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China deve entender que liberdade religiosa é boa, afirma cardeal de Hong Kong

O cardeal de Hong Kong, Joseph Zen, declarou nesta terça-feira (18) que a China deve “compreender que a liberdade religiosa não prejudica, pelo contrário, é uma vantagem para nossa pátria”.

O arcebispo chinês fez essa declaração à Rádio Vaticana, em entrevista sobre os textos escritos pelo cardeal para a celebração da Via Crucis no Coliseu.

“Nós de Hong Kong estamos em uma posição de observação muito favorável: vemos muitas coisas, recebemos muitas mensagens”, disse o cardeal.

“Lamentavelmente, desta vez parece que as razões negativas são mais fortes do que as positivas. Nós, como crentes, somos otimistas e vemos o lado bom”, continuou Zen.

“Esperamos que tudo o que ocorre no mundo leve a uma nova visão das coisas e que nosso governo compreenda que uma liberdade religiosa, inclusive para a Igreja Católica, não prejudica, mas é uma vantagem”, concluiu o cardeal.

Fonte: Paraná Online

Ladrão leva cerca de R$ 20 mil de Igreja Evangélica no RJ

A Igreja Batista localizada na Avenida Francisco Vilela, no Centro da cidade de Barra Mansa, no Rio de Janeiro, foi roubada na furtada de ontem. A porta lateral do templo e três portas no interior foram arrombadas.

Cerca de R$ 20 mil, em espécie, que seriam referentes ao dízimo pago pelos fiéis, foram levados pelo bandido, ou bandidos. Segundo o inspetor que periciou o local, provavelmente quem praticou o crime conhecia bem o espaço da igreja e pôde agir rapidamente e sem enganos. Um membro da igreja foi quem percebeu que a porta havia sido arrombada e comunicou às autoridades.

Segundo o pastor da igreja, César dos Santos Thomé, 42 anos, antes da efetivação do furto o estabelecimento já havia sofrido três tentativas. Na primeira delas, de acordo com o pastor, a pessoa teria arrebentado o cadeado do portão principal e utilizado um banheiro que fica nos fundos, defecando em todo o ambiente. Na segunda tentativa, a pessoa teria novamente arrebentado um cadeado e passado a noite no local.

Ainda de acordo com as informações fornecidas pelo pastor, na última tentativa o possível bandido teria ido mais longe, tentando arrombar a porta que dá acesso ao interior do templo, mas sem sucesso. “No domingo eu até avisei sobre os fatos aos fiéis e pedi para que tomassem cuidado, pois me preocupei que algumas pessoas ficassem sozinhas no templo e fossem atacadas por esse bandido. Não sabemos quem é o responsável por esses atos, temos que nos prevenir”, disse.

Não houve testemunhas dos fatos. A polícia está investigando o crime, mas ainda não há suspeitos. O pastor César afirma que não acredita que algum membro da igreja possa ter sido responsável pelo crime, mas salienta que cogita a hipótese de alguém ter se feito passar por fiel para poder conhecer a rotina da igreja. “Não conhecemos todas as pessoas que vêm aqui. É possível que alguém tenha fingido ser fiel pra conhecer o nosso espaço”, confirma.

Fonte: A Voz da Cidade

Conselho de Ética da Câmara arquiva processo de Carlos Willian contra Mário de Oliveira

O Conselho de Ética da Câmara aprovou nesta terça-feira, por unanimidade, o parecer da deputada Solange Amaral que pediu o arquivamento do processo movido pelo PTC contra o deputado Mário de Oliveira (foto à dir.), do PSC-MG acusado de encomendar o assassinato do deputado Carlos Willian (foto à esq.), do PTC-MG. Ambos são pastores da Igreja Quadrangular.

A relatora arquivou o caso por falta de provas.

Oliveira é acusado de encomendar o assassinato do deputado Carlos Willian (PTC-MG). Willian e Oliveira são adversários políticos em Minas e tinham rompido publicamente antes do episódio.

O PTC entrou com representação contra o deputado Mario Oliveira no Conselho de Ética da Câmara em 2007. As investigações partiram de uma acusação feita pela Polícia Civil de Osasco (SP). De acordo com a polícia, Odair Silva, integrante da Igreja do Evangelho Quadrangular, confessou ter seguido orientação de Mário de Oliveira, presidente da denominação evangélica, para contratar uma pessoa, por R$150 mil, e matar Carlos Willian.

Os policiais descobriram por acaso o suposto plano para matar Willian. As gravações, autorizadas pela Justiça, foram feitas nas investigações de um homicídio na capital paulista. Dois suspeitos eram monitorados: Odair da Silva, apontado como intermediário, e o pistoleiro Alemão.

Depois da votação, Mário de Oliveira afirmou que se sentiu triste com todo o processo:

– Não tenho passagem pela polícia, nem tenho nada contra nenhum deputado. Vi meu nome jogado no ar de forma negativa, mas hoje vejo que o processo no conselho foi a melhor coisa que me aconteceu, pois me inocentou. Se não houvesse a investigação do conselho, estaria hoje sujeito a uma cassação injusta.

Em nome do PTC, a advogada Gerusa Agami Manato leu mais uma vez trecho do parecer do Ministério Público afirmando que houve uma tentativa de encomendar o assassinato de um parlamentar pelo outro. Ela informou que Carlos Willian e sua família sofreram muito com todo o processo.

– O deputado é uma pessoa ilibada. Não vamos contestar o conselho, que é unânime e soberano. Vamos aguardar que a decisão tenha sido a mais acertada – disse.

Já o advogado do deputado Mário de Oliveira, Itapuã Messias, considera o parecer do Ministério Público uma espécie de “lavar as mãos”. Ele destacou que não foi levado em consideração o segundo depoimento da testemunha-chave, Odair da Silva, que negou a tentativa de assassinato de um parlamentar pelo outro.

– Nem tudo aquilo que a Procuradoria-Geral da República diz é verdadeiro – ressaltou.

Conselheiros lamentam falta de investigação das acusações

O deputado Antônio Andrade (PMDB-MG) lamentou a falta de investigação pelo Ministério Público e pela Polícia Federal, assim como o fato de o Conselho de Ética não ter o poder de convocar testemunhas.

O presidente do colegiado, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), ressaltou que o conselho não consegue fazer o papel de polícia e elogiou o esforço da relatora Solange Amaral para conseguir provas e levar a investigação adiante.

Fonte: O Globo

Iraniana condenada à morte por apedrejamento é libertada

Uma mulher iraniana que havia sido acusada de adultério e condenada à morte por apedrejamento foi libertada por ordem da comissão de anistia do judiciário do Irã. Mokarrameh Ebrahimi estava presa havia 11 anos e foi solta na noite de segunda-feira da prisão na província de Qazvin.

Seu companheiro, Jafar Kiani, foi apedrejado até a morte em julho de 2007, na primeira execução desse tipo confirmada pelas autoridades iranianas desde 2002, quando o chefe do judiciário do Irã, o Aiatolá Mahmoud Hashemi Shahroudi, anunciou uma moratória às condenações à morte por apedrejamento. Os motivos para a libertação de Ebrahimi ainda não estão claros mas, segundo sua advogada, Shadi Sadr, campanhas feitas por grupos de defesa dos direitos humanos certamente contribuíram. “Não podemos negar o papel da opinião pública e da pressão nacional e internacinal”, disse a advogada, também ativista dos direitos das mulheres e contra o apedrejamento. Grupos de defesa dos direitos humanos iranianos e internacionais lançaram uma campanha para evitar que Ebrahimi tivesse o mesmo destino de seu parceiro.

“Um truque” Sadr disse à BBC que sua cliente ficou muito surpresa com a libertação. “Antes de ser solta ela não acreditava, disse: ‘só pode ser um truque, eles não vão me soltar. Eu não acredito nisso'”, contou a advogada. “Mas hoje ela está muito feliz.” Ebrahimi foi libertada junto com o filho que teve com Jafar Kiani. Depois de solta, ela disse que eles pretendem retornar para a casa de sua família, no norte do Irã.

A morte por apedrejamento está prevista na lei iraniana. Segundo a Anistia Internacional, o artigo 102 do código penal do Irã determina que homens sejam enterrados até a cintura e mulheres até os seios enquanto são apedrejados. Outro artigo descreve o tamanho das pedras a serem usadas. Segundo a Anistia Internacional, atualmente pelo menos 12 pessoas – principalmente mulheres – correm o risco de ser mortas por apedrejamento no Irã.

Fonte: BBC Brasil

Barack Obama tenta evitar maiores estragos após declarações polêmicas de seu pastor

O pré-candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Barack Obama (foto), se esforçou novamente nesta terça-feira para esclarecer suas relações com o pastor Jeremiah Wright que, segundo o senador por Illinois, tem uma “visão profundamente deformada” dos Estados Unidos.

“O grande erro do reverendo Wright não é denunciar o racismo em nossa sociedade, e sim que tenha falado como se nossa sociedade fosse estática, como se não tivesse conseguido nenhum avanço, como se esse país ainda estivesse envolvido com um passado trágico”, declarou Obama em um discurso na Filadélfia.

O discurso acontece num momento em que as redes de televisão divulgam há vários dias fragmentos dos polêmicos sermões do pastor Jeremiah Wright, que assinalou que o “terrorismo” americano era responsável pelos ataques de 11 de setembro.

O pastor afirmou também que os negros americanos deveriam dizer “que Deus amaldiçoe os Estados Unidos” ao invés de que “Deus abençoe os Estados Unidos”, frase famosa no país.

Obama teve seu casamento e o batismo das filhas celebrados por Wright.

Contudo, o pré-candidato afirmou que “não posso renegá-lo, assim como não posso renegar a comunidade negra, a minha avó branca, uma mulher que me ama mais que qualquer coisa no mundo, mas que me disse uma vez que tinha medo dos negros pelos quais passava nas ruas”, disse.

Segundo o senador, o “racismo é uma questão que a nação não pode ignorar”. Os negros, recordou Obama, sofrem grandes disparidades em matéria de estudos e sucesso econômico.

Os democratas vêm enfrentando inúmeros problemas envolvendo pessoas de confiança. Recentemente, a outra pré-candidata do partido, Hillary Clinton, teve que afastar a conselheira, Geraldine Ferraro, que afirmou que Obama não “estaria nessa posição se fosse branco nem se fosse mulher”.

Leia a seguir a íntegra do discurso do senador Barack Obama sobre a questão racial, em Filadélfia, na versão fornecida pela direção de sua campanha presidencial:

“Nós, o povo, com o objetivo de formar uma união mais perfeita”

Há 221 anos, em uma edificação que continua a existir, do outro lado da rua, um grupo de homens se reuniu e, com essas simples palavras, lançou a improvável experiência da democracia na América. Fazendeiros e estudiosos, estadistas e patriotas que atravessaram um oceano para escapar à perseguição e à tirania por fim concretizaram sua declaração de independência em uma convenção que durou toda a primavera de 1787.

O documento que produziram terminou por ser assinado, mas em última análise era uma obra inacabada, porque continha a mácula da escravidão, o pecado original da nação e uma questão que dividiu as colônias e causou impasse na convenção até que os fundadores optaram por permitir que o tráfico de escravos continuasse por pelo menos mais 20 anos, deixando qualquer solução definitiva às futuras gerações.

É evidente que a resposta à questão da escravidão já estava contida em nossa constituição -uma constituição que tinha por cerne a igualdade dos cidadãos perante a lei, uma constituição que prometia a seu povo liberdade, e justiça, e uma união que poderia e deveria ser ainda mais aperfeiçoada ao longo do tempo.

No entanto, palavras em um pergaminho não seriam suficientes para libertar os escravos de seus grilhões, ou oferecer a homens e mulheres de todas as cores e credos seus plenos direitos e obrigações como cidadãos dos Estados Unidos. Foram necessários norte-americanos de futuras gerações que se dispuseram a fazer sua parte -por meio de protestos e luta, nas ruas e nos tribunais, por meio de uma guerra civil e da desobediência civil, e sempre sob grande risco- a fim de reduzir a distância entre aquilo que nossos ideais prometiam e a realidade de nossa era.

Esta foi uma das tarefas a que nos propusemos no início desta campanha –continuar a longa marcha daqueles que vieram antes de nós, uma marcha em direção a um país mais justo, mais igualitário, mais compassivo e mais próspero. Escolhi disputar a presidência neste momento histórico porque acredito profundamente que não possamos resolver os desafios de nossa era a não ser que o façamos juntos -a não ser que aperfeiçoemos nossa união ao compreender que, embora nossas histórias pessoais possam diferir, temos esperanças comuns; que embora nossas aparências não se assemelhem, desejamos todos nos mover na mesma direção –o caminho de um melhor futuro para os nossos filhos e netos.

Essa crença deriva de minha fé inabalável na decência e na generosidade do povo dos Estados Unidos. Mas também deriva de minha história pessoal como americano.

Sou filho de um homem negro do Quênia e de uma mulher branca do Kansas. Fui criado com a ajuda de um avô negro que sobreviveu à Depressão e combateu no exército de Patton durante a Segunda Guerra Mundial, e de uma avó branca que trabalhou em uma linha de montagem de bombardeiros, em Fort Leavenworth, enquanto seu marido servia no exterior. Freqüentei algumas das melhores escolas dos Estados Unidos e vivi em uma das mais pobres nações do mundo. Sou casado com uma negra norte-americana que porta o sangue de escravos e de proprietários de escravos -um legado que transmitimos a nossas duas amadas filhas. Tenho irmãos, irmãs, sobrinhas, sobrinhos, primos e tios de todas as raças e matizes, espalhados por três continentes e, por mais que eu viva, jamais me esquecerei de que em nenhum outro país do planeta minha história seria possível.

Trata-se de uma história que não fez de mim o mais convencional dos candidatos. Mas ela tornou parte de minha composição genética a idéia de que este país é mais que a soma de suas partes –a idéia de que, múltiplos, sejamos um só.

Ao longo do primeiro ano desta campanha, contrariando todas as previsões em contrário, nós vimos o quanto o povo dos Estados Unidos está faminto por essa mensagem de unidade. A despeito da tentação de ver minha candidatura exclusivamente pela lente da raça, conquistamos vitórias incontestáveis em Estados nos quais a população branca é das maiores no país. Na Carolina do Sul, onde a bandeira confederada continua a ser desfraldada, construímos uma poderosa coalizão entre negros e brancos.

Isso não implica dizer que a raça não tenha desempenhado um papel nessa campanha. Em diversos momentos, houve comentaristas que me definiram como negro demais ou negro de menos. Vimos a tensão racial borbulhar à superfície na semana da primária da Carolina do Sul. A imprensa vem vasculhando todas as pesquisas de boca de urna em busca dos mais recentes indícios de polarização racial, não só em termos de negro e branco mas de negro e marrom igualmente.

E no entanto foi apenas nas duas últimas semanas que a discussão da raça se tornou assunto especialmente divisivo, nesta campanha.

De um lado do espectro, ouvimos implicações de que minha candidatura representa de alguma forma um exercício de ação afirmativa; que ela se baseia apenas no desejo dos liberais deslumbrados de adquirir reconciliação racial a baixo preço; de outro, ouvimos meu antigo pastor, o reverendo Jeremiah Wright, empregando linguagem incendiária a fim de expressar opiniões que não só poderiam alargar a cisão entre as raças como também denigrem a grandeza e a bondade de nossa nação, e que ofendem deliberadamente tanto brancos quanto negros.

Já condenei de maneira inequívoca as declarações do reverendo Wright que causaram tamanha controvérsia. Para algumas pessoas, restam questões incômodas. Eu sabia que ele ocasionalmente criticava de maneira feroz a política interna e externa dos Estados Unidos? Evidentemente sim. Eu ouvi declarações que poderiam ser consideradas controversas em ocasiões nas quais compareci à igreja dele? Sim. Discordo fortemente de muitas de suas opiniões políticas? Com certeza –da mesma maneira que, sei, muitos de vocês ouviram opiniões de seus pastores, padres ou rabinos com as quais discordavam fortemente.

Mas as declarações que causaram a recente tempestade não foram simplesmente controversas. Não se tratava simplesmente do esforço de um líder religioso para protestar contra o que vê como injustiça. Em lugar disso, elas expressavam uma visão profundamente distorcida do país -uma visão que considera o racismo como endêmico entre os brancos, e que atribui mais importância ao que há de errado com os Estados Unidos do que a tudo aquilo que sabemos há de certo; uma visão de que os conflitos no Oriente Médio dependem integralmente das ações de firmes aliados como Israel, em lugar de emanarem das ideologias perversas e odientas do islamismo radical.

Em si, os comentários do reverendo Wright eram não só errados mas divisivos, e divisivos em um momento no qual precisamos de unidade; racialmente distorcidos em um momento no qual precisamos nos unir para enfrentar um conjunto de problemas monumentais -duas guerras, a ameaça terrorista, uma economia em queda, uma saúde em crise crônica, e alterações climáticas potencialmente devastadoras; problemas que não são negros, brancos, latinos ou asiáticos, mas sim problemas que todos nós temos de enfrentar.

Dadas minhas origens, minha posição política e os valores e ideais que professo, sem dúvida haverá pessoas para quem minhas declarações de condenação não serão suficientes. Por que eu me teria associado ao reverendo Wright inicialmente, elas podem perguntar. Por que não freqüentar outra igreja? E confesso que, se tudo que eu soubesse sobre o reverendo Wright fossem os trechos de vídeo que parecem ser exibidos em repetição contínua na televisão e no YouTube, ou se a igreja dele realmente pudesse ser descrita pelas caricaturas oferecidas por alguns comentaristas, eu sem dúvida reagiria mais ou menos como eles.

Mas a verdade é que isso não é tudo que conheço sobre o homem. O homem que conheci há mais de 20 anos foi um homem que me ajudou a conhecer a fé cristã, um homem que sempre falou de nossa obrigação de amar uns aos outros, de cuidar dos doentes e ajudar os pobres. Ele é um homem que serviu seu país como Fuzileiro Naval; que estudou e lecionou em algumas das melhores universidades e seminários norte-americanos; e que por mais de 30 anos comandou uma igreja que serve à comunidade realizando o trabalho do Senhor em nossa terra -oferecendo guarida aos desabrigados, cuidando dos necessitados, servindo como creche, fornecendo bolsas, atendendo aos detentos, bem como ajudando às vítimas do HIV/Aids.

Em meu primeiro livro, “Dreams From My Father”, descrevi a experiência do primeiro culto a que assisti naquela igreja:

“As pessoas começaram a gritar, a se levantar de suas cadeiras, a aplaudir, a exclamar, como uma poderosa rajada de vento que conduzia a voz do pastor a todos os cantos… E naquela nota una -a esperança!- eu ouvi algo mais; aos pés daquela cruz, em milhares de igrejas por toda a cidade, imaginei as histórias das pessoas negras comuns se misturando à história de Davi e Golias, de Moisés e o Faraó, dos cristãos lançados aos leões, do campo de ossos ressecados de Ezequiel. Aquelas histórias –de sobrevivência, liberdade e esperança- se tornaram nossa história, minha história; o sangue derramado era o nosso sangue, as lágrimas, nossas lágrimas; até que aquela igreja negra, naquele dia ensolarado, se assemelhasse uma vez mais a um recipiente conduzindo a história de um povo a novas gerações e a um mundo mais amplo. Nossos triunfos e sofrimentos se tornaram a um só tempo únicos e universais, negros e mais que negros; ao registrar nossa jornada, as histórias e as canções nos ofereciam maneiras de retomar memórias sobre as quais não precisávamos nos envergonhar… memórias que todas as pessoas podiam estudar e acalentar –e com as quais poderíamos começar a reconstruir”.

Foi essa a minha experiência na igreja. Como outras igrejas predominantemente negras em todo o país, a Trinity incorpora a comunidade negra em sua totalidade –o médico e mãe solteira, o estudante modelo e o antigo membro de gangue. Como outras igrejas negras, os cultos da Trinity estão repletos de riso ruidoso e ocasionalmente de humor ousado. Eles oferecem dança, palmas, exclamações, gritos que podem parecer chocantes, a quem não conheça. A igreja oferece em forma plena a gentileza e a crueldade, a feroz inteligência e a ignorância chocante, os percalços e os sucessos, o amor e, sim, a amargura e a parcialidade que compõem a experiência negra nos Estados Unidos.

E isso talvez ajude a explicar meu relacionamento com o reverendo Wright. Por mais imperfeito que ele seja como pessoa, para mim sempre foi parte da família. Ele reforçou minha fé, celebrou meu casamento e batizou minhas filhas. Em nenhuma das conversações que mantive com ele o ouvi se pronunciar sobre qualquer grupo étnico de maneira derrogatória, ou tratar os brancos com os quais interagia de qualquer outro modo do que com respeito e cortesia. O reverendo abriga muitas das contradições –o bem e o mal– da comunidade à qual serviu de maneira tão diligente por tantos anos.

Não posso renegá-lo porque não posso renegar a comunidade negra. Não posso renegá-lo pelo mesmo motivo pelo qual não posso renegar minha avó branca –uma mulher que ajudou a me criar, uma mulher que se sacrificou por mim inúmeras vezes, uma mulher que me ama mais que a tudo no mundo mas que, em certa ocasião, me confessou ter medo dos homens negros que cruzam seu caminho nas ruas, e que em mais de uma ocasião pronunciou estereótipos raciais ou étnicos que me fizeram estremecer.

Essas pessoas são parte de mim. E são parte do Estados Unidos, o país que eu amo.

Há quem veja minhas declarações como tentativa de justificar ou desculpar comentários que são simplesmente indesculpáveis. Posso lhes garantir que não é esse o caso. Suponho que a coisa segura a fazer, em termos políticos, seria deixar para trás esse episódio e simplesmente esperar que desapareça. Podemos descartar o reverendo Wright como demagogo ou esquisitão, da mesma maneira que descartamos Geraldine Ferraro depois de recentes declarações que revelaram profunda parcialidade racial.

Mas a questão da raça não pode ser ignorada por este país no momento que vivemos, em minha opinião. Estaríamos cometendo o mesmo erro que o reverendo Wright cometeu em seus sermões ofensivos sobre os Estados Unidos –simplificar, estereotipar e amplificar o negativo até o ponto em que isso distorça a realidade.

O fato é que os comentários que foram feitos e as questões que emergiram nas últimas semanas refletem a complexidade da situação racial neste país, que nós jamais deslindamos –uma parte de nossa união que nos cabe ainda aperfeiçoar. E caso deixemos a questão sem solução agora, se recuarmos aos nossos cantos, jamais poderemos nos unir e resolver desafios como a saúde, ou a educação, ou a necessidade de encontrar bons empregos para todos os norte-americanos.

Compreender essa realidade requer que recordemos como chegamos a esse ponto. Como William Faulkner escreveu, ‘o passado não está morto e enterrado; na verdade, ele nem mesmo é passado’. Não precisamos recitar aqui uma história da injustiça racial neste país. Mas precisamos recordar que muitas das disparidades que existem hoje na comunidade negra remontam diretamente às desigualdades que gerações anteriores sofreram sob o legado brutal da escravatura e das leis de segregação racial.

Escolas segregadas eram, e continuam sendo, escolas inferiores; o problema ainda não foi resolvido, 50 anos depois da decisão do processo Brown vs. Conselho da Educação [que proibiu a discriminação racial nas escolas norte-americanas, em 1954]. A educação inferior que elas ofereciam, então como agora, ajuda a explicar o onipresente diferencial de realizações entre os estudantes brancos e negros.

A discriminação legalizada –sob a qual os negros eram impedidos, muitas vezes pela violência- de adquirir propriedades, ou sob a qual empresários negros não conseguiam empréstimos, ou proprietários negros de imóveis não obtinham financiamento da Autoridade Federal da Habitação, ou trabalhadores negros eram excluídos dos sindicatos, ou dos departamentos de polícia e bombeiros –tudo isso significou que muitas famílias negras tenham sido impedidas de acumular patrimônio que pudessem legar às futuras gerações. A História nos ajuda a entender a disparidade de riqueza e renda entre brancos e negros, e os bolsões de pobreza que persistem em tantas comunidades urbanas e rurais.

A falta de oportunidades econômicas para os homens negros, e a vergonha e frustração que surgiam diante da incapacidade de sustentar uma família, contribuíram para a erosão das famílias negras –um problema que as políticas de assistência social adotadas por muitos anos ajudaram a agravar. E a falta de serviços básicos em muitos bairros urbanos negros –parques nos quais as crianças possam brincar, patrulhamento pela polícia, coleta regular de lixo, aplicação dos códigos de edificações e zoneamento– ajudou a criar um ciclo de violência, ruína e negligência que continuam a nos ferir.

Esta é a realidade na qual o reverendo Wright e outros negros da geração dele cresceram. Eles chegaram à maioridade no final dos anos 50 e começo dos 60, um momento em que as leis de segregação continuavam em vigor no país e em que oportunidades lhes eram negadas sistematicamente. O que é notável não é que muitos deles tenham fracassado diante da discriminação, mas sim que tantos homens e mulheres tenham superado as probabilidades adversas; que tantos deles tenham conseguido encontrar caminhos que os tirassem do beco sem saída e abrissem novas possibilidades para pessoas como eu, que vieram depois deles.

Mas ainda que muitos tenham batalhado e conseguido conquistar sua versão do sonho americano, inúmeros outros não encontraram sucesso -as pessoas que, de uma maneira ou de outra, terminaram derrotadas pela discriminação. Esse legado de derrota foi transmitido a futuras gerações -os jovens, tanto homens quanto cada vez mais mulheres, que vemos parados nas esquinas ou trancafiados nas prisões, sem esperança ou perspectiva de futuro. Mesmo entre os negros que conquistaram o sucesso, questões de raça e racismo continuam a influenciar fundamentalmente sua visão de mundo. Para os homens e mulheres da geração do reverendo Wright, as memórias da humilhação, dúvida e medo não se foram, e o mesmo pode ser dito sobre a raiva e a amargura daqueles anos. Essa raiva talvez não seja expressa em público, diante dos colegas de trabalho ou amigos brancos. Mas encontra expressão nas conversas de barbearia, ou em torno da mesa de jantar. Ocasionalmente, essa raiva é explorada pelos políticos, que tentam obter votos locais manipulando a questão racial, ou como forma de compensar os defeitos desses líderes.

E ocasionalmente ela encontra expressão na igreja em uma manhã de domingo. O fato de que tanta gente tenha ficado surpresa diante da raiva na voz do reverendo Wright em seus sermões só serve para nos lembrar do velho dito de que o momento mais segregado da vida nacional são as manhãs de domingo. Essa raiva nem sempre é produtiva; de fato, ela muitas vezes distrai a atenção que deveria ser dedicada à solução de problemas reais; impede-nos de considerar de maneira franca nossa cumplicidade quanto à condição em vivemos; e impede que a comunidade negra forme as alianças de que necessita para promover mudanças reais. Mas a raiva é real; é poderosa; e simplesmente desejar que ela não exista, condená-la sem compreender suas raízes, só servirá para alargar o fosso de incompreensão que existe entre as raças.

Na verdade, raiva semelhante existe em certos segmentos da comunidade branca. A maior parte dos norte-americanos brancos de classe baixa e média não sentem que sua raça lhes tenha valido privilégios especiais. A experiência deles é a experiência do imigrante –no que tange a eles, tudo que obtiveram foi construído pelo esforço próprio; nada lhes foi dado. Eles trabalharam com afinco a vida toda, e muitas vezes seus empregos terminaram exportados, ou suas pensões foram liquidadas em escândalos financeiros depois de uma vida inteira de trabalho duro. Eles sentem ansiedade quanto ao seu futuro, e sentem que seus sonhos estão passando sem realização; em uma era de salários estagnados e competição global, a oportunidade que surge em outras terras representa falta de oportunidade aqui -a realização de outros sonhos ocorre à custa dos deles. Assim, quando eles são instruídos a enviar seus filhos a uma escola localizada do lado oposto da cidade por motivo de integração racial; quando descobrem que um colega de trabalho negro leva vantagem na seleção para um bom posto ou um estudante negro tem preferência para uma vaga universitária devido a injustiças que não foram cometidas por eles; quando são informados de que medo do crime urbano representa uma forma de preconceito racial, eles acumulam ressentimentos.

Como a raiva na comunidade negra, esses ressentimentos nem sempre são expressos em momentos de convivência. Mas eles ajudaram a dar forma à paisagem política do país, ao longo da última geração. A raiva quanto à assistência social e a ação afirmativa ajudou a criar a chamada coalizão Reagan. Os políticos rotineiramente exploram o medo do crime para fins eleitorais. Os apresentadores de programas de entrevistas e os colunistas conservadores construíram carreiras demolindo falsas alegações de racismo, mas também descartando discussões legítimas de injustiça e desigualdade racial, classificando-as como reles correção política ou exemplos de racismo reverso.

Da mesma maneira que a raiva negra muitas vezes se provou contraproducente, esses ressentimentos brancos distraíram a atenção quanto aos verdadeiros responsáveis pela compressão que a classe média vem sofrendo: um governo e sistema político dominados por lobbies e interesses especiais; políticas econômicas criadas para favorecer alguns poucos em detrimento de muitos. E, no entanto, ignorar os ressentimentos dos norte-americanos brancos, ou classificá-los como equivocados ou racistas, também serve para ampliar a divisão entre as raças, e para bloquear o caminho do entendimento.

É este o ponto em que estamos agora. Trata-se de um impasse racial no qual vivemos há anos. Ao contrário das alegações de alguns de meus críticos, brancos e negros, jamais fui ingênuo a ponto de acreditar que podemos superar nossas divisões raciais em um único ciclo eleitoral, ou por meio de uma única candidatura –especialmente uma candidatura tão imperfeita quanto a minha.

Mas asseverei minha forme convicção –enraizada em minha fé em Deus e no povo dos Estados Unidos– de que trabalhando juntos seremos capazes de curar algumas de nossas velhas feridas raciais, e que de fato não nos resta escolha se desejamos continuar no caminho de uma união mais perfeita.

Para a comunidade negra, esse caminho significa aceitar os fardos do passado sem que nos tornemos vítimas dele. Significa continuar a insistir em plena justiça quanto a todos os aspectos da vida norte-americana. Mas também significa combinar nossas queixas específicas –a busca de melhor saúde, melhor educação, melhores empregos– às aspirações mais amplas de todos os norte-americanos -a mulher branca que luta para superar as restrições ao avanço profissional feminino, o homem branco que perdeu o emprego, o imigrante que tenta alimentar sua família. E isso significa aceitar plena responsabilidade por nossas vidas –exigindo mais de nossos pais, e passando mais tempo com nossos filhos, lendo para eles, ensinando-os que, embora possam enfrentar desafios e discriminação em suas vidas, jamais devem sucumbir ao desespero ou ao cinismo; devem sempre acreditar em que lhes será possível escrever seu destino.

Ironicamente, esse conceito fundamentalmente americano –e, sim, conservador–, o de ‘ajuda a ti mesmo’, encontrava expressão freqüente nos sermões do reverendo Wright. Mas o que meu antigo pastor muitas vezes não conseguia compreender era que iniciar um programa de auto-ajuda requer, igualmente, a crença em que a sociedade seja capaz de mudar.

O erro profundo dos sermões do reverendo Wright não é que ele tenha falado do racismo em nossa sociedade, mas sim que o tenha feito como se nossa sociedade fosse estática, como se progresso algum tivesse sido realizado, como se este país –um país que permitiu a um membro da congregação dele disputar o mais alto dos cargos e criar uma coalizão de negros e brancos, latinos e asiáticos, ricos e pobres, jovens e velhos– esteja ainda acorrentado a um passado trágico. Mas aquilo que sabemos –aquilo que testemunhamos- é que os Estados Unidos podem mudar. É esse o verdadeiro gênio de nosso país. O que conseguimos realizar nos dá esperança –a audácia da esperança– quanto ao que poderemos e devemos realizar amanhã.

Na comunidade branca, o caminho para uma união mais perfeita significa reconhecer que os problemas da comunidade negra não existem apenas na cabeça dos negros; que o legado da discriminação –e incidentes atuais de discriminação, embora menos escancarados do que no passado– existe e precisa ser corrigido. E não apenas com palavras, mas por meio de fatos –investimento em nossas escolas e comunidades, defesa dos direitos civis e de julgamento justo nos tribunais criminais, criação de escadas de oportunidade que permitam à atual geração uma ascensão impossível para gerações passadas. Isso requer que todos os norte-americanos compreendam que seus sonhos não precisam ser realizados à custa de sonhos alheios; que investir na saúde, bem-estar e educação de crianças brancas, negras e marrons em última análise ajudará o país como um todo a prosperar.

Aquilo de que precisamos, portanto, é nada mais, e nada menos, do que aquilo que todas as grandes religiões do mundo pedem: que façamos aos outros aquilo que gostaríamos nos fosse feito. A Bíblia pede que protejamos os nossos irmãos e irmãs. Devemos encontrar, nos outros, o interesse que nos une, e nossas políticas deveriam refletir esse fato.

Pois temos uma escolha a fazer, em nosso país. Podemos aceitar uma política que fomente a divisão, o conflito e o cinismo. Podemos tratar da questão racial apenas como espetáculo –como o fizemos no julgamento de OJ–, ou apenas em momentos de tragédia, como o fizemos depois do Katrina, como munição para as notícias noturnas. Podemos exibir os vídeos do reverendo Wright em todos os canais, todos os dias, e falar sobre eles daqui até a eleição, e fazer com que a única questão a ser debatida no pleito seja a possibilidade de que eu concorde ou simpatize de alguma maneira com as mais ofensivas de suas palavras. Podemos explorar uma gafe de algum assessor de Hillary, ou podemos especular se todos os homens brancos votarão em McCain, não importa quais sejam suas opiniões políticas.

Podemos agir assim.

Mas, caso o façamos, posso lhes afirmar que, na próxima eleição, estaremos falando sobre outra distração; e depois outra; e mais outra; e nada jamais mudará.

Essa é uma opção. Ou podemos, neste momento, nesta eleição, nos unir e exclamar: ‘Desta vez, não!’ Desta vez, queremos falar sobre as escolas decadentes que estão roubando o futuro de crianças negras, brancas, asiáticas, hispânicas e indígenas. Desta vez podemos talvez rejeitar o cinismo que nos diz que essas crianças são incapazes de aprender, que essas crianças de aparência diferente das nossas são problema de outra pessoa. As crianças dos Estados Unidos não são ‘essas crianças’: são as nossas crianças, e não permitiremos que fiquem para trás na economia do século 21. Não desta vez.

Desta vez queremos discutir sobre as filas repletas de brancos, negros e hispânicos desprovidos de planos de saúde nos pronto-socorros, pessoas que não têm o poder de superar sozinhas os interesses especiais em Washington mas que poderiam fazê-lo caso nos uníssemos.

Desta vez queremos falar sobre as fábricas abandonadas que no passado ofereciam vida decente a homens e mulheres de todas as raças, e sobre as casas à venda que no passado pertenceram a pessoas de todas as religiões, todas as regiões, todas as ocupações. Desta vez queremos falar sobre o fato de que o verdadeiro problema não é que alguém de aparência diferente possa tomar nosso emprego, mas sim que a empresa para a qual alguém trabalha possa decidir despachar esse emprego a outro país em busca de nada mais que lucro.

Desta vez queremos falar sobre homens e mulheres de todas as cores e credos que servem unidos e lutam unidos e sangram unidos sob a mesma orgulhosa bandeira. Queremos falar sobre como trazê-los para casa de uma guerra que não deveria ter sido autorizada e jamais deveria ter sido travada, e queremos falar sobre como devemos demonstrar nosso patriotismo cuidando deles e de suas famílias, e lhes propiciando os benefícios que conquistaram.

Eu não estaria disputando a presidência caso não acreditasse de coração que é isso que a vasta maioria dos norte-americanos deseja para o país. Nossa união talvez jamais venha a ser perfeita, mas geração após geração demonstraram que ela sempre pode ser melhorada. E hoje, sempre que me vejo cínico ou em dúvida com relação a essa possibilidade, aquilo que me dá mais esperança é a próxima geração –os jovens cujas crenças e atitudes e abertura à mudança já fizeram história nesta eleição.

Existe uma história em especial que eu gostaria de deixar com vocês, hoje –uma história que contei quanto tive a grande honra de discursar no aniversário do Dr. (Martin Luther) King em sua igreja, a Ebenezer Baptist, em Atlanta.

Há uma jovem voluntária branca, Ashley Baia, 23, que nos ajudou a organizar nossa campanha em Florence, na Carolina do Sul. Ela vem trabalhando para ajudar a organizar uma comunidade formada majoritariamente por negros, desde o começo da campanha, e um dia participou de uma mesa redonda na qual todo mundo contou sua história e explicou os motivos de sua presença.

Ashley contou que, quando ela tinha nove anos, sua mãe adoeceu de câncer e, porque teria de perder dias de trabalho, terminou demitida e perdeu seu seguro-saúde. A família teve de pedir falência, e foi então que Ashley decidiu que tinha de fazer alguma coisa para ajudar a mãe.

Ela sabia que comida era uma das maiores despesas da casa, e por isso convenceu a mãe de que a comida que ela mais gostava eram sanduíches de pão com mostarda e molho inglês. Porque eles eram a comida mais barata que encontrou.

Ela o fez por um ano, até que sua mãe melhorou, e ela contou a todo mundo na mesa redonda que o motivo para que tivesse aderido à nossa campanha foi para que pudesse ajudar os milhões de crianças do país que querem e precisam ajudar os país.

Ashley com certeza poderia ter feito escolha diferente. Alguém pode ter dito a ela em algum momento que o motivo dos problemas de sua mãe eram os negros que viviam de assistência social por serem preguiçosos demais para trabalhar, ou os hispânicos que chegam ao país ilegalmente. Mas ela não o fez. Em lugar disso, procurou por aliados em sua luta contra a injustiça.

Quando Ashley terminou sua história, ela perguntou aos demais porque eles haviam aderido à campanha. Cada um deles tinha histórias e razões próprias. Muitos mencionaram uma questão específica. E por fim chegou a vez de um velho negro que havia assistido a tudo aquilo em silêncio. Ashley perguntou por que ele estava lá. E ele não mencionou um motivo específico. Não citou a saúde ou a economia, a educação ou a guerra. Não disse que estava lá por causa de Barack Obama. Ele simplesmente disse, a todos os presentes: ‘Estou aqui por causa de Ashley’.

‘Estou aqui por causa de Ashley’. Em si, aquele momento único de reconhecimento entre uma jovem branca e um velho negro não seria suficiente. Não é suficiente que ofereçamos saúde aos doentes, trabalho aos desempregados ou educação às crianças.

Mas é assim que devemos começar. É assim que nossa união se tornará mais forte. E como tantas gerações vieram a perceber ao longo dos 221 anos desde que aquele grupo de patriotas assinou aquele documento em Filadélfia, é assim que começa a perfeição.

Fonte: AFP e Folha Online

Suprema Corte dos EUA discute caso histórico sobre armas

A Suprema Corte dos Estados Unidos começou a analisar nesta terça-feira, pela primeira vez em quase 70 anos, as leis que regulam o porte de armas no país.

Os juízes vão decidir se mantêm ou não a proibição ao porte de armas na capital americana, Washington, e a expectativa é de que o caso tenha repercussão em outras partes do país.

A decisão final deve sair apenas no final de junho e poderá influenciar até mesmo a eleição presidencial de novembro.

A capital americana tem algumas das mais severas leis de todos os Estados Unidos em relação ao porte de armas.

Desde 1976, as pessoas não podem ter armas como revólveres e pistolas na cidade. Proprietários de rifles ou espingardas devem ter suas armas guardadas ou desmontadas.

A legislação está sendo questionada por um segurança de um prédio federal, Dick Heller.

Heller argumenta que as leis violam seu direito constitucional de se defender e que, se tem permissão para portar uma arma em seu trabalho, deveria ter autorização também para portar uma arma em casa.

Lobby A equipe jurídica que cuida do caso de Heller tem o apoio de uma grande coalizão que inclui membros do Congresso americano, o vice-presidente Dick Cheney e o pré-candidato republicano John McCain, entre outros.

A causa também tem o apoio de setores tão diversos como grupos de gays e lésbicas pela liberdade individual, grupos de judeus a favor do porte de armas e a National Rifle Association (NRA), o mais poderoso grupo de lobby pró-armas.

Do outro lado estão as agências de segurança dos Estados Unidos, prefeitos e coalizões de combate à violência doméstica. Os defensores da proibição temem que o acesso facilitado às armas possa levar a um aumento nos números de homicídios.

O país, assim como o governo de George W. Bush, está dividido em relação ao assunto.

Durante o processo, os nove juízes da Suprema Corte vão examinar se a segunda emenda da Constituição americana garante o direito individual ao porte de armas ou se apenas protege o direito coletivo de manter uma milícia armada.

O debate sobre o tema já se estende há anos nos Estados Unidos.

O conselho municipal de Washington afirma que a proibição na capital americana se justifica porque “armas como pistolas e revólveres não têm uso legítimo no ambiente puramente urbano do Distrito de Columbia”.

Fonte: Folha Online

Will Smith nega pertencer à igreja da Cientologia

O ator Will Smith negou pertencer à igreja da Cientologia, como afirmavam veículos de comunicação americanos, que se baseavam em sua amizade com Tom Cruise, informou a revista “People”.

“Não é preciso ser judeu para ser amigo de Steven Spielberg, não é preciso ser muçulmano para ser amigo de Muhammad Ali e não é preciso ser cientólogo para ser amigo de Tom Cruise”, afirmou o protagonista de “Eu Sou a Lenda” (1996).

Recentemente, várias publicações americanas indicaram, algumas em suas capas, que Smith estava cada vez mais envolvido nas atividades da Cientologia.

“Sou cristão”, disse o ator e cantor, que foi alçado à fama com a série “Um maluco no pedaço” (1990).

Smith, de 39 anos, deve estrear dois filmes este ano (“Hancock” e “Seven Pounds”).

Ele afirmou ser um “estudioso de todas as religiões” e destacou que respeita as pessoas “de todas as crenças”.

Fonte: EFE

Judeu que interpreta “marido” de Natalie Portman em filme abandona set por pressões religiosas

O judeu hassídico Abe Karpen, que interpretava o marido da atriz Natalie Portman em um dos curtas que formam o filme “New York, I Love You”, foi obrigado a deixar o filme por pressões dessa comunidade ultra-ortodoxa, informou a imprensa local.

Karpen, de 25 anos, causou irritação em sua comunidade quando recentemente foram publicadas na imprensa americana fotos do set, nas quais aparecia junto a Natalie Portman caminhando sob a ponte de Brooklyn, que liga Manhattan a este bairro.

Os rabinos hassídicos (corrente mística judia) ordenaram que Karpen abandonasse imediatamente a filmagem da produção e ameaçaram expulsar seus filhos da escola religiosa na qual estão matriculados se não cumprisse a ordem.

“Realmente (Karpen) não compreendeu que se tratava de um filme e que Natalie Portman era uma estrela. Pensou que era algo mais comercial, uma coisa pequena”, disse à imprensa Isaac Abraham, líder da comunidade hassídica.

Segundo ele, o jovem foi “ingênuo” ao aceitar o papel, pois “não compreendeu a magnitude do que estava fazendo”.

“Nós não vemos televisão, nem usamos internet ou vemos filmes.

Vai contra nossa religião e nossas tradições. Temos diretrizes claras do que se pode e não se pode fazer”, acrescentou Abraham.

Portman e Karpen interpretavam um jovem casal hassídico a ponto de se casar em um dos doze curtas que formam o filme “New York, I Love You”, que conta histórias de amor em diferentes bairros da cidade pelas mãos de vários diretores, entre eles Scarlett Johansson, que estréia atrás das câmeras.

Fonte: EFE

Líderes cristãos são sentenciados a passarem 15 anos na prisão

Policiais do Laos prenderam 15 famílias cristãs do grupo étnico hmong no distrito de Bokeo no dia 22 de fevereiro, um dia antes de um tribunal sentenciar nove líderes eclesiásticos hmongs a 15 anos de prisão por conduzirem ministérios e cultos cristãos que cresceram além dos limites aceitáveis pelas autoridades comunistas.

Fontes informaram que no dia anterior à sentença, autoridades laocianas chegaram à vila Ban Sai Jarern em Bokeo (também conhecido como Bo Kew) com seis caminhões nos quais levaram seis famílias cristãs. As autoridades também prenderam, pelo menos, sete famílias na vila Fai, segundo informações. No total foram presos 58 cristãos.

“Parece que eles estão reunindo todos os cristãos da etnia hmong provenientes do Vietnã para mandá-los de volta àquele país”, disse uma fonte cristã que pediu o anonimato por questões de segurança. “O que vai acontecer com eles é desconhecido e nos deixa alarmados”.

As autoridades também disseram aos cristãos hmongs que voltariam para buscar aqueles que eram provenientes de outros distritos do Laos.

Hmongs deportados

“Os oficiais comunicaram-lhes que seriam enviados para os distritos de onde fossem originários”, disse-nos um informante cristão. “Muitos hmongs do distrito de Bokeo se casaram com hmongs de outros distritos, então esta medida causará um tremendo sofrimento para muitas famílias”.

Os nove líderes condenados por dirigirem ministérios e cultos cristãos que cresceram muito na região foram presos durante uma operação militar e policial contra “rebeldes” que deixou pelo menos 13 cristãos inocentes mortos.

Apesar de a Igreja Ban Sai Jarern ser uma denominação registrada pelo governo e reconhecida pela Igreja Evangélica do Laos, os cultos se tornaram muito conhecidos e desagradaram as autoridades comunistas, de acordo com algumas fontes.

“Sempre houve restrições em relação ao crescimento de igrejas no Laos, na verdade, em relação a qualquer movimento, mas essas restrições não estão na lei – eles, supostamente, têm liberdade religiosa”, disse a fonte.

Crescimento de Igreja incomoda

“O problema foi que a igreja cresceu muito mais do que eles poderia imaginar – e foi um crescimento que a igreja não teve como evitar”.

A congregação Ban Sai Jarern enfrentou outras complicações por causa da presença de hmongs vietnamitas que se refugiaram no distrito de Bokeo. Eles são procurados pelas autoridades vietnamitas por serem ex-líderes cristãos em suas igrejas no Vietnã.

Esses cristãos hmongs também são perseguidos pelas autoridades laocianas por serem confundidos com rebeldes separatistas.

“Os cristãos vietnamitas de etnia hmong que se refugiaram no distrito de Bokeo estão sendo acusados de envolvimento com o movimento separatista. E sempre negam esse envolvimento”, diz a fonte.

A posição tomada pelo governo laociano em julho foi sem precedentes naquela área. Mas, fontes dizem que no ano de 2006 as autoridades perseguiram hmongs que fugiram de perseguição política e religiosa no Vietnã e se refugiaram em Ban Sai Jarern.

A maioria dos cristãos que moram na vila é de etnia hmong, inclusive as quase 20 famílias vindas do Vietnã, dizem as fontes. As autoridades vietnamitas e laocianas são, há muito tempo, hostis aos hmongs porque eles lutaram ao lado dos soldados americanos durante a guerra do Vietnã, e os vêem como aliados do líder separatista general Van Pao.

Cristianismo: religião estrangeira

De acordo com algumas fontes, a hostilidade é ainda maior em relação aos hmong cristãos. O governo acredita que o cristianismo protestante é uma religião estrangeira imperialista sustentada por interesses políticos do ocidente, em particular dos EUA.

O resultado disso é que as autoridades governamentais vêm matando e prendendo indiscriminadamente os hmongs cristãos que eles associam, de maneira equivocada, aos separatistas desde que sua geração anterior ajudou as forças norte-americanas na Guerra do Vietnã.

Membros da Igreja Ban Sai Jarern relataram que nenhuma pessoa de sua congregação possui algum contato ou se comunica de alguma maneira com os rebeldes separatistas.

Um dos líderes presos em julho passado, Dzong Tho Siong, foi deportado para o Vietnã em setembro. Dzong fora para o Laos para fugir da perseguição em seu país em 2002. Quando seus parentes o visitaram na cadeia, em novembro de 2007, os guardas disseram que ele não estava mais ali e que não sabiam informar para onde ele havia sido transferido.

“Ninguém teve mais nenhuma notícia de Dzong, e acreditamos que ele tenha sido morto”, disse uma fonte. “Os parentes continuam voltando para levar comida para ele, mas os carcereiros falam que ele não está mais naquela cadeia e que não sabem para onde ele foi”.

A maioria dos adultos presos em 22 de fevereiro eram líderes em suas igrejas no Vietnã que fugiram para não serem presos, contou uma fonte que acrescentou que muitos deles vão enfrentar um fim parecido com o de Dzong sem direito ao devido processo legal.

Fonte: Portas Abertas

‘Bruxos’ fogem para Lisboa após burlar mulher em 250 mil euros

Dois indivíduos de nacionalidade brasileira foram detidos em Lisboa por agentes da PSP do Porto por fortes suspeitas de terem sido os autores de uma burla de que foi vítima uma mulher do Porto que recorreu a serviços de espiritismo.

A vítima chegou a entregar a um dos indivíduos 250 mil euros em dinheiro como “pagamento” pelas supostas práticas de “bruxaria”. Parte da verba (50 mil euros) foi recuperada no passado sábado, aquando das buscas e detenções dos suspeitos. A Divisão de Investigação Criminal (DIC) da PSP do Porto investiga, agora, eventuais ligações dos suspeitos a uma rede de burlões com artifícios semelhantes.

De acordo com informações recolhidas pelo JN, o “serviço” foi prestado à vítima na semana passada. Com problemas e dificuldades na sua vida pessoal, a mulher submeteu-se a “consultas” e “tratamentos” espirituais que terão inclusive envolvido a colocação, no interior de um cofre, de um coelho acompanhado de minhocas.

A senhora acreditou tanto na bondade do “arranjo”, e de pelo menos um dos indivíduos, que chegou ao ponto de pedir dinheiro emprestado a familiares e a um banco. Quantia que atingiu 250 mil euros e foi entregue em notas aos homens, que são irmãos e que lhe prometiam resolver todos os problemas. Só que, quando acordou, já era tarde.

Vendo-se com a verba em mãos, os suspeitos fugiram para Lisboa, cidade ontem também actuariam em práticas idênticas. E foi na capital que a DIC da PSP do Porto os localizou e deteve. No momento da detenção foram recuperados um total de 50 mil euros, em dinheiro.

Quanto à restante quantia – 200 mil euros -, há suspeitas de que pode estar guardada no cofre de um banco. A PSP ainda está a efectuar diligências para descobrir o resto da verba, num inquérito tutelado pelo Departamento de Investigação e Acção Penal do Ministério Público do Porto, nascido na sequência de uma queixa apresentada pela vítima.

Aquando das buscas e detenções, ainda em Lisboa, um dos indivíduos sentiu-se mal e teve de ser assistido no hospital. Indiciados por burla qualificada, os dois arguidos foram submetidos ontem a interrogatório no Tribunal de Instrução Criminal do Porto. A um deles foi decretada prisão preventiva, por, alegadamente, ter sido o protagonista principal do esquema. Ao outro foi aplicada uma medida de coacção mais branda.

A partir de agora, a investigação partirá para a averiguação de ligações a casos semelhantes que podem ter ocorrido nos últimos meses no Porto e em Lisboa. As autoridades admitem ligações a uma rede e um considerável número de vítimas.

Fonte: Jornal de Notícias – Portugal

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