Em primeiro de setembro, os conflitos entre as etnias kