizade com as mulheres locais.

“Nunca uma pessoa demonstrou amor a nós como você o faz”, disseram as mulheres a Medini.

Logo, Sabal e Medini estavam compartilhando acerca de Jesus de modo simples para que os habitantes pudessem compreender. Eles explicavam que Jesus veio para libertar o oprimido e que somente Ele pode dar paz e libertação.

Sabal e Medini também alcançaram os filhos dos “intocáveis” ensinando-os o alfabeto e as boas-maneiras através de versículos bíblicos, músicas e histórias. Muitas crianças jamais tinham freqüentado a escola e se sentiam muito contentes com a oportunidade do aprendizado.

Lentamente, Sabal e Medini ganharam a confiança da população local, e o povo passou a compartilhar com eles seus problemas para que pudessem orar. Logo, havia tantas pessoas trazendo pedidos que eles necessitavam de um local para que tivessem reuniões de oração.

Foi neste momento que o líder da comunidade naquela área convidou Sabal e Medini para uma reunião em sua casa. Todas as semanas seguintes, diferentes famílias recebiam o estudo em suas casas. Em cada reunião, Sabal ensinava sobre a Palavra de Deus, e as pessoas, desejosas, “bebiam” suas mensagens.

Transformação gradativa

Ao perceberem que eram tratados como semelhantes nas reuniões de oração, a baixa auto-estima dos dalits começou a desaparecer. E o Senhor honrava a singela fé que possuíam curando muitas de suas doenças quando Sabal orava por eles.

Após verem o amor de Deus para com eles, muitos dos dalits passaram a seguir Jesus, e então começaram a compartilhar seus testemunhos com as outras pessoas da região.

Logo, habitantes de outros 16 vilarejos passaram a convidar Sabal para que fosse e realizasse reuniões de oração também em suas cidades.

De bicicleta, Sabal viajava todos os dias para diferentes vilarejos para ministrar aos “intocáveis”. Hoje, como resultado de seu testemunho do amor e aceitação de Cristo, mais de 700 dalits são cristãos nesses vilarejos.

Sabal pede oração para que mais dalits reconheçam o valor que têm em Jesus. Ele ainda pede oração para que Deus envie mais trabalhadores para ajudarem nesta colheita em Uttar Pradesh.

Fonte: Portas Abertas

Cristãos discordam de pontos da nova Constituição equatoriana

Líderes protestantes também fazem oposição a alguns pontos da nova Constituição, assim como os católicos. Os pastores Francisco Loor e Nelson Zavala declararam que pelo menos 200 artigos da Constituição são imorais.

Além disso, apesar de se dizer um Estado secular, o texto evoca uma deidade indígena: “Nós, o soberano povo do Equador, celebramos a natureza, a Paccha Mama, da qual somos parte e que é parte vital da nossa existência.”

Eles também contestaram a declaração do presidente Rafael Corrêa de que a oposição da Igreja era antiquada. Funcionários do governo, incluindo Corrêa, criticaram duramente os líderes da Igreja por sua posição e acusaram os clérigos de disseminar informações erradas nos sermões sobre os documentos.

“Esta é uma Constituição que defende a vida”, disse Corrêa. “O texto é claro. O mais é simplesmente ignorância ou má-fé em continuar jogando o jogo dos grupos que querem poder”, disse o presidente.

Augusto Barrera, coordenador entre o Executivo e a Assembléia Constituinte, disse: “Não é verdade que a Constituição favorece o aborto. Ela sem dúvida protege a vida e estabelece proteção e cuidado desde o início, isto é, da concepção”. Ele também acusou a Igreja de estar ligada a organizações de oposição à Corrêa e sua aliança com o presidente de esquerda da Venezuela Hugo Chávez.

Rafael Corrêa também questionou a posição da Igreja com relação à liberdade religiosa apresentada no documento. “A nova Constituição reconhece o direito de uma pessoa praticar, manter, mudar ou professar sua religião em público ou em particular e compartilhá-la com outros”, disse ele.

O arcebispo de Guayaquil, Antonio Arreguis, disse que a Igreja está preocupada com a liberdade religiosa e o direito da igreja de funcionar livremente. “Nós não entraremos em uma discussão com o presidente e nem limitaremos nosso direito de livre expressão, incluindo a expressão de nossas crenças religiosas”, disse ele. “Nós iremos trabalhar para influenciar a consciência dos cristãos sobre estes assuntos. Cada cidadão é livre para tirar suas próprias conclusões sobre como eles devem votar”.

Deidade Indígena ou estado secular?

Além disso, a menção de uma deidade indígena, Paccha Mama, na Constituição proposta contribuiu para a divergência entre o presidente do Equador com os líderes católicos romanos e os protestantes. “Nós tememos que esta invocação de uma deidade inca, a Paccha Mama [Mãe Terra], um ser divino para os grupos indígenas, seja uma adoração a Paccha Mama”, disse o pastor Loor, que lidera uma igreja da Assembléia de Deus na cidade portuária de Guayaquil. “Incluir isso na Constituição é um retorno a centenas de anos atrás quando fogo e ar eram adorados”.

Além disso, o pastor Loor acusou que a inclusão da Paccha Mama contradiz o novo documento apresentado como sendo secular. A nova Constituição, que foi aprovada no último mês de julho por uma assembléia eleita, será votada em um referendo nacional em 28 de setembro, registra em seu prefácio: “Nós, o soberano povo do Equador, celebramos a natureza, a Paccha Mama, da qual somos parte e que é parte vital da nossa existência.”

O capítulo do documento sobre direitos da natureza declara: “A existência da natureza, ou Paccha Mama, onde nós reproduzimos a vida, tem o direito de ser respeitada”.

Carlos Pilaminga, um dos representantes na Assembléia Constituinte do partido político indígena Pachakutik, acusou protestantes e católicos romanos de não entenderem a “cosmovisão indígena”. Paccha Mama, disse ele, não é uma deidade, mas “é um espaço eterno onde nós vivemos e do qual somos parte. Pachakamak é nosso criador, o que os católicos chamam de Deus e os evangélicos [protestantes] chamam Jeová.” “Nossos irmãos evangélicos não compreendem nossa religiosidade e espiritualidade”, acrescentou Pilaminga.

A Constituição tem sido controversa no Equador e internacionalmente porque tem sido vista como consolidadora do poder do presidente sobre vários setores do governo, incluindo o sistema bancário e aos tribunais de Justiça. O documento também permite que Rafael Corrêa concorra a mandatos adicionais.

Pesquisas recentes indicaram que a Constituição está tendo maior aceitação, mas ainda não ganhou apoio suficiente para ser aprovada. A aprovação necessita de 50% mais 1 voto dos que participarem do referendo.

Fonte: Portas Abertas

No México, a polêmica pela lei do aborto está longe de terminar

Em 28 de agosto, o Supremo Tribunal do México considerou constitucional a lei do aborto. Desde que o poder legislativo votou a favor da lei, em abril de 2007, 85% dos ginecologistas dos hospitais públicos da Cidade do México declararam ser escrupulosamente contra.

Quando o governo da Cidade do México tornou o aborto legal ano passado, também começou a oferecer esse procedimento a todas as mulheres que o solicitavam. Isso inclui as mulheres mais pobres da cidade, que por anos recorriam a clínicas ilegais e parteiras, enquanto mulheres ricas freqüentavam consultórios médicos particulares para acabar, sem alardes, com uma gravidez indesejada.

No entanto, ajudar as mulheres pobres a ter o mesmo tipo de acesso a esse procedimento se tornou quase tão complicado quanto aprovar a lei, um divisor de águas nesse país católico e em uma região onde quase todos os países restringem severamente o aborto.

Desde que o poder legislativo da cidade votou a favor da lei, em abril de 2007, 85% dos ginecologistas dos hospitais públicos da cidade declararam ser escrupulosamente contra. E mulheres reclamam que, mesmo nesses hospitais que realizam abortos, a equipe é geralmente hostil, humilhando-as e colocando barreiras burocráticas.

“Tivemos que resolver como oferecer o serviço nas pressas”, disse o secretário de saúde da cidade, Dr. Armando Ahued. “Fomos aprendendo o andar da carruagem”.

Recentemente, mesmo com a ala esquerdista do governo da cidade modernizando seus serviços de aborto, a lei enfrentou seu maior desafio – nos tribunais.

Em 28 de agosto, o Supremo Tribunal do México considerou constitucional a lei do aborto. A Corte rejeitou o recurso de inconstitucionalidade da norma apresentado pelo governo federal conservador e respaldado por grupos anti-aborto.

Mais debates

O debate provavelmente não deve acabar com uma decisão judicial. Grupos anti-aborto já disseram que irão pressionar para a realização de um referendo, caso o tribunal decida contra os ideais deles, argumentando que essa é uma forma melhor de decidir sobre uma questão de tamanha importância.

“É um debate sobre verdades absolutas”, disse Armando Martinez, presidente do Colégio de Advogados Católicos do México. “Esse tema não está sujeito a debates”.

No resto do México, os estados permitem abortos somente em circunstâncias limitadas, como estupro e incesto, e a organização Human Rights Watch relata que, na prática, esses abortos são praticamente impossíveis de se obter.

A Cidade do México ignorou a batalha filosófica, realizando planos que, oficiais afirmam, irão ajudá-los a alcançar as expectativas do espírito da lei. “Para as pessoas que têm dinheiro, isso não era um problema”, disse Ahued, que enxerga a lei como uma correção de um erro que colocou muitas mulheres pobres em risco. “Mas para nossa gente sem recursos, o que podiam fazer? Apelavam para clínicas clandestinas”.

Depois que vários médicos se recusaram a realizar abortos, a cidade contratou quatro novos médicos para ajudar a administrar a demanda em 14 hospitais públicos onde a cidade inicialmente oferecia abortos. Agora, 35 médicos realizam esse procedimento em instalações médicas públicas.

Pelo fato de a cidade ter determinado que seus serviços não eram rápidos o suficiente, médicos foram treinados para administrar pílulas abortivas quando possível e realizar procedimentos cirúrgicos mais rápidos.

Ainda não está claro quantas mulheres podem ter decidido não praticar o aborto nos já superlotados hospitais públicos devido à demora para marcação de consultas ou porque elas teriam que esperar tempo demais para a ultra-som exigida.

Números

Desde que abortos em geral deixaram de ser ilegais, em abril de 2007, médicos realizaram (ou supervisionaram, no caso do uso de pílulas), cerca de 12.500 dos procedimentos abortivos em clínicas e hospitais públicos, segundo o Ministério da Saúde.

Mas pelo menos algumas mulheres tentaram outros métodos.

Alejandra, 24 anos, que trabalha para o instituto da mulher da cidade, disse que quando foi realizar um aborto no ano passado em um hospital público, uma assistente social de lá disse que ela teria que pagar pela ultra-sonografia, que deveria ser gratuita, e que ela deveria estar acompanhada por um membro da família. Assustada com a descrição dos riscos e do procedimento em si, ela deixou o hospital correndo.

Alejandra acabou tomando pílulas para induzir o aborto, sem consultar um médico, e desenvolveu uma infecção grave. Ela pediu para ser identificada somente com seu primeiro nome, pois, segundo a jovem, foi recentemente ameaçada de morte por falar em um evento na cidade que comemorava a nova lei.

Outra mulher, uma professora de literatura de 27 anos, que se pronunciou em anonimato, disse que suas amigas lhe contaram que foram tratadas como prostitutas nos hospitais públicos. Ela também tomou pílulas abortivas, mas disse que não fizeram efeito, o que exigiu uma visita ao médico para completar o procedimento.

Para acelerar o tratamento, agentes do governo estão removendo casos de aborto de baixo risco dos superlotados hospitais públicos para três clínicas públicas menores – baseados, em parte, nos modelos do Reúno Unido e dos Estados Unidos. A equipe menor desses lugares deveria dar mais apoio às mulheres, esperam os agentes do governo.

Há poucos dias, em uma dessas clínicas, chamada Beatriz Velasco de Alemán, em um bairro de operários, as mulheres esperavam com amigas, maridos e namorados em um pequeno pátio, conversando, jogando com o celular ou olhando para o nada.

Religião x aborto

Uma mulher de 27 anos, casada e mãe de dois filhos, que veio à clínica para abortar afirmou não ver nenhuma contradição entre sua religião e o aborto. “Sou católica, mas agora a lei foi aprovada”, ela disse, enquanto entrava na clínica para sua consulta.

Mas existe um sinal de oposição na clínica. Brenda Vélez e dois assistentes do grupo anti-aborto Pro Vida chegam todos os dias às 11h da manhã para rezar o rosário e distribuir panfletos.

