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Revista Eclésia: 10 caminhos para melhorar sua vida espiritual

Práticas corriqueiras – mas negligenciadas – da fé cristã são capazes de ajudar o crente na busca pela plenitude de Deus. A revista perguntou a dez pessoas – como pastores, missionários, obreiros e escritores – o que elas sugerem como meio para buscar a plenitude espiritual. As respostas têm a ver com a atividade que cada um desenvolve dentro e fora da igreja, e surpreendem pela simplicidade.

Confira a matéria da revista Eclésia abaixo:

Todos os crentes – ao menos, os sinceros… – reconhecem que sua vida espiritual pode e precisa melhorar. Não existe uma pessoa que, confrontada com os padrões e ensinamentos propostos pela Bíblia, possa considerar sua vida como um exemplo de plenitude na fé. Afinal, é a própria Escritura que dá o alerta: se alguém cumprir toda a lei, mas tropeçar em um único ponto dela, já está em falta.

É claro que a vida com Jesus não é feita apenas de regras. Não fossem a graça e a misericórdia do Senhor, ninguém seria salvo. Por outro lado, a caminhada cristã pressupõe um constante aperfeiçoamento, processo que muitos chamam de santificação. É esta jornada, a do caminho estreito, que Deus propõe aos seus seguidores. Difícil? Por certo – mas a recompensa de andar seguro na mão de Deus supera todo e qualquer sacrifício.

Nesta edição, ECLÉSIA aborda a questão do desenvolvimento espiritual de maneira diferente. A revista perguntou a dez pessoas – como pastores, missionários, obreiros e escritores – o que elas sugerem como meio para buscar a plenitude espiritual. As respostas têm a ver com a atividade que cada um desenvolve dentro e fora da igreja, e surpreendem pela simplicidade. Assim, nossos entrevistados recomendam oração, leitura bíblica, socorro ao próximo, quebrantamento e outras atitudes básicas, aquelas coisas que todo crente sabe que deve fazer, mas que muitas vezes negligencia. Tudo muito simples e muito claro, exatamente como o Evangelho de Cristo. Mas quem sabe estes conselhos vão ajudar muitos leitores a trilhar, com passos mais rápidos, o rumo da soberana vocação que há em Jesus?

1- CULTIVE SUA ESPIRITUALIDADE

“A única forma de se exercer uma espiritualidade cristã equilibrada é retornar aos parâmetros da Bíblia Sagrada”

“Falar sobre o espírito é falar sobre aquilo que dá vida e ânimo a alguém ou alguma coisa. Pode-se definir espiritualidade cristã como o reflexo, a repercussão de todo o empreendimento ou esforço cristão para se buscar e sustentar um relacionamento com Deus. Isso inclui adoração pública e devoção privada. Espiritualidade tem a ver com a busca de uma vida religiosa plena, satisfeita e autêntica. A única forma de se exercer uma espiritualidade cristã equilibrada é voltar para os parâmetros da Bíblia Sagrada. Uma espiritualidade que não passa pelo crivo da Reforma Protestante não resultará em benefícios para o cristão ou para a Igreja. Acontece que os crentes já não são instruídos apenas pelos pastores de suas igrejas; há hoje um bombardeio de informações que desafiam a espiritualidade cristã. Além disso, bons pastores, capazes de conduzir o rebanho com ética e equilíbrio doutrinário, estão cada vez mais escassos. Somente pela Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus, o cristão poderá desenvolver uma caminhada segura e equilibrada em direção à espiritualidade.”

Paulo Romeiro é pesquisador, escritor e pastor da Igreja Cristã da Trindade, em São Paulo

2- ORE SEM CESSAR

“O principal elemento que leva o crente aos mananciais da vida do Espírito é a oração”

“Acredito que a vida espiritual de muitos cristãos nos dias de hoje não vai muito bem. Isso acontece pela ausência das disciplinas espirituais básicas, como a oração. Não por outro motivo, encontramos hoje poucas vidas espiritualmente saudáveis e muitas anêmicas. Creio que o principal elemento que leva o crente aos mananciais da vida do Espírito é a oração. Ao longo da história do cristianismo, os gigantes da fé se destacaram por passar muito tempo em oração diante do Senhor. Precisamos de mais entendimento quanto a isso – e, em minha opinião, são os pastores que relutam em levar o rebanho às fontes do poder indicadas no Novo Testamento. Não bastam as bênçãos; é preciso que as pessoas sejam transformadas, antes de mais nada, em discípulos do Mestre, fazendo com que Cristo seja de fato Senhor de suas vidas.”

