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Ex-presidente Sarney diz que desconhecia profundidade de ajuda de dom Eugênio a exilados políticos

O senador e ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) se disse surpreso ao tomar conhecimento da atuação do cardeal-arcebispo emérito do Rio, dom Eugênio Sales, na assistência e abrigo dos perseguidos das ditaduras militares no Brasil e em outros países da América Latina.

Os detalhes da ajuda do religioso a esquerdistas foram revelados em reportagens do jornal “O Globo” de domingo e segunda-feira.

– A atuação de dom Eugênio foi muito importante para o país durante aquele período. Ele exerceu uma ação de resultados e não de militância. Eu me surpreendi. Sabia que dom Eugênio tinha, ao seu jeito, ajudado muito em relação aos direitos humanos, mas não sabia com aquela profundidade – afirmou

FH sabia da ‘solidariedade discreta’ do cardeal

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou ontem que sabia da “solidariedade discreta” do cardeal-arcebispo emérito do Rio dom Eugenio Sales com os presos políticos, mas ficou surpreso com a informação de que ele ajudava uma rede de quatro mil foragidos das ditaduras do Cone Sul. Fernando Henrique contou que, durante a ditadura militar, foi mais ligado a dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo, franco opositor do regime.

Segundo o ex-presidente, assim como dom Eugenio, dom Paulo mantinha relações com o general Sylvio Frota, um “católico fervoroso e cheio de contradições”.

– Tinha muita ligação com dom Paulo. Muita, muita mesmo. Com dom Eugenio tinha menos, mas sabia da atuação discreta dele. Tanto tinha admiração por ele que, às vésperas da eleição de 1994, fui visitá-lo. Na época, as pessoas não entendiam muito, porque ele era um conservador. Mas sempre o achei um homem digno – contou ele.

O cardeal abrigou mais de quatro mil pessoas perseguidas pelos regimes militares do Cone Sul entre 1976 e 1982. Para integrantes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a atuação do cardeal de linha conservadora, durante o regime militar, explicitou o seu papel estratégico para a unidade da Igreja no Brasil.

Bispos ouvidos pelo jornal ressaltaram que a ação silenciosa de Dom Eugenio foi fundamental para manter a identidade da Igreja brasileira mesmo diante das divergências de opção pastoral daqueles tempos – entre progressistas e conservadores.

Na CNBB, a postura do cardeal é vista como um dos fatores que permitiram que a atuação da Igreja Católica do Brasil fosse diferente da Argentina durante as ditaduras militares no continente, entre os anos 70 e 80. Enquanto o episcopado brasileiro se unia na oposição à ditadura, a hierarquia católica argentina apoiava o regime militar.

Fonte: Globo Online

Homem invade igreja e destrói imagens de santos católicos

Um homem foi preso após quebrar imagens de santos na Catedral de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, na tarde de segunda-feira (3).

De acordo com reportagem do jornal “Gazeta do Povo Online”, uma funcionária da secretaria da igreja disse que o homem entrou no templo por volta das 16h15 e quebrou a maioria das imagens da paróquia.

A igreja estava fechada no momento do ataque e ninguém ficou ferido. Segundo a funcionária, pelo menos 10 peças foram destruídas e algumas tinham mais de cem anos.

Trabalhadores que restauravam o telhado da igreja escutaram o barulho, mas quando entraram no local as imagens já haviam sido destruídas.

De acordo com a Polícia Militar, o homem teria distúrbios mentais e afirmou ter 46 anos. Ele seria encaminhado para um hospital psiquiátrico. “Nestes casos, quando a pessoa apresenta problemas mentais, a delegacia não aceita e é preciso encaminhar para um hospital”, explicou o policial militar Célio Agostinho.

Fonte: G1

Prefeito evangélico descarta se retratar por terreiro demolido

O prefeito João Henrique recusou-se ontem a fazer qualquer retratação pública sobre a demolição do terreiro Oyá Unipó Neto, realizada por agentes da Superintendência de Manutenção, Conservação e Uso do Solo (Sucom).

Desde a noite de sexta-feira, o coordenador geral do Coletivo de Entidades Negras, Marcos Resende, diz estar em greve de fome para obrigá-lo a pedir desculpas aos adeptos do candomblé. A reconstrução da casa de candomblé, no Imbuí, garantida pela prefeitura, ainda não tem data para iniciar.

“Da parte da prefeitura nós fizemos tudo o que foi possível. Nós já reparamos os excessos cometidos pelo fiscal da Sucom que cumpriu a ordem de demolição. Não vejo necessidade de fazermos uma retratação”, declarou à tarde João Henrique, que é evangélico. Ele falou sobre o assunto após cerimônia de posses do secretário de Educação, Carlos Soares, e do novo superintendente da Sucom, Cláudio Silva, e do presidente do IPS, Ricarte Passos, no Palácio Thomé de Souza.

O prefeito, através do secretário de Comunicação, André Curvello, já havia dito que nenhum outro templo de religioso seria demolido na cidade. Exonerada da Sucom, mas ainda à frente da Secretaria de Planejamento, a qual a Sucom é subordinada, Kátia Carmelo engrossou o coro contrário a um pedido de desculpas do chefe do executivo municipal. “A decisão do órgão foi respaldada pelos processos fiscais do órgão”.

Não é esta a opinião de Resende e outros representantes de entidades ligadas ao culto afro, a exemplo da Associação Brasileira de Preservação da Cultura Afro-Ameríndia (AFA). “Não adianta apenas prometer a ressarcir o prejuízo material. João Henrique tem que se dar conta da gravidade do erro da prefeitura e se retratar pessoalmente, e não através de intermediários”, disse Resende.

Ele dorme no Unipó Neto desde a sexta-feira à noite, quando diz ter iniciado o jejum. No período diz ter ingerido apenas água, soro, e acaçá – pequeno alimento feito a partir do milho, considerado adeptos do candomblé. “Tem a mesma importância do que a hóstia para os católicos”.

Filho de Xangô, Marcos Resende freqüenta o terreiro Ilê Axé Oxumarê, no Engenho Velho da Federação. Antes de ser levado para depôr no Ministério Público Estadual (MPE), que apura o caso, ele foi medicado por uma equipe do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu), no início da tarde. “É preciso que a prefeitura inclua o Unipó Neto no programa de regularização fundiária, para evitar que depois de erguido, o terreiro venha a ser destruído novamente”.

Receio nos templos afros

Além de revolta e medo, a demolição do terreiro Oyá Unipó Neto, na Avenida Jorge Amado (Imbuí), pela Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom), deixou receosos os pais e mães-de-santo de inúmeros templos de candomblé espalhados por Salvador. Como a maioria também se encontra em situação fundiária irregular, há o temor de que o mesmo aconteça com suas casas e barracões, onde desenvolvem o culto de matriz africana. O último mapeamento da Secretaria Municipal da Reparação (Semur), realizado em 2007, aponta que, dos 1.236 terreiros catalogados na capital, apenas 39,3% possuem escritura registrada.

Solidários com a tragédia vivida pelos colegas de seita e unidos contra a ação da Sucom, representantes dos terreiros situados em áreas irregulares esperam que a destruição do Oyá Unipó Neto não tenha sido em vão. A indignação vem acompanhada de uma forte cobrança por mais agilidade na regularização fundiária dos casarões. “Vivemos na clandestinidade e a prefeitura fecha os olhos. Tenho medo de que o que aconteceu com mãe Rosa se repita com a gente”, admite o babalorixá Jessé Mota de Carvalho, conhecido como pai Jardel de Oxóssi.

Líder religioso do Centro do Caboclo Arariboia, instalado há mais de dez anos na Fazenda Grande do Retiro, pai Jardel apresenta alvará e certificado concedidos pela Federação Nacional do Culto Afro-brasileiro (Fenacab), mas lhe falta ainda a escritura do terreno.

“Moro aqui há 37 anos. Quando o pessoal do mapeamento nos visitou e deu a garantia de que havia o interesse de nos regularizar. Até agora nada”, conta. A situação é semelhante a do terreiro Azer de Obaluaiyê, no Curuzu. Fundado há 12 anos, o templo tem como sacerdote o babalorixá Everaldo Campos, o pai Everaldo. “Só nos resta a posse. Temos receio que a intolerância da prefeitura bata em nossa porta”.

O mapeamento da Semur também revela que boa parte dos terreiros (24,6%) apresenta apenas contrato de compra e venda do imóvel. Já o percentual de templos sem qualquer documentação ultrapassa os 20%. Caso do terreiro Ylê Axé Musi Boyá, no bairro do Retiro. Edificado numa rua de pouco mais de 50m, onde se instala outras três casas de candomblé, sequer tem alvará. Para cada culto realizado no local, a ialorixá Conceição Costa Silva, a mãe Conceição, paga licença da Fenacab. Com “20 anos de santo”, é mais uma que espera pela regularização. “A gente mantém isso aqui com muita dificuldade. Mas vamos lutar pra não desmoronar como mãe Rosa”, avisa.

Ialorixá diz que templo foi profanado

“Não é uma questão de brincadeira. O templo religioso foi profanado. Ele está sofrendo o sacríficio da carne pela honra do orixá”, diz a ialorixá Roselice do Amor Divino, mais conhecida como mãe Rosa. A casa da nação angola, referenda a Iansã. Ela considera que a responsável pela execução, a ex-superintendente Kátia Carmelo, merecia maior castigo que a exoneração do cargo. Ela é ainda titular da Secretaria de Planejamento, à qual a Sucom é diretamente subordinada.

Durante o fim de semana, a casa de candomblé passou por uma série de ritos para o recolhimento dos objetos sagrados quebrados durante a demolição feita pela Superintendência de Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom), na quarta-feira. Em 1997, mãe Rosa já havia passado pela mesma situação, quando o Unipó Neto foi demolido durante a gestão de Antonio Imbassahy. Amanhã, às 14h, as entidades ligadas ao culto de religiões de matrizes africanas realizam uma passeata entre o Campo Grande e a Praça Municipal.

A reconstrução do barracão do terreiro ainda não começou. O presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano de Salvador (Desal), Euvaldo Jorge, esteve no lugar, na sexta-feira, para fazer uma análise do que precisa ser feito para recuperar a estrutura da casa de candomblé. “Nós entregamos o relatório ao secretário de Governo, Gilmar Santiago, para decisão de qual forma a obra será realizada e quando ela vai se iniciar”.

Situação fundiária sem solução

Apesar da garantia da prefeitura de que não vai haver mais destruição de terreiros na cidade, não existe uma solução definitiva à vista para a situação fundiária dos templos construídos em áreas públicas. O próprio subsecretário municipal da Habitação (Seab), Édson Pita Lima, diz que não é feita qualquer distinção durante os processos de ordenação. Empossado ontem, Pita Lima explica que a regularização de terreiros se dá junto com as moradias que os cercam, sem qualquer beneficiamento dessa ou daquela habitação.

“Trabalhamos com núcleos habitacionais e não com grupos específicos. Um terreiro de candomblé só será incluso num processo de regularização se durante o levantamento ele for identificado como daquela área”. Mas entre os projetos governamentais há duas exceções. No universo de 1.236 terreiros, dois programas anunciam a regularização de algumas dezenas de imóveis onde se realiza o culto a religiões de matriz africana. A própria Seab realiza atualmente um estudo piloto sobre os 23 terreiros localizados no bairro do Engenho Velho da Federação.

Ali, a intenção não é somente regularizá-los, mas promover melhorias de infra-estrutura. “O Engenho Velho é um caso à parte, devido à grande quantidade de templos de candomblé e a importância que têm para a comunidade”, justifica o subsecretário. Além desse, há outro projeto de revitalização de terreiros, com investimento da ordem de R$2,2 milhões do Ministério da Cultua (Minc), em parceria com o estado e o município.

Assinado em dezembro do ano passado, vai beneficiar 55 templos de 26 bairros, reconhecidos recentemente em decreto do prefeito João Henrique como terreiros de patrimônio histórico e cultural de origem afro-brasileira. Mesmo entre esses, a maioria não possui escritura e está em processo de regularização. Sete deles foram construídos em área pública. Mas o próprio prefeito comprometeu-se em regularizar sua situação fundiária.

Fonte: Aqui Salvador

Pastor é detido com mais de 60 mil dólares falsos

O Comando da V Divisão da Polícia Nacional deteve um cidadão, que atende pelo nome de Muanza Sebastião João, de 47 anos, pastor da Igreja Evangélica Baptista de Angola (IEBA), por se encontrar em posse de 60 mil e quinhentos dólares falsos.

Segundo Eduardo Silva, chefe do Departamento de Investigação Criminal da V Divisão da Polícia, a detenção ocorreu no dia 22 de Fevereiro, no interior de uma residência, localizada no bairro Neves Bendinha, em Luanda.

Falando para o Jornal de Angola, Muanza Sebastião João, que é pastor desde 2003, disse que o dinheiro é de um cunhado seu, identificado por Craver, que o tinha dado para guardar.
“Quando Craver me deu o dinheiro para guardar, não perguntei quanto era nem a proveniência, porque na altura eu estava de saída”, justificou.

Muanza diz ter guardado o dinheiro por quatro dias. Segundo alegou, não sabia que as notas eram falsas. “Já mostrei a casa dele, sita no bairro Palanca, à Polícia.

Ele está em fuga. Nem sequer veio prestar declarações”, disse.

O chefe do Departamento de Investigação Criminal do Comando da V Divisão, subinspetor Eduardo Silva, disse que agentes da corporação detiveram o pastor na sua residência com o dinheiro falso.

O suposto cunhado, invocado por Muanza como sendo o dono do dinheiro, conseguiu escapar.

Por outro lado, a Polícia deteve igualmente um cidadão conhecido por Edmundo Agostinho, 25 anos, por se encontrar em posse de setenta e cinco mil Kwanzas falsos, em cédulas de mil e de dois mil Kwanzas, respectivamente.

Segundo a Polícia, os falsificadores copiavam o dinheiro a partir de uma nota verdadeira.
Edmundo Agostinho afirmou ao Jornal de Angola que o dinheiro pertence a um senhor identificado por Mbiavanga. Segundo suas alegações, este cidadão fez obras de construção civil na sua residência, onde deixou as cédulas falsas.

A Polícia disse que Edmundo tentou comprar um bem a uma senhora com notas falsas. Esta apercebeu-se que a nota era falsa e pediu auxílio policial.
A Polícia efetuou então uma busca à residência do cidadão onde encontrou as falsas cédulas.

A Polícia revelou que no período compreendido entre 19 e 25 de Fevereiro, o Comando da V Divisão realizou sete micro-operações que culminaram na detenção de 35 pessoas.
Estas pessoas são acusadas de cometer crimes como roubo e furto de celulares, de viaturas, bem como de posse ilegal de armas de fogo.

Fonte: Jornal de Angola

Cientistas e CNBB dizem que deixarão a religião fora da discussão de amanhã sobre células-tronco

Os cientistas e a CNBB não querem transformar o debate de amanhã sobre células-tronco, no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), em uma polêmica religiosa. Entenda a votação do STF sobre pesquisas com células-tronco. Participe da nossa enquete.

As duas partes, que lideram a discussão sobre o julgamento no qual os 11 ministros do STF dirão se a pesquisa com células-tronco embrionárias é ou não constitucional, prometem se concentrar nos argumentos científicos e no problema envolvendo o descarte de embriões já coletados.

Luís Roberto Barroso, que representará no julgamento uma das entidades que defendem as pesquisas científicas, centrará seus argumentos nas conseqüências do julgamento, na questão do que deverá ser feito com os embriões hoje congelados caso as pesquisas não sejam liberadas.

“Não está em jogo o debate sobre o direito à vida, porque esses embriões já existem e jamais serão implantados no útero materno. Essa é uma falsa questão”, afirmou. “A questão relevante é determinar o que deve ser feito com embriões congelados. O resto é argumentação retórica, discussão fervorosa”, acrescentou.

De acordo com a Lei de Biossegurança, promulgada em 2005, só podem ser utilizados em pesquisas científicas os embriões inviáveis ou congelados há três anos ou mais – a contar de 2005 –, ou que, congelados na data da publicação da lei, completarem três anos.

Durante a audiência pública no STF para discutir o assunto, no ano passado, o destino dos embriões hoje congelados foi preocupação específica do ministro Ricardo Lewandowski, cujo voto ainda é dado como incerto entre os demais ministros. De acordo com os cientistas, esses embriões permanecerão congelados eternamente ou serão descartados. Por conta dessa dúvida, inclusive, é unânime o entendimento de que o Congresso precisa votar uma lei que regule a fertilização in vitro e o destino desses embriões.

CNBB

Se os cientistas deixarão em segundo plano a discussão sobre quando começa a vida, os advogados que representam a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) centrarão seus argumentos nessa questão, mas do ponto de vista científico. “É uma evidência biológica já consolidada que o desenvolvimento de um indivíduo humano inicia-se na fertilização”, afirma o memorial feito pelo advogado Ives Gandra Martins, entregue aos ministros do Supremo. “Se transigirmos um pequeno momento com relação à vida, pode-se abrir todo um espaço para a relativização da vida”, observou o advogado.

Os advogados da CNBB argumentarão que a proibição das pesquisas com células-tronco embrionárias pode ter efeito benéfico para a ciência, porque estimulará outras linhas de estudos, com células-tronco adultas.

“Além de acolher a consolidada evidência científica de que o desenvolvimento humano inicia-se na fecundação, terá o efeito de proporcionar um reforço adicional para que as pesquisas nacionais sigam o caminho de utilizar uma metodologia cientificamente de vanguarda, que não sacrifique a dignidade e a vida do ser humano em fase inicial de desenvolvimento”, pondera Gandra no documento entregue aos ministros.

Entenda a votação do STF sobre pesquisas com células-tronco

Na próxima quarta-feira (5), o STF (Superior Tribunal Federal) inicia a votação da Ação Direta de Inconstitucionalidade 3.510, que pede a exclusão do artigo 5º da Lei de Biossegurança (Lei 11.105/05).

O artigo permite a utilização em pesquisas de células-tronco embrionárias fertilizadas in vitro e não utilizadas. A regulamentação prevê que os embriões usados estejam congelados há três anos ou mais e veta a comercialização do material biológico. Também exige a autorização do casal.

No início de fevereiro, o relator do processo, ministro Carlos Ayres Britto, distribuiu o relatório entre os ministros do STF.

A ação foi proposta em 2005 pelo então procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, que defende que o embrião pode ser considerado vida humana. Em 20 de abril do ano passado, uma audiência inédita no STF ouviu especialistas e estudiosos favoráveis e contrários ao uso de células-tronco embrionárias.

O julgamento desta quarta-feira terá a presença de todos os 11 ministros do STF. A sessão está prevista para ter início às 14h e, segundo o Supremo, poderá ser acompanhada ao vivo pela televisão.

Polêmica

As células-tronco embrionárias são consideradas esperança de cura para algumas das doenças mais mortais, porque podem se converter em praticamente todos os tecidos do corpo humano. Entretanto, o método de sua obtenção é polêmico, porque a maioria das técnicas implementadas nessa área exigem a destruição do embrião.

A questão divide opiniões entre os diferentes setores da sociedade. A igreja diz que a Constituição garante a inviolabilidade do direito à vida e a dignidade da pessoa humana e parte do princípio de que esses direitos são extensivos ao embrião, porque a vida começaria na concepção.

Na sexta-feira (29), a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) informou que iria encaminhar ao STF (Supremo Tribunal Federal) uma carta pedindo aos ministros que votem a favor da inconstitucionalidade do artigo em questão.

Para o presidente arcebispo de Londrina (PR) e presidente da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB, d. Orlando Brandes, não é necessário a utilização de células-tronco de embriões para fazer pesquisas. A ciência, segundo ele, já provou que as células-tronco retiradas de adultos são mais eficazes nos tratamentos.

Para se contrapor a essa tese, a comunidade científica afirma que milhões de pessoas portadoras de doenças diversas dependem da pesquisa com células-tronco para a cura e que as células de embriões são mais promissoras que as adultas (às quais os religiosos não objetam), já que, diferentemente destas, têm a capacidade de se diferenciar em qualquer tipo de tecido no organismo. Para eles, os ministros deveriam se preocupar com a vida dessas pessoas, não a de embriões já descartados para a reprodução.

Cientistas contrários ao uso de embriões também pretendem entregar um documento aos ministros. Alguns estiveram no STF na semana passada em audiências com os ministros para tirar dúvidas como em que estágio se congela um embrião.

Descoberta

No ano passado, dois grupos de cientistas de Japão e Estados Unidos conseguiram criar células-tronco por meio de células da pele.

A técnica consiste em fazer com que células humanas adultas da pele “voltem no tempo” e passem a agir como se fossem as versáteis células-tronco embrionárias, conseguindo posteriormente se diferenciar em outros tecidos do corpo.

A descoberta abre um caminho potencialmente ilimitado para a substituição de tecidos ou órgãos defeituosos e representa um avanço na utilização de pesquisas com células-tronco sem esbarrar em questões éticas.

Células-tronco obtidas a partir da pele acirram debate ético

A cura para as doenças que ameaçam a humanidade no século 21, como câncer, Alzheimer e diabetes, deverá sair da medicina regenerativa. Apontada como uma das maiores descobertas do ano, a descoberta de que a pele humana pode servir de fonte de células-tronco embrionárias deu novo fôlego a esse tipo de pesquisa –e ao debate sobre esse uso.

Defensores e críticos da clonagem terapêutica pela primeira vez entraram em acordo. Os dois lados consideraram um fato histórico o avanço obtido por uma equipe japonesa, dirigida por Shinya Yamanaka, e outra americana, liderada por Junying Yu e James Thomson. Elas reprogramaram células da pele, que passaram a atuar como se fossem células-tronco embrionárias.

“O presidente está muito feliz”, disse uma porta-voz da Casa Branca, horas depois de as revistas “Science” e “Cell” publicarem os resultados das pesquisas, no dia 20 de novembro.

Enquanto George W. Bush acreditava ter vencido a sua cruzada contra o sacrifício de embriões, no Vaticano o presidente da Pontifícia Academia para a Vida, Elio Sgreccia, comemorava o fato de que “não será mais necessária a clonagem terapêutica dos embriões”.

“Já se sabia que do estudo das células adultas se obtinham resultados, enquanto das embrionárias não se obteve nada”, disse Sgreccia. Ele pediu que todos aqueles que “investiram dinheiro e aprovaram leis sobre as pesquisas com células embrionárias sejam capazes de reconhecer erros e voltar atrás”.

Duas vias

Mas a resposta ao Vaticano veio dos próprios Thomson e Yu. Apesar dos resultados alcançados, eles alertaram para o perigo de abandonar outras vias de produção de células-tronco.

“Pessoalmente, não acho que seja uma boa idéia abandonar as pesquisas em células-tronco embrionárias. Isto é só o início e devemos entender bem a semelhança destas células com as embrionárias”, disse Yu ao apresentar seu trabalho.

E Thomson foi igualmente categórico. “Não gosto da idéia de encerrar as pesquisas sobre células-tronco embrionárias. Acho que as duas linhas devem competir no universo científico e pouco a pouco os cientistas, de forma natural, decidirão por uma ou outra”, opinou.

Cautela

O presidente da Sociedade Internacional de Bioética (Sibi), o médico espanhol Marcelo Palacios, se mostrou também muito cauteloso. Ele observou que o uso clínico das descobertas ainda está muito distante e é preciso eliminar riscos. “Numa linha celular foram encontrados restos de retrovírus, e em outra, um oncogene [gene que transforma uma célula sadia em cancerosa]”, apontou.

Para Palacios, é positivo que os críticos da clonagem terapêutica vejam “satisfeitas suas reservas éticas” com o caminho aberto em Kyoto e Wisconsin. Mas a pesquisa com células embrionárias não vai parar.

A Igreja Católica, porém, defende a pesquisa apenas com células-tronco adultas. Ela considera a destruição de embriões humanos um “grave transtorno moral” que significa “suprimir deliberadamente um ser humano inocente”.

Já em 2003 o Vaticano advertia que “ninguém pode fazer jamais o mal para conseguir um bem” e alertava para um novo perigo: a partenogênese [reprodução a partir de óvulos não fecundados] e a criação de embriões quiméricos, misturando humanos e animais por meio de técnicas de transferência nuclear.

A possibilidade, assim como a eventual criação de seres humanos clonados ou robotizados, tem sido usada para denunciar toda pesquisa com embriões humanos. No entanto, Palacios acredita que os alertas estão mais relacionados com a literatura do que com a realidade.

“Uma pesquisa deste tipo não é coisa de um Frankenstein, de um cientista louco em seu laboratório. São necessárias grandes equipes, com dotação adequada, respeito aos direitos de patentes. Não é possível desenvolver experimentos com uma lâmpada de 40 watts e numa taberna”, brincou.

Fonte: JC Online e Folha Online

Vaticano ‘afasta’ padre acusado de abuso sexual

O padre italiano Piero Gelmini, acusado de abusar sexualmente de jovens abrigados em uma comunidade de recuperação de dependentes de drogas fundada por ele, afirmou ter sido excluído do sacerdócio pelo Vaticano.

A decisão, anunciada pelo próprio Gelmini no domingo, ao voltar de uma viagem ao exterior, teria sido tomada pelo papa Bento 16.

Gelmini não informou quando recebeu a comunicação oficial da parte de seu superior, o bispo de Terni, Vincenzo Paglia.

Com a decisão, o sacerdote volta à condição leiga e está proibido de rezar missas e ministrar sacramentos como batismo, comunhão, confissão, crisma, casamento e unção dos enfermos.

No entanto, Gelmini poderá continuar dirigindo sua comunidade, que é uma instituição privada.

O clérigo, que se diz inocente, declarou aos jornais italianos que o papa acatou seu próprio pedido ao exclui-lo do sacerdócio.

De acordo com o porta-voz de Gelmini, Alessandro Meluzzi, a condição de leigo vai facilitar a defesa do padre, se ele for mesmo processado por abuso sexual.

Investigação

Gelmini começou a ser investigado no ano passado pelo tribunal de Terni, na região da Úmbria.

Ele é acusado pelo abuso sexual de nove jovens que estiveram hospedados em uma das 164 comunidades de recuperação Encontro, fundadas por Gelmini em 1979.

Os abusos teriam sido cometidos desde 1997 até o ano passado.

De acordo com os juízes que investigam o caso, o clérigo teria obrigado os jovens a “satisfazer seus pedidos sexuais em troca de favores que conseguiria com personalidades influentes”.

O caso teve uma grande repercussão na Itália, onde Gelmini é conhecido como “padre anti-droga”, e seu trabalho com os jovens dependentes é respeitado.

Gelmini também tem bom relacionamento com homens políticos e empresários. Um sendo dos principais contribuintes de suas comunidades seria o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi.

Além de Gelmini, a magistratura de Terni investigou também alguns de seus colaboradores, como Giampaolo Nicolasi, que estaria sendo acusado de contatar alguns dos jovens que denunciaram os abusos para convencê-los a retirar as acusações, e a mãe de um deles, que teria colaborado para despistar os magistrados.

Vida privada

A fase de investigação do caso chegou ao fim em dezembro. Nos próximos dias, o tribunal de Terni deve comunicar se Gelmini será processado ou se o caso será arquivado. O Vaticano não se pronunciou sobre a investigação.

“Nao há porque duvidar do que disse d. Gelmini sobre seu retorno ao estado leigo”, disse à BBC Brasil o padre Ciro Benedettini, vice-diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé.

“A Santa Sé não costuma dar informações oficiais sobre estas questões porque trata-se da vida privada de uma pessoa”, acrescentou.

Benedettini afirma que, segundo a teologia, Gelmini jamais deixará de ser sacerdote, mas não poderá exercitar as funções de padre.

Segundo observadores, a decisão do Vaticano de excluir Piero Gelmini do sacerdócio pode evitar que o Vaticano seja envolvido no processo, caso os juízes decidam que o padre será julgado por abuso sexual.

“É seguramente o caso de abuso sexual de maior repercussão na Itália, mas é preciso esperar a decisão do tribunal”, comenta o vaticanista Orazio La Rocca.

Instituição

La Rocca destaca a importância do trabalho da comunidade fundada pelo ex-padre na recuperação de jovens viciados. “É um trabalho que dura anos, sério e muito respeitado”, disse.

A instituição de Gelmini se dedica à recuperação de jovens dependentes de drogas e tem sedes em diversas cidades italianas. No exterior, são 74 entidades, inclusive na Bolívia e Costa Rica.

No Brasil, a comunidade tinha uma sede em Vitória Régia, a poucos quilômetros de Brasília. Mas, segundo um porta-voz, a instituição foi fechada há dois anos, depois de 14 anos de funcionamento, porque foi alvo de assaltos diversas vezes.

A instituição estaria procurando uma outra localidade para abrir uma nova sede no país.

Fonte: BBC Brasil

Líder chinês incentiva uso da religião para promover a harmonia social

A China deve usar a religião para “promover a harmonia social”, defendeu hoje Jia Qinglin, número quatro no governo chinês, em seu discurso de abertura da sessão anual da Conferência Política Consultiva do Povo Chinês (CPPCC).

“Devemos aplicar plenamente a política de liberdade de fé religiosa, guiar os líderes religiosos e os fiéis, e fazer uso de seus papéis positivos na promoção da harmonia social”, disse Jia.

As declarações de Jia surgem no momento em que se multiplicam os boatos sobre um possível melhoramento nas relações entre a China e o Vaticano, extintas desde 1951.

Nos últimos anos, tem-se verificado na China um grande crescimento das religiões, com centenas de milhares de pessoas praticando o budismo, o taoísmo, e o cristianismo.

Segundo alguns observadores, os cristãos chineses – católicos e protestantes – já são mais de oitenta milhões. Pouco mais de quatro milhões de chineses aderem à Associação Patriótica dos Católicos Chineses, que reconhece o governo de Pequim, e não o Vaticano, como autoridade suprema. Já os católicos ligados à Igreja Clandestina, fiel à Santa Sé, são pelo menos oito milhões.