No entanto, os dois lados dessa história confinam seus argumentos aos tribunais. Até mesmo a poderosa Igreja Católica, que ameaçou legisladores com a excomunhão ano passado se eles aprovassem a lei, calou sua retórica política. No fim, a igreja não expulsou nenhum legislador que votou a favor.

Tem havido alguns poucos protestos públicos à medida que se aproxima a decisão judicial, mas nenhum lado mobiliza grandes forças massivas. Sãos os próprios médicos que se vêem na linha de frente quando é hora de tomar partido.

Uma ginecologista que trabalha em um hospital público e que é mãe afirmou ser contra a legalização do aborto porque não se sentia confortável em interromper uma vida. Algumas mulheres, ela disse, “são irresponsáveis, porque existem métodos contraceptivos”. Ela pediu para não ser identificada.

Aqueles que decidem realizar o aborto dizem que não tem sido fácil. Dr. Laura García foi a única de 13 ginecologistas de seu hospital que concordou em praticar abortos ano passado. Alguns dias, ela conta, ela chega a realizar até sete ou oito cirurgias abortivas.

“Tornei-me uma guerreira, defendendo minhas convicções”, disse García, que se mudou para um novo hospital em maio, onde o governo planeja realizar abortos para garotas.

Ela disse que foi insultada por colegas e perseguida nas ruas por pessoas contra o aborto. Porém, disse que o fato de ter testemunhado o que acontecia às mulheres antes da legalização do aborto – ela viu casos de choque séptico e hemorragia descontrolada devido a abortos mal-feitos – a ajuda a continuar.

“Estou contribuindo para o resgate dos direitos das mulheres”, disse García. “No México, as mulheres sempre foram marginalizadas”.

“Sou católica, mas tenho minhas convicções”, acrescentou. “Não acho que vou para o inferno. Se eu for, vai ser por outro motivo, não esse.”

Fonte: G1

Le Monde: A influência discreta da Igreja italiana sobre a vida política do país

Diante de tal acontecimento, os olhos desses dois estão brilhando. Marcando presença nos quatro dias do evento, Gianpietro e Caterina – um casal de Treviso – circulam para cima e para baixo nas alamedas da 29ª edição do “Encontro em prol da amizade entre os povos”, convencidos de estarem assistindo a um verdadeiro milagre.

“E vocês viram essa multidão?”, comentam com ansiedade. “E essa juventude! E os olhares das pessoas!”

Ocorreu mesmo algum milagre em Rimini, uma cidade de veraneio do mar Adriático onde predomina o concreto armado e cujo nome sugere muito mais o “far-niente” e as loções de proteção solar do que um mistério da fé? Ao encerrar-se no sábado, 30 de agosto, com um extenso discurso de José Manuel Barroso, o presidente (português) da Comissão Européia, o Encontro de Rimini, uma das mais importantes reuniões de católicos que se possam ver na Europa, bateu mais uma vez todos os recordes.

No decorrer de uma semana, cerca de um milhão de visitantes participaram de debates, de colóquios, visitaram exposições, assistiram a concertos… Cerca de 3.000 benévolos gastaram seu próprio dinheiro com hospedagem e alimentação para guiarem os fiéis por este labirinto de salas e vestíbulos de exposições onde, no passado, foram vistos João Paulo 2º, Madre Teresa de Calcutá, o dalai-lama, o cardeal Ratzinger antes que ele se tornasse papa, Lech Walesa, Eugène Ionesco, Andrei Tarkovski, e muitos outros.

Neste ano, mais uma vez, homens políticos italianos de todas as tendências compareceram às dezenas. O Encontro de Rimini é um evento do qual todos eles precisam participar. Diariamente, uma publicação que sintetiza os principais artigos e comentários da mídia e da imprensa generalista e especializada, é editada pela centena de jornalistas presentes. São 100 páginas, apenas para os artigos da imprensa escrita. Diante disso, as grandes companhias não se fazem de rogadas para bancarem a fatura de 10 milhões de euros (cerca de R$ 24 milhões) necessária para a organização deste evento.

Além disso, o Encontro de Rimini também constitui a parte mais visível de um iceberg chamado “Comunhão e Libertação” (Comunione e Liberazione), um movimento eclesial fundado por Dom Luigi Giussani (1922-2005). Vinculado à hierarquia do Vaticano e afinado com os valores da Igreja italiana, o movimento Comunhão e Libertação tem como objetivo educar para a aprendizagem da fé cristã. E ele não esconde a sua estratégia: infiltrar-se nos centros de poder, a saber, as grandes empresas, por intermédio da Companhia das Obras Religiosas, e também nas esferas políticas, principalmente onde se encontram os representantes do Centro e do Partido das Liberdades (PdL), liderado por Silvio Berlusconi.

“Nós temos entre os nossos membros, filiados que participam da vida política, mas o nosso movimento não tem por vocação fazer política”, explica Dom Stefano Alberto, um companheiro dos primeiros anos de existência do movimento Comunhão e Libertação. “E mesmo assim, não há mais do que quatro ou cinco deputados dos quais tenho mesmo a certeza de que eles pertencem à nossa comunidade”. “Eles são uma dezena, não mais”, explica, por sua vez, Mario Mauro, o vice-presidente do Parlamento europeu.

Haverá também alguns ministros entre eles? “Sim, com toda certeza”, acrescenta um deputado, que cita Angelino Alfano, o ministro italiano da justiça, autor da lei de imunidade que tanto beneficiou a Silvio Berlusconi, e Mariastella Gelmini, a ministra da instrução. Vale também mencionar Roberto Formigoni, o poderoso presidente da região da Lombardia.

Pouco numerosas, porém visíveis e influentes, essas personalidades políticas atuam como intermediárias para a mensagem oficial da Igreja. Semanalmente, o deputado Maurizio Lupi (PdL) organiza um encontro, no próprio recinto do Montecitorio, a Assembléia Nacional (legislativa) italiana, no qual se reúnem seus colegas, membros do Comunhão e Libertação, além de integrantes não políticos do movimento e de simpatizantes. Trata-se de uma reunião multipartidária na qual são elaboradas as sínteses e as estratégias para os combates, entre outros aquele que diz respeito à escola livre, que a Igreja gostaria o quanto antes de impor como prioridade no calendário do governo.

“Valores não negociáveis”

Será o movimento Comunhão e Libertação um braço político da Igreja? A hipótese faz Mario Mauro desatar numa gargalhada franca e sonora: “Ela não precisa de nós. Desde o desaparecimento da Democracia Cristã, em conseqüência da operação “Mani Pulite” (Mão Limpas), o eleitorado católico acabou se redistribuindo por todo o leque partidário. A Igreja tem intermediários em todos os partidos”. Então, o movimento Comunhão e Libertação seria antes uma “espécie de maçonaria católica”? Um deputado do Partido Democrático (de centro-esquerda) responde: “Sim, de fato seria antes parecido com algo desse gênero”.

“Por que todo mundo teria o direito de fazer política, exceto nós?”, indagam os membros do movimento Comunhão e Libertação. Esta reivindicação foi apoiada pelo cardeal Bagnasco, que é o presidente da conferência episcopal italiana, por ocasião do discurso que ele pronunciou na abertura do Encontro de Rimini, em 24 de agosto. “Eles querem uma Igreja que permaneça trancada dentro da Igreja. Mas é um direito nosso de participar da vida política”. A quem estaria se referindo o cardeal? A todos aqueles que, na Itália, essencialmente integrantes da esquerda radical, gostariam que a Igreja não ultrapassasse os limites do perímetro das suas paróquias.

O tema que foi escolhido para esta 29ª edição do Encontro de Rimini – “Ou protagonista, ou ninguém” – poderia também ser entendido como sendo a reivindicação da Igreja italiana, fazendo valer o seu direito de participar do debate político. Contudo, enquanto ela continuar defendendo com unhas e dentes seus “valores não negociáveis” (contra o aborto, a fecundação artificial, as células-tronco, a eutanásia), a busca de um consenso permanecerá difícil. “Não deixa de ser um pouco complicado discutir com eles”, explica, lançando mão deste eufemismo, Sandro Gozi, um deputado do Partido Democrático, que foi um dos participantes do Encontro de Rimini.

Contudo, Gianpietro e Caterina nada viram de tudo isso. “Digam, sobretudo, que este encontro é extraordinário”, insistem, antes de desaparecerem no meio da multidão.