Enéas Tognini é Doutor em Divindade, pastor emérito da Igreja Batista do Povo e da Igreja Batista de Perdizes. Preside a Sociedade Bíblica do Brasil e integra o Conselho de Pastores do Estado de São Paulo

3- ANDE EM SANTIDADE

“A santidade começa com um coração quebrantado e humilde diante do Senhor”

“Ser santo é separar-se para Deus, é buscar ser parecido com Cristo. Ou seja, é levar uma vida de contínua transformação. Essa busca por santidade precisa ser constante na vida de quem está desejando crescer espiritualmente. Mas não podemos confundir santidade com medidas externas, pois mais profunda é a mudança que precisa acontecer no interior do nosso ser, nas motivações do coração e nos pensamentos, pois isso é o que move tudo. A santidade começa com um coração quebrantado e humilde diante do Senhor, desejando sinceramente mais de Deus para sua vida. Não dá para começar de fora para dentro, com métodos e fórmulas que acabam se tornando vazios e mecânicos. É claro que para o crescimento é preciso passar tempo em oração, dedicar-se aos jejuns, ler a Palavra e manter a comunhão com os irmãos. Mas a postura do coração é fundamental. Acho que a nossa luta maior é contra nós mesmos, pois preferimos muitas vezes outros prazeres, e não aquilo que nos leva para mais perto de Deus, para um relacionamento mais fervoroso com ele. E nos nossos dias não faltam opções para nos tentar a desviar nosso caminho do Senhor. A perseverança é característica de quem tem uma vida espiritual crescente, pois muitas situações surgem para tentar abalar a caminhada do cristão, mas precisamos perseverar até o fim.”

Ana Paula Valadão é líder do Ministério de Louvor Diante do Trono e pastora da Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte (MG)

4- LEIA E MEDITE NAS ESCRITURAS

“Quando oramos, falamos com Deus; quando lemos a Bíblia, é Deus que fala conosco”

“O primeiro passo para uma vida vitoriosa diante do Senhor é ter desejo de ler a Palavra de Deus e obedecê-la. A Bíblia nos faz prostrar com o rosto em terra diante do Senhor e nos conduz ao segundo passo, que é um arrependimento que quebranta o coração. A negligência na leitura da Bíblia é fonte de problemas na vida do crente. É possível a um evangélico preencher todo o tempo fazendo boas obras, abençoando pessoas e derramando o coração no serviço cristão. Mas, se não conhecer a Palavra, ele fica fraco, temeroso, deprimido e, por fim, vai se tornar presa fácil para o diabo. É fundamental que haja um despertamento para a leitura da Palavra toda, por todos os crentes. A Bíblia continua sendo o livro mais lido, mas de um modo geral sua leitura é fragmentada. A proclamação de 2008 como o Ano da Bíblia no Brasil tem como objetivo principal motivar os brasileiros a lerem as Escrituras. Cabe lembrar que são necessárias apenas 72 horas para a leitura completa da Bíblia. Com uma disciplina de 15 minutos diários de leitura bíblica, em apenas 288 dias toda a Bíblia terá sido lida. Não é tão difícil quanto parece. Necessitamos urgentemente de um avivamento da devoção pessoal. Quando oramos, falamos com Deus; quando lemos a Bíblia, Deus fala conosco.”

Eude Martins é pastor assembleiano e coordenador do Ano da Bíblia

5- CUIDE COM CARINHO DO SEU PRÓXIMO

“A falta de pão na mesa do pobre é uma denúncia da falta de espiritualidade no altar dos cristãos”

“Fora do grande mandamento deixado pelo Senhor – ‘Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como Deus, em Cristo, nos amou’ –, a vida cristã pode ser qualquer coisa, menos espiritual. Todavia, a fé do brasileiro, na maioria dos casos, é alienada ou egoísta. Os dois maiores segmentos religiosos cristãos do país são o catolicismo e o pentecostalismo. O primeiro pratica uma crença idolátrica; já o pentecostalismo, assim como o neopentecostalismo, prega uma fé materialista. Uma fé materialista e idolátrica, quando enfrenta problemas sociais, econômicos ou políticos, tende a tentar ‘resolvê-los’ pela via do milagre, e não pelo engajamento sócio-político. Nos ambientes religiosos com a prática de fé a que estou me referindo, as iniciativas de obras sociais são muito mais para marketing da instituição eclesiástica do que para promoção humana dos empobrecidos. Pensar na missão integral da Igreja é, por exemplo, olhar a missão da adoração como chance de permitir a revelação de Deus por meio do nosso testemunho. Precisamos aprender a ser culto, antes de prestar culto. Ou seja, fazer da vida toda um culto a Deus, e eventualmente usar a liturgia religiosa como espaço pedagógico para animar e desafiar outros a cuidarem do próximo. Precisamos guiar nossa vida pelo que Jesus ensinou no Sermão do Monte. A falta de pão na mesa do pobre é uma denúncia da ausência de espiritualidade no altar dos cristãos. Espiritualidade é vida. Uma sociedade que destrói todas as formas de vida está condenada à frieza e à morte. O gemido da natureza, a morte de tantas crianças inocentes, a fome e as guerras são uma denúncia da falta de espiritualidade de nossa geração.”

Carlos Queiroz é pastor da Igreja de Cristo da Aldeota, em Fortaleza (CE) e diretor executivo da Visão Mundial no Brasil

6- VIVA EM COMUNHÃO

“A abundância da vida cristã só pode ser experimentada por meio da mutualidade”

“As igrejas estão cheias de gente, mas vazias de relacionamentos. Parece um paradoxo, mas é exatamente assim a realidade de nossas igrejas hoje. Muitos crentes não vivenciam uma comunhão coletiva e não se empenham em construir relacionamentos. Vêem na igreja um lugar para manifestarem seus interesses pessoais, suas necessidades e conflitos. Os próprios líderes alimentam isso, quando pregam um evangelho solucionador de problemas sem, contudo, instruir seus seguidores acerca da vida abundante no corpo de Cristo. Essas pessoas gostam de cultos das multidões, mas vivem num individualismo religioso e frio, com graves conseqüências na falta de relacionamentos com Deus e com o próximo. E aí está o motivo do esfriamento na intimidade com Deus. A verdadeira fé é aquela que prioriza os relacionamentos. Quando há intimidade com o Senhor e compromisso com o Evangelho da justiça, aflora a mutualidade entre os membros do corpo de Cristo. A Igreja perdeu, de certa forma, o sentido do viver em novidade crescente de vida abundante. Essa abundância só pode ser experimentada em coletividade. O fervor individual não pode ser confundido com uma vida fora dessa coletividade, mas deve ser entendido como a relação íntima do indivíduo com seu próximo, dentro e fora dos portões da igreja.”

Battista Soarez é teólogo, educador e jornalista. Pastor batista, desenvolve diversos projetos sociais no Maranhão

7-UM BOM TESTEMUNHO VALE MAIS QUE MIL PALAVRAS

“Deus deve estar em nós, nos nossos atos, nas nossas falas. É desta forma que as outras pessoas vão perceber a presença do Senhor na nossa vida”

“Muita gente fala que se deve separar a vida espiritual das chamadas atividades seculares, como o trabalho. Discordo disso. Não existe separação entre vida espiritual e secular. Estamos no mundo, embora, segundo a Escritura, não sejamos dele. O grande desafio é vivermos no mundo e não nos deixarmos contaminar por ele. Há crentes que falam em ‘1evar Deus para o ambiente profissional’. Ora, Deus deve estar em nós, nos nossos atos, nas nossas falas. É desta forma que as outras pessoas, inclusive os colegas de trabalho, vão perceber a presença do Senhor em nós e entender o que Ele é capaz de fazer em nossas vidas. Fomos chamados por Deus para o mundo, e não para as igrejas. Hoje, é moda no mundo corporativo – e muitas empresas estão investindo nisso – cultivar aspectos como o lado espiritual dos funcionários. É uma espécie de ‘sinal dos tempos’, e acho que os evangélicos deveriam aprender com isso. Em todo e qualquer lugar onde estejamos, devemos dar o correto testemunho de nossa fé.”

Paulo Angelim é crente presbiteriano, empresário do setor imobiliário e palestrante motivacional.

😯 “IDE” NÃO É UMA OPÇÃO

“O coração do Senhor pulsa pelo perdido”

“O serviço cristão, seja apresentar o Evangelho ao vizinho ou ajudar aquele que está caído ao longo do caminho, de certa forma mede nossa intimidade com Deus. Isso porque o coração do Senhor pulsa pelo perdido e pelo caído. Dietrich Bonhoeffer escreveu que ‘a Igreja é Igreja apenas quando existe para os outros’. Fomos chamados por Deus para servir. Quando esta compreensão enche o coração da Igreja, ela se torna missionária e envolvida com os desafios à sua volta. Há ainda mais de 30 mil comunidades ribeirinhas em nosso país sem o Evangelho de Cristo. Mais de cem etnias indígenas brasileiras não têm presença missionária e há cerca de 3.500 línguas e dialetos no mundo para os quais sequer um versículo da Bíblia foi traduzido. Perto e longe, vários segmentos da nossa sociedade padecem sem um testemunho objetivo do Evangelho. Muita gente não sabe como ser um missionário. Sugiro que simplesmente tentem se envolver com as pessoas que não conhecem a Cristo. Procure um projeto missionário perto de você. Saia para a evangelização dos sem-teto. Colabore na distribuição de alimentos aos carentes. Seja um voluntário em um projeto de férias no sertão. Procure conhecer missionários, saber mais sobre seu trabalho. Encoraje e invista no preparo do vocacionado ao ministério que está perto de você. Evangelize seu vizinho. Fale de Cristo a um parente. Saia de casa com folhetos nos bolsos. Enfim, use os dons que Deus lhe deu e semeie o Evangelho.”

Ronaldo Lidório é pastor presbiteriano e missionário transcultural

9- RESERVE TEMPO PARA DEUS

“O que precisamos é dar tempo e espaço para que o sagrado possa se manifestar em nossas vidas”

“Qualquer relacionamento, desde a simples amizade até o envolvimento conjugal, precisa de tempo e espaço para que a afetividade mútua possa ser expressada em atos concretos. A vida moderna está muito corrida. Todos nós chegamos ao fim de cada dia com a impressão de que alguma coisa ficou por fazer. A tirania do urgente controla nossa agenda e as coisas importantes vão ficando para trás. Aqueles que desejam zelar pelo seu fervor espiritual necessitam encontrar em sua agenda algum espaço para a quietude e o fortalecimento da vida devocional. Não estou falando de pessoas que oram no trânsito ou dentro do ônibus para ganhar tempo. Já pensou se a intimidade de um casal se resumisse aos encontros fortuitos dentro de uma condução ou ao volante do carro? O que precisamos é dar tempo e espaço para que o sagrado possa se manifestar em nossas vidas. Em Gênesis 18, lemos que Abraão sentou-se à porta de sua tenda na hora mais quente do dia – e, ao levantar os olhos, viu os três homens que caminhavam em sua direção. Deus nos visita, mas precisamos estar disponíveis para que esse encontro aconteça. Jesus mantinha uma dinâmica de vida bem interessante. Subia nos montes para orar e buscar a face do Pai. Lá, contemplava e ouvia Deus falar com ele. Descia dos montes e ia aos vales onde estavam os doentes, os possessos de espíritos maus, os paralíticos e os pobres. Quando os discípulos trabalhavam muito, Jesus os levava a um lugar à parte para descansar; mas quando queriam ficar no monte, o Mestre os conduzia aos vales, de volta às atividades do ministério. Qualquer espiritualidade saudável precisa desta alternância.”

Ronaldo Perini é pastor da Igreja Batista Central de São Bernardo do Campo (SP)

10- PODE TER CERTEZA: JESUS CRISTO É O SENHOR!

“Os crentes estão sendo ensinados a acomodar-se mais à vida terrena e à busca por valores materiais”

“As pressões da sociedade pós-moderna obscurecem a ação divina e valorizam demais o que é meramente humano. A valorização do ‘eu’ é tão forte que ameaça o sentido de comunidade e leva a um egoísmo extremo. Com a ajuda da ciência moderna e da tecnologia avançadas de nossos dias, somos levados a crer que podemos conseguir tudo sozinhos. Além disso, há uma predominância do materialismo, levando as pessoas a um consumismo desenfreado. Os reais valores da vida são substituídos por coisas e nos perdemos em busca das múltiplas chances de ser felizes, mas nunca alcançando satisfação. Como disse o psiquiatra escritor Admas Philips, ‘vivemos em uma sociedade em que é mais importante ser rico do que ter amigos íntimos; é mais importante ser famoso que amar. Isso é enloquecedor’. Por outro lado, o que está sendo pregado na maioria das igrejas evangélicas está muito distante do conteúdo bíblico-doutrinário e das experiências e conduta da Igreja primitiva. Os crentes estão sendo ensinados a acomodar-se mais à vida terrena e à busca por valores materiais – assim, sua fé assemelha-se mais a uma filosofia de bem-estar emocional e o cristianismo passa a ser uma religião puramente humanística. Deus se torna assessório, nunca o essencial da vida; o absolutismo da sua Palavra perde força diante do relativismo da necessidade humana.”

Durvalina Barreto Bezerra é diretora do Seminário Betel Brasileiro e coordenadora da Rede de Mulheres de Ação Global

Fonte: Revista Eclésia – edição 122, março 2008

Igreja iraquiana não abre mão de comemorações da Semana Santa

Dias depois do enterro do um arcebispo caldeu seqüestrado no norte do Iraque, novos seqüestros e assassinatos continuam assombrando os cristãos do país, especialmente nesta Semana da Paixão.

“Nós temos pessoas ameaçadas, seqüestradas e mortas – esta é a nossa Semana Santa”, disse o arcebispo caldeu de Kirkuk , Luis Sako.

O perigo em Mosul é grande o bastante e justifica o cancelamento dos festejos de Páscoa na cidade este ano, segundo o arcebispo.

“Nós poderíamos cancelar todas as celebrações e, ainda assim, talvez recebêssemos algumas bombas ou ataques”, disse o clérigo dominicano Najeeb Mikhail.

No entanto, de acordo com o dominicano, as denominações cristãs de Mosul decidiram permanecer na cidade, apesar do risco de ataques. “Vamos cercar nossas igrejas em Mosul, nos proteger e dizer a todo o mundo que nós não aceitamos a situação”.

Ataques recentes

No dia do funeral do arcebispo caldeu Boulos Faray Rahou, um jovem assírio foi baleado na mesma região de Mosul onde ele fora seqüestrado.

Homens não identificados tentaram seqüestrar Rani Youssef Hanna, de 25 anos, no momento em que ele deixava a Igreja Toma no dia 14 de março, segundo o site iraquiano Ankawa.com. Os homens atiraram no rapaz porque ele tentou escapar.

Rani Hanna havia se mudado para a Síria, onde dava aulas de religião, dois anos antes com a sua família por causa da perseguição que os cristãos iraquianos estão sofrendo no país. Ele só estava na região há duas semanas para uma visita e acabou morrendo.

No sábado, 15 de março, uma mulher cristã de uma aldeia síria predominantemente ortodoxa, mãe de cinco filhos, foi seqüestrada. O site Ankawa.com informou que os seqüestradores pediram dinheiro em troca da libertação dela.

De acordo com Mikhail, uma terceira tentativa de seqüestro aconteceu com um homem cristão em Mosul, nesta semana. O jovem foi hospitalizado depois que os seqüestradores atiraram nele, após uma tentativa de fuga.

Os ataques fazem parte do aumento da violência que está afetando todos os grupos étnicos e religiosos do Iraque. Aproximadamente 4.5 milhão de iraquianos foram desalojados pela guerra, segundo informações da “BBC”.

Comunidade órfã

Bispos ortodoxos e sírios se reuniram para decidir como vão ajudar o rebanho do arcebispo caldeu Boulos Faray Rahou, seqüestrado no mês passado e encontrado morto no último dia 13 de março sob uma sepultura rasa ( leia mais).

As causas da morte de Boulos Faray Rahou permanecem incertas, mas Mikhail disse que, segundo a autópsia, ele já havia morrido cerca de sete dias antes da descoberta do corpo. O arcebispo tinha um estado de saúde frágil, usava diversos medicamentos e não tomou nenhum deles desde que foi seqüestrado no dia 29 de fevereiro.

Fonte: Portas Abertas

“Jesus foi um grande homem de teatro”, diz o escritor ateu Dario Fo

Considerado um dos últimos trovadores, o Prêmio Nobel italiano em 1997, Dario Fo, demonstra aos 82 anos que não perdeu a capacidade de provocar, de fustigar os poderes políticos ou eclesiásticos e de criar através da palavra e da pintura.

Em seu site na Web (www.dariofo.it) há, antes de mais nada, um texto:
“Figura destacada do teatro político que, na tradição dos trovadores medievais, fustigou o poder e restaurou a dignidade dos humildes”. Dario Fo, nascido em 1926 em um pequeno povoado no norte da Itália, junto ao lago Maior, só quer ser visto assim. É preciso entrar em seu blog para saber outras coisas.

Prêmio Nobel em 1997, arquiteto, pintor prolífico, ativista político (nunca teve carteirinha), mobilizado na República de Salò, candidato à prefeitura de Milão por duas vezes, doutor pela Sorbonne, historiador da arte e, é claro, autor de teatro traduzido para vários idiomas e representado em todo o mundo. Suas obras foram em grande parte escritas junto com sua mulher desde 1951, a até agora senadora Franca Rame, atriz pertencente a uma saga de atores cujas origens remontam a 1600 e cujas atitudes políticas lhe custaram um seqüestro, com violação incluída, por parte de fascistas em 1973.

Os dois anciãos (ele com 82 anos, ela com 78) levam uma vida, em comum e em separado, marcada pela atividade frenética. A casa dos dois transmite isso. É um entra-e-sai de gente, tudo é alvoroço e trabalho, fotocópias, fax, palestras, gestões, telefonemas… Franca entra e sai do escritório de Fo, ao qual pergunta ou informa alguma coisa, e o mestre salta de um tema para outro com o virtuosismo de um comediante de variedades. Algumas frases servem para responder a Franca, outras para falar com as moças de sua equipe, e ao mesmo tempo responde à entrevista que, passado algum tempo, interrompe bruscamente para sair em velocidade de sua casa para ajudar um amigo. Franca o substitui e dá informações, incluindo a de que são bisavós.

No salão também há fotos, cartazes, quadros e os vícios do mestre. Suas peças especiais, sobretudo esculturas religiosas: uma Pietà, uma Virgem com o menino, um grande Cristo crucificado, um belíssimo São Sebastião (ele acredita que é igual ao de Mantegna), peças romanas…

Fo, que quase todos os anos visita a Espanha, atuará em abril em Córdoba, em agosto na Expo de Zaragoza com Juan Echanove e, possivelmente, na primavera em Madri (está negociando com Mario Gas).

Acaba de publicar na Itália “Gesù Amava le Donne” (editora Rizzoli) [Jesus amava as mulheres], continua editando estudos, a modo de aula-espetáculo sobre grandes pintores, e esta semana sai na Espanha “El mundo según Fo – Conversaciones con Giuseppina Manin” (editora Paidós), com tradução de sua biógrafa, Carla Matteini.

Sendo o senhor um ateu convicto e confesso, não deixa de ser curiosa essa paixão, transformada em autêntica investigação, sobre Jesus Cristo, os Evangelhos, São Francisco, a Igreja?
Jesus foi um grande homem de teatro, de verbo incrível e grande sentido da organização das histórias que contava; planejava espacialmente seus discursos utilizando os declives do terreno, de maneira que falava sem forçar muito a voz para 5 mil ou 10 mil pessoas. Que sentido da cena!