Fonte: ALC

Corpo de Padre Pio é exumado para exibição pública

O corpo de Padre Pio, santo venerado no mundo católico por ter curado enfermos, foi retirado de sua sepultura, na igreja de Santa Maria das Graças, em São Giovanni Rotondo, no domingo, e será exposto aos fiéis a partir do dia 24 de abril, em comemoração dos 40 anos de sua morte.

A exumação do corpo de Padre Pio, também conhecido como São Pio de Pietrelcina depois de ser canonizado pelo papa João Paulo 2°, foi feita no período da noite, próximo ao horário em que o frade capuchinho teria morrido em setembro de 1968.

A operação foi mantida em sigilo para evitar a chegada de uma multidão de fiéis. O santuário de Padre Pio é um dos mais visitados da Itália e recebe milhões de fiéis todos os anos.

O anuncio da exumação foi divulgado na madrugada desta segunda-feira pelo arcebispo de São Giovanni Rotondo, Domenico D’Ambrosio.

Segundo o clérigo, algumas partes do corpo estariam intactas.

“Desde o começo se via a barba, o queixo está perfeito e o resto do corpo bem conservado, dá para ver bem o joelho, as mãos e as luvas, mas não os estigmas”, comentou o arcebispo.

Identificação

Padre Pio é conhecido como “o estigmatizado do Gargano”, uma referência às chagas que tinha pelo corpo que remetiam às feridas da crucifixação de Cristo e também à região onde viveu na Itália.

Os restos do santo serão reconhecidos oficialmente pelas autoridades do Vaticano e depois analisados para constatar seu estado de conservação. Antes da exibição, o corpo deve passar por um tratamento para mantê-lo em boas condições.

A exposição fará parte das comemorações dos 40 anos da morte do frade, em setembro de 1968, e pelos 90 anos do aparecimento dos estigmas.

O túmulo foi aberto depois de uma breve cerimônia, presidida pelo arcebispo Domenico D’Ambrosio, com a presença dos padres capuchinhos, que tomam conta do santuário, e dos médicos e técnicos que irão fazer o reconhecimento do corpo.

Polêmicas

A exumação dos restos do frade, que foi canonizado em 2002, causou polêmica entre seus seguidores.

Os fiéis da associação Pró Padre Pio, da cidade de Turim, consideram a operação como uma profanação. Eles temem que o corpo seja transferido para uma outra igreja e chegaram a pedir o bloqueio da operação pela polícia da cidade.

O santo e os mistérios que envolveram sua vida também continuam provocando polêmicas entre historiadores e vaticanistas na Itália.

No livro Padre Pio, milagres e política na Itália de 1900, o historiador Sergio Luzzato afirma que o santo teria tido relações com mulheres, que simpatizava com o regime fascista e que os estigmas podem ter sido feitos pelo próprio padre.

Vaticanistas e escritores católicos defendem o santo, que foi canonizado pelo Papa João Paulo 2°.

Com o livro a Última Suspeita, o vaticanista Andrea Tronielli pretende desmentir as teses do historiador, com base em documentos que pesquisou no arquivo secreto Vaticano.

“Quisemos esclarecer o caso, examinando todas as objeções contra a santidade de padre Pio. Nenhuma delas resistiu diante das provas que encontramos”, comentou Tornielli.

Fonte: BBC Brasil

Decisão judicial pode deixar cristãos vulneráveis à discriminação

O mais alto tribunal administrativo do Egito legislou em favor de 12 cristãos que tinham se convertido ao islamismo que queriam retornar ao cristianismo. A decisão, porém, deixou o grupo vulnerável à discriminação, uma vez que exige que os cristãos declarem sua antiga fé em seus documentos.

Em sua decisão no sábado dia 9 de fevereiro, o juiz El-Sayeed Noufal, determinou que o Ministério Egípcio para Assuntos Nacionais expedisse os documentos dos cristãos declarando o status de ex-muçulmanos.

“Todo cidadão deveria ter um documento confirmando seu status religioso, mencionar a religião de uma pessoa é muito importante para expressar no que aquela pessoa acredita”, disse o juiz em sua sentença.

Os ativistas de direitos humanos anunciaram a decisão como sendo um progresso para a liberdade religiosa no Egito, onde apesar de não ser ilegal se converter a outra religião (que não a islâmica), na prática, acaba sendo proibido.

Apesar disso, os cristãos continuam cautelosos e dizem que declarar a antiga religião nos documentos pode deixar as pessoas vulneráveis à discriminação.

“É óbvio que ter um ‘ex-muçulmano’ em sua identidade é um estigma”, disse um representante da Iniciativa Egípcia pelos Direitos Pessoais (EIPR, em inglês) ao Compass.

Sharia e o caso Mohammed Hegazy

Na semana anterior à decisão, um tribunal administrativo sentenciou contra um muçulmano convertido ao cristianismo que queria ter a anotação em sua identidade alterada.

A sentença de 29 de janeiro indeferiu o pedido de Mohammed Hegazy sob o argumento de que era contra a sharia, a lei islâmica, se converter para qualquer outra religião (leia mais).

Todas as escolas muçulmanas do Egito concordam que a sharia, reproduzida no artigo 2 da Constituição egípcia, proíbe claramente que alguém se converta a outra religião, deixando o islã, informou o representante da EIPR ao Compass.

Mas o porta-voz da EIPR, cuja organização entrou no caso ao lado dos convertidos, disse que a sentença de sábado não foi sobre apostasia.

“Simplesmente, o Estado reconheceu o fato de essas pessoas já terem se convertido novamente ao cristianismo e de a igreja já os ter recebido de volta”, disse o porta-voz.

“Então, por um lado, não era o caso de uma pessoa que queria deixar o islã e ir para o cristianismo. Era simplesmente reconhecer algo que já tinha acontecido”, explicou.

Status religioso nos documentos

Em sua decisão, no sábado, o juiz El-Sayeed argumentou que era importante que os documentos oficiais informassem a antiga religião de uma pessoa, disse um advogado presente na audiência.

O juiz disse que a nova carteira de identidade dos convertidos deveria declarar que eles são ‘ex-muçulmanos’ para proteger a ordem pública, informou o advogado especializado em direitos humanos, Athanasius William.

“A anotação na carteira impediria que o ex-muçulmano, por exemplo, de tentar se casar com uma mulher muçulmana”, comentou o juiz.

O direito de família egípcio, governado pela sharia, proíbe um homem cristão de se casar com uma mulher muçulmana.

Pena de morte

Várias interpretações oficiais da sharia no Egito determinam pena de morte para aqueles que deixam o islã.

“Isso abre portas para a discriminação contra os cidadãos por parte de oficiais extremistas ou servidores civis quando virem que eles deixaram o islã”, disse Gamal Eid, chefe da Rede Árabe pelos direitos humanos à agência de notícias Reuters.

O ativista disse que a organização espera que o ministério egípcio não exponha os convertidos a maiores discriminações declarando sua antiga fé em suas carteiras de identidade.

O padre Markus Aziz, ativista pelos direitos dos coptas, pediu para que o governo não declarasse as antigas religiões nas carteiras de identidade, argumentando que o documento não tem o propósito de prestar contas do passado de uma pessoa, relatou ao organização Coptas Unidos.

Direito de família

A questão da conversão no Egito é delicada, em parte porque a religião, que é declarada na carteira de identidade, governa o direito de família.

Vários convertidos que agora retornam a sua religião original se tornaram muçulmanos para poderem se divorciar (o que não é permitido pela Igreja Ortodoxa), ou para se casar com uma mulher muçulmana.

Entre os anos de 2004 e 2007, 32 muçulmanos ganharam na justiça o direito de voltarem ao cristianismo. Mas em abril de 2007, um tribunal comum negou a 12 ex-cristãos o direito de retornarem a sua antiga fé, situação que fez com que se questionasse se o avanço dos três anos seria prejudicado.

Centenas de casos similares de muçulmanos convertidos que desejam voltar para o cristianismo estão pendentes nos tribunais comuns, disseram advogados cristãos ao Compass.

Estima-se que os cristãos egípcios, conhecidos como coptas, representem 10% da população do país. A maioria dos coptas pertence à Igreja Ortodoxa, apesar de católicos e protestantes serem um número expressivo.

Fonte: Portas Abertas

Igreja elabora primeiro documento sobre liberdade religiosa na Coréia do Norte

A Comissão para a Reconciliação do Povo Coreano, da Conferência Episcopal da Coréia, no seu encontro anual anunciou a publicação do “Relatório Anual 2007 sobre a Liberdade Religiosa na Coréia do Norte”.

O relatório foi elaborado pela própria Comissão, em cooperação com o Centro de coleta de dados para os Direitos humanos na Coréia do Norte. Trata-se do primeiro documento do gênero e contém informações sobre questões religiosas relativas ao país, dados e estatísticas sobre as religiões, uma panorâmica histórica, a situação da liberdade religiosa e também alguns episódios de abusos e violações.

O relatório inclui os resultados de uma pesquisa de opinião feita com 755 norte-coreanos que fugiram e se refugiaram na Coréia do Sul. Dos entrevistados, 85,7% afirmam que, de fato, não existe liberdade religiosa na Coréia do Norte. Destes, 98,7% afirmam que nunca obtiveram permissão do regime para permanecer numa igreja ou num templo.

Segundo os dados fornecidos pelo Centro, as perseguições religiosas também aumentaram no país depois dos anos 90, e as autoridades não hesitam em prender quem realiza atividades religiosas não autorizadas.

O relatório recorda que já no período 1945-1960, por causa de uma campanha do regime para erradicar as religiões, as atividades religiosas e de culto desapareceram quase completamente da Coréia do Norte. Mas, nos anos mais recentes, observa-se entre a população um despertar do latente desejo de religiosidade.

Até hoje, o governo nega uma real liberdade religiosa e não permite a obra missionária ou a educação religiosa apesar de, oficialmente, permitir aos cidadãos professar um determinado culto.

Na conclusão, o relatório propõe um plano para a promoção da liberdade religiosa no país, que prevê uma obra de monitoração mais atenta, o estudo e a possibilidade de promover intercâmbios e contatos para ajudar a liberdade religiosa, intensificando as atividades oficiais e semi-oficiais. Propõe-se também instituir uma federação inter-religiosa.

Fonte; Rádio Vaticano

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