Tradução: Jean-Yves de Neufville

Fonte: Le Monde

Autor de “Instinto Selvagem” vira roteirista de Cristo

que ocorreu com Joe Eszterhas ocupa “Crossbearer: A Memory of Faith”, que chega às livrarias norte-americanas nesta terça, dia 2. O livro assinala a transformação de um roteirista em memorialista. “Foi parte de um acordo com Deus”, afirma Eszterhas em entrevista.

Para o público, a cruzada de pernas de Sharon Stone sem calcinhas e o uso alternativo de furadores de gelo foram alguns dos elementos que fizeram de “Instinto Selvagem” (1992), o quatro longa-metragem em inglês dirigido pelo holandês Paul Verhoeven (“Robocop”, “A Espiã”), um sucesso de bilheteria – mais de US$ 350 milhões em todo o mundo.

Mas, nos bastidores de Hollywood, o filme já era comentado muito antes das filmagens por causa de seu roteirista, Joe Eszterhas, que teria recebido pelo trabalho uma quantia então recorde para a função – a bolada alcançaria a cifra de US$ 3 milhões. Nada mal: pelo seu primeiro roteiro filmado, que deu origem a “Flashdance” (1983), o cachê teria sido de US$ 250 mil. Eszterhas ainda conseguiu manter o padrão salarial de “Instinto Selvagem” em “Invasão de Privacidade” (1993), também com Sharon Stone, baseado em romance de Ira Levin e dirigido por Philip Noyce, mas não emplacou nenhum outro êxito. Nos anos 2000, sumiu do mapa.

O que ocorreu com ele na subida, na descida e na retomada ocupa “Crossbearer: A Memory of Faith” (St. Martin’s Press), que chega às livrarias norte-americanas nesta terça, dia 2. De acordo com a revista “Publishers Weekly”, o livro assinala a transformação de um roteirista em memorialista. “Foi parte de um acordo com Deus”, afirma Eszterhas em entrevista a Dick Donahue. “Eu era alcoólatra e fumava quatro maços de cigarro por dia. Depois de uma cirurgia na garganta (por causa de um câncer), me disseram que eu precisava parar de beber e de fumar imediatamente se quisesse ter uma chance de sobreviver. Cerca de um mês nesse regime, e eu já estava ficando maluco.”

Eszterhas conta que foi sendo tomado pelo desespero até que, em um dia de muito calor, quando mosquitos e abelhas decidiram atacar o aparelho que lhe permitia respirar, ele se sentou na calçada, durante uma caminhada, e começou a chorar. “Ali, eu me ouvi – dentro da minha cabeça, claro, porque não tinha condições de falar – rezando e dizendo: ‘Por favor, Deus, me ajude’. Não rezava desde que era criança; Deus tinha sido irrelevante em toda a minha vida. Depois de ficar sentado por cinco ou dez minutos, me levantei e me senti melhor, mais forte do que havia me sentido desde a cirurgia.”

Lidar com a abstinência, garante ele, se tornou mais fácil desde então. “Pela primeira vez, eu pensei que de fato conseguiria me livrar do álcool e do cigarro, e agradeço a Deus por isso. Durante os meses seguintes, uma vez que não tinha mantido nenhuma espécie de relacionamento com Deus em tantos anos, eu estava relutante em pedir a ajuda de Deus para viver. Mas, finalmente, disse que se Deus me ajudasse a viver eu contaria ao mundo o que aconteceu comigo, e como aconteceu.”

O que Hollywood pensa da conversão? “Poucas pessoas viram o livro, mas todas elas sabem que tenho uma fé profunda e que isso representa um grande aspecto da minha vida. E, sim, penso que certamente existem muitos que olham para mim e pensam: ‘Bem, ele agora perdeu todos os miolos, não apenas alguns’. Sinto essa reação, mas devem existir muitos outros – cuja espiritualidade é mais ‘new age’ – que respeitam minha fé.”

Eszterhas conta que esteve com seu antigo agente, Guy McElwaine, cerca de quatro horas antes que ele morresse. Sentou-se ao seu lado, rezou, deu-lhe um beijo e notou que as pessoas no quarto ficaram muito tocadas. Algumas lhe disseram depois: “Você então renasceu, hein?”. Ele acredita que não. “Passei por uma espécie de conversão íntima que me levou para mais perto de Deus, mas que também me levou de volta para uma grande dimensão de minha infância católica”, explica.

Nada de trabalhos como “Instinto Selvagem” daqui para a frente, acredita ele. “Estou seguro de que vou usar essas experiências em meu trabalho, porque eu gostaria de expressar de outras maneiras o que está nesse livro – talvez como ficção, talvez em outros gêneros. Se estou certo de uma coisa, é de que os meus escritos, seja lá qual for a sua forma, jamais serão tão sombrios quanto algumas coisas que escrevi no passado. Não é que eu queira fazer proselitismo e ser um missionário, converter as pessoas, mas penso que vi um lado mais iluminado da vida, da realidade cotidiana e das pessoas do que eu havia visto antes, e gostaria que ele viesse a aparecer em meus escritos.”

Fonte: Blog da Folha

Papa Bento XVI recebe Ingrid Betancourt na Itália

O papa Bento XVI recebeu nesta segunda-feira por 25 minutos a ex-refém das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) Ingrid Betancourt, em uma “conversa pessoal” em que ela “pareceu muito emocionada”.

Ingrid, que chegou neste domingo à capital italiana para uma visita de quatro dias, foi recebida pelo papa em sua residência de Castel Gandolfo, a aproximadamente 30 quilômetros de Roma.

Ingrid “pareceu muito emocionada”, informaram as fontes, que lembraram que um dos primeiros desejos que a ex-refém expressou após sua libertação foi o de ser recebida pelo papa.

Depois da conversa com Ingrid, Bento XVI recebeu também os familiares que a acompanhavam: a mãe, Yolanda Pulecio, a irmã Astrid, os dois filhos e um primo.

A mãe de Ingrid já havia sido recebida pelo papa no Vaticano em fevereiro passado, quando sua filha ainda estava seqüestrada pelas Farc.

Depois do encontro, Ingrid retornou à capital italiana, onde está prevista uma reunião com o presidente da província de Roma, Nicola Zingaretti.

Assim que chegou a Roma, Ingrid visitou a comunidade católica de São Egídio, conhecida por sua mediação em muitos conflitos, e jantou com Walter Veltroni, presidente do Partido Democrata local.

Ingrid passará outro dia na capital da Itália, onde será recebida pelo presidente italiano, Giorgio Napolitano, e se reunirá com o prefeito de Roma, Gianni Alemano, cidade que concedeu a ela cidadania honorária em 2004, e com o chanceler italiano, Franco Frattini.

Na quarta-feira, viajará para Florença, onde receberá o Lírio de Ouro, o símbolo mais importante da localidade, e a cidadania de honra.

Fonte: EFE

Cinco mulheres são enterradas vivas no Paquistão

Cinco mulheres foram baleadas e enterradas vivas porque três delas queriam casar com homens de suas escolhas, informaram grupos de defesa dos direitos humanos da região. O governo do Paquistão abriu nesta segunda-feira uma investigação sobre o caso.

Os assassinatos chocaram o país, onde em áreas rurais de forte tradição tribal não são incomuns episódios de mulheres mortas por maridos ou irmãos em nome da honra da família.

As mulheres foram mortas na vila de Babakot, na Província do Baluquistão, no mês passado. Segundo grupos de direitos humanos locais, os assassinos estão ligados a uma família de forte influência política que tinha conseguido obstruir a investigação até agora.

O ministro do Interior paquistanês, Rehman Malik, afirmou nesta segunda-feira que ordenou um inquérito a uma autoridade policial local e quer um relatório sobre o caso dentro de uma semana.

“Queremos fatos. Isto não é uma sociedade européia. Somos uma sociedade diferente, mas a violência contra a mulher não pode ser tolerada nem em nome da cultura, nem da religião”, afirmou Malik.

O Paquistão é uma sociedade muçulmana conservadora, mas as mulheres conquistaram posições de poder, ocupando os mais altos cargos do governo. Benazir Bhutto foi premiê duas vezes e são mulheres também a presidente do banco central e a porta-voz do Parlamento.

No entanto, em áreas rurais a maior parte das mulheres tem sua liberdade cerceada e, segundo grupos de direitos humanos, elas não recebem nenhuma proteção da polícia e da Justiça em disputas com homens.

De acordo com a Comissão de Direitos Humanos do Paquistão, cerca de 1.000 mulheres são mortas em crimes relacionados com questões de honra, todo ano no Paquistão.

Fonte: Folha Online

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