Com as técnicas usadas pelos gregos para seus teatros?
Exatamente. Ele enfrentava a necessidade de ter de improvisar, nem todos os que iam estavam de acordo, havia provocadores, e ele jamais os expulsava, tentava integrá-los. Parece que o fazia com circunstâncias em que não faltavam elementos cômicos e situações grotescas, tinha essa grande habilidade, como São Francisco, fazia discursos limados e polidos.

Isso se depreende da leitura dos Evangelhos?
Nos Apócrifos se vê claramente que buscava diálogos, criava atmosferas, réplicas com seus discípulos… se intuem muitas coisas se forem lidos com atenção, e se descobre que aquilo só poderia funcionar se fosse encenado com atores e com situações coletivas e corais. Isso é teatro!

Não havia improvisação?
Nada era deixado ao acaso. A mesma anedota era contada em lugares diferentes, como demonstram vários testemunhos, era um espetáculo em turnê; passou três anos em turnê em uma área geográfica enorme. Em teatro não se improvisa, é preciso respeitar algumas regras, e ele o fazia.

Segundo suas palavras, o senhor e Franca Rame viveram 300 anos. Que planos têm para os próximos 300?
Continuar trabalhando todos os dias. Uma das piores coisas que podem acontecer a um homem é deixar-se abater pela idade, assumir que deve aceitar retirar-se com tranqüilidade e serenidade. Na Itália dizemos “andare in pensione”. É o pior que pode acontecer, sair da vida.

Fonte: El País

Semana Santa: evangélicos fogem ao ritual padrão

Se dependesse tão somente dos evangélicos, a venda de pescados não aumentaria tão bruscamente na semana santa. Isso porque, durante este período, os costumes dos evangélicos se diferem dos católicos. Além de não praticarem a abstinência da carne, como aconselha a Igreja Católica, os rituais evangélicos não são uniformes.

Os rituais variam de congregação para congregação. Mas tudo em função de uma coisa: celebrar e manter viva a lembrança da vitória de Cristo na cruz.

Segundo o Pastor Antonio Martins Sousa Brito, da Igreja Batista Luz e Vida, é preciso tomar cuidado para que o sentido da Páscoa não seja algo pontual ou enfatizado apenas no momento do feriado. Para ele, a ausência da carne no cardápio desta semana é desnecessário. “Os evangélicos não fazem esse tipo de abstinência porque o que aconteceu no Velho Testamento é apenas simbólico. Não devemos tentar desenvolver o sentido religioso somente nesta época festiva”, comenta. E a celebração de tal verdade para esta parte dos cristãos é feita, geralmente, no culto do domingo, pela manhã ou à noite, conforme a organização da igreja.

A prioridade é sempre trazer à mente a libertação que o sacrifício de Jesus trouxe aos homens. Como na Páscoa do Antigo Testamento – em que era necessário um cordeiro para remissão dos pecados – Jesus veio para libertar o povo vez por todas do pecado, assim como Moisés foi usado por Deus no Egito para tirar o povo da escravidão. Segundo o Pr. Brito, o enfoque dos evangélicos é na ressurreição e não na morte de Cristo. “O que aconteceu com Jesus não foi surpresa, já estava escrito na Bíblia. Para nós, o Senhor Jesus não está morto. Ele está vivo!”, exclama.

Durante a Semana Santa, geralmente, as igrejas evangélicas têm programações, como congressos ou evangelismos, nos quais os membros saem a convidar pessoas para ouvir sobre Jesus. As Batistas, por exemplo, reúnem os jovens em um congresso da Juventude Batista Maranhense (Jubama). Este ano, a trigésima sexta edição do evento agregou mais de mil pessoas, na cidade de Santa Inês. “É um tempo em que o jovem é edificado na fé. Existe também a parte de recreação, de esportes, para estreitar a comunhão e envolver os jovens”, cita o pastor Brito. Apenas a sua congregação levou uma caravana com cerca de cinqüenta pessoas para aquela cidade.

Em congregações mais ortodoxas, há evangélicos que se recusam a comer ovos de chocolate. No entanto, a tradição cristã vem sendo mais permissiva quanto à questão.

Fonte: O Imparcial – Maranhão

Alemães lançam história em quadrinhos que explica o islamismo

Um livro de histórias em quadrinhos publicado na Alemanha conta as raízes da religião islâmica para crianças alemãs.

O livro “Paul e as religiões do mundo – Islão”, dedicado ao público infantil, explica de maneira leve e concisa as bases da religião islâmica.

Segundo a autora, a pedagoga Karin Schmidl, o livro responde as perguntas das crianças que os pais sempre quiseram responder, mas não sabiam como.

O protagonista dos quadrinhos, o menino Paul, viaja com seu amigo muçulmano Karim pela história do Islã e revê momentos importantes do passado islâmico.

A história esclarece costumes como o jejum durante o período do Ramadã e a proibição de pintar as feições do profeta Maomé.

Os quadrinhos desenhados pela ilustradora Andrea Duyster facilitam o entendimento dos leitores mais jovens.

Preconceito

O livro quer combater os preconceitos contra a religião e seus praticantes na Alemanha, que tem uma grande população muçulmana.

Só o número de muçulmanos de origem turca residentes no país é estimado em mais de 2,5 milhões de pessoas.

A obra da editora alemã Prestel foi publicada com o apoio dos museus de Berlim e de duas fundações berlinenses.

Fonte: BBC Brasil

“Crianças que matam são criminosas”, diz arcebispo do RJ

O arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal d. Eusébio Oscar Scheid, afirmou na tarde de sexta-feira, durante liturgia na Catedral Metropolitana, que embora sejam protegidas pela legislação, as crianças que matam são criminosas.

“São assassinas e criminosas, ainda que a lei não as puna”, disse, comentando o tema da campanha da fraternidade, que aborda segurança pública e fraternidade.

“Não se pode ser fraterno desrespeitando a vida de quem quer que seja, muito menos de criança inocente”, afirmou. Em sua pregação, o cardeal pediu paz e defendeu a liberdade religiosa.

A missa na catedral reuniu cerca de 350 fiéis, mas o cortejo que seguiu pelas ruas do centro até a Antiga Sé foi seguido por cerca de mil devotos, conforme estimativa da Polícia Militar.

Mais tarde, na Igreja Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, o bispo auxiliar d. Ediney Gouvêa Matoso pediu a fiéis que não votem em candidatos defensores do aborto.

Fonte: O Dia

Fiéis católicos se açoitam nas Filipinas

Para os fiéis, quanto mais dor, maior a purificação dos pecados. Nas Filipinas, para muitos católicos, a Semana Santa é a época da auto-flagelação, uma forma de reviver a Paixão de Cristo.

Desde quinta-feira, fiéis enchem as ruas da cidade de Malabacat. Quanto mais dor, melhor. Para os fiéis, a dor da auto-flagelação purifica os pecados, e eles vão às ruas para se punir publicamente, numa reprodução do que teria acontecido antes de Jesus Cristo ser crucificado.

“Eu tenho muitos pecados. Fiz tanta coisa errada nessa vida. Deus é quem vai me julgar”, afirmou o católico Joel Garcia.

Outros penitentes vestem longos robes e carregam cruzes pelas ruas. “Dizem que se você fizer isso, sua vida será mais longa”, disse Joseph Culabot.

Na Sexta-Feira Santa, vários homens sem camisa se auto-flagelaram também na cidade de Cutud.

Com os rostos cobertos por panos estampados com a imagem de Jesus e vestindo coroas de folhas de palma, os penitentes se chicoteiam sob o intenso calor.

“Se fizer essa penitência, nenhum dos meus parentes vai ficar doente”, afirmou Leonides Canlas.

A Igreja Católica das Filipinas condena a flagelação e a crucificação e afirma que este tipo de penitência não é correto. A Igreja recomenda jejum, orações às almas e doações como formas mais significativas de respeitar a Semana Santa.

Cerca de 90% dos 89 milhões de filipinos são católicos.

Fonte: Folha Online

Multidão em Jerusalém revive os últimos momentos de Jesus

Milhares de peregrinos católicos procedentes de todo o mundo participaram nesta Sexta-Feira da Paixão da tradicional procissão da via-crúcis na Cidade Antiga de Jerusalém, que lembra a crucificação de Jesus Cristo dois dias antes da Páscoa.

Distribuídos em grupos, alguns carregavam grandes cruzes, ao longo do percurso de 14 etapas que lembra o caminho que Jesus, segundo a tradição cristã, fez antes de ser crucificado pelos romanos.

Eles recitavam salmos que se confundiam com os versículos do Alcorão difundidos a partir dos minaretes das mesquitas da Cidade Antiga, antes da oração muçulmana de sexta-feira. No ar se sentia o odor do incenso.

Nas estreitas ruas da Cidade Sagrada, os cristãos seguiram para a igreja do Santo Sepulcro, onde se encontraram com os muçulmanos que caminhavam em direção à Esplanada das Mesquitas.

O ponto de partida da procissão foi o convento da flagelação e o templo do Santo Sepulcro, situada no local onde Jesus foi sepultado, atualmente um dos centros de culto cristãos da Cidade Antiga de Jerusalém, ocupada e anexada por Israel.

Representantes das duas famílias muçulmanas, Nusseibeh e Judeh, que possuem as chaves do Santo Sepulcro desde o século XIII, abriram as portas do local para permitir a entrada dos peregrinos.

O patriarca latino de Jerusalém, Michel Sabbah, presidiu a missa da Sexta-Feira da Paixão pela última vez, já que completou 75 anos, idade máxima para a aposentadoria.

A polícia israelense deslocou reforços em toda a região para evitar qualquer incidente.

Fonte: AFP

Procissão reúne fiéis de várias religiões no Pará

As programações oficiais da Sexta-Feira Santa, em Belém (PA), foram marcadas pela mistura de religiões. Não foram só os católicos que se uniram para relembrar o sacrifício de Jesus.

Integrantes de movimentos afro-religiosos se juntaram aos mais de 5 mil fiéis que acompanharam as procissões da manhã e do sermão das Sete Palavras, único celebrado no País e que acontece há 151 anos.

Entre os mais fervorosos participantes estava José Alves Duarte, 31 anos. Seguidor do candomblé, ele conta que acompanha a procissão desde os 7 anos de idade. “Infelizmente muita gente que faz parte dessas religiões só pensa em fazer maldade, mas têm pessoas que seguem a tradição de participar das programações da Semana Santa. É um ato que representa a misericórdia de Deus”, disse ele.

Descalço e vestido de branco, Duarte acompanhou toda a procissão de Nossa Senhora das Dores, que seguiu pelo centro histórico da cidade, até o encontro da Procissão do Senhor dos Passos, na Igreja das Mercês. O momento é o mais emocionante da programação, quando as imagens se encontram representando o encontro de Maria com o filho a caminho do calvário. “Para mim não tem diferença de religião, todos cultuamos o mesmo Deus”, ressalta.

Católico praticante, o aposentado Oswaldo da Costa Conceição, 69 anos, acompanha as procissões sozinho, mesmo com dificuldade de locomoção. “Antigamente acompanhava todo o trajeto, mas hoje, devido ao defeito na perna, por conta de um acidente, venho e só vejo o encontro. É um momento que traz paz ao espírito e nos remete à reflexão”, acredita o aposentado.

Depois do encontro das imagens, os fiéis seguiram em direção à Igreja do Carmo, co-catedral de Belém e, em seguida, para a capela do colégio Santo Antônio, onde foi proferido, pelo Chanceler da Arquidiocese de Belém, padre Ronaldo Menezes, o Sermão das Sete Palavras ou Três Horas de Agonia.

O sermão lembra as sete palavras ditas por Jesus antes de ser crucificado. A celebração é a única, de forma concentrada, que a Igreja tem notícia no País e é realizada há 151 anos.

Fonte: Terra

Crise no Tibete assombra celebrações da Páscoa no Vaticano

A crise no Tibete assombra as celebrações de Páscoa no Vaticano, nesta sexta-feira. Durante as celebrações da Semana Santa, o papa Bento 16 fez poucas críticas ao conflito na tentativa de se aproximar da China e conseguir maior liberdade para a Igreja Católica no país.

Mesmo com uma atitude prudente em relação ao conflito, Bento 16 pediu, nesta quarta-feira, “diálogo e tolerância”.

A resposta de Pequim, no entanto, foi direta. “A chamada tolerância não pode existir para os criminosos, que devem ser punidos segundo a lei”, disse o porta-voz da chancelaria chinesa, Qin Gang.

Bento 16, que dá grande importância à Ásia em seu pontificado, decidiu há vários meses dedicar à igreja da China as meditações que serão lidas nas 14 estações do tradicional Via Crucis noturno no Coliseu de Roma.

Para isso, o Sumo Pontífice encarregou o cardeal de Hong Kong, o chinês Joseph Zen Ze-Kiun, de redigir os textos.

Desde os anos 60, os textos das meditações foram escritos por personalidades intelectuais, dentre eles o poeta italiano Mario Luzi, a monja protestante Minke de Vries e o cardeal da Nicarágua Miguel Obando e Bravo.

O cardeal Zen, conhecido defensor da liberdade religiosa, é referência para os católicos na China e faz a ponte entre as autoridades comunistas e a Santa Sé. Ele, contudo, não estará presente no Coliseu. “O papa tenta assim manifestar sua pessoal atenção para o continente asiático e envolver nesse rito de piedade cristã os fiéis da China”, escreveu Zen na introdução.

Em algumas passagens das meditações, divulgadas com antecedência pelo Vaticano, o cardeal se refere aos “mártires do século 21” e em particular as vítimas das “tenebrosas perseguições religiosas”.

Relações complicadas

O Vaticano e a China mantêm relações difíceis. A Santa Sé rompeu relações diplomáticas com o país em 1951, dois anos depois da vitória do comunismo e da instauração do ateísmo, que representou uma forte repressão contra os fiéis de toda religião.

Depois da morte do líder máximo Mao Tse-tung em 1976, o budismo, o islamismo e o cristianismo começaram a ser tolerados e alguns anos depois o Vaticano começou a buscar a aproximação com Pequim com o objetivo de reunificar a Igreja do país, dividida entre a “oficial”, reconhecida pelo governo, e a clandestina, fiel ao papa.

Segundo dados do Vaticano, existem entre 8 e 12 milhões de católicos na China. As estimativas do governo de Pequim calculam que são cinco milhões de católicos e 70 bispos. Uma minoria, entre os 1,3 bilhões de habitantes.

Fonte: Folha Online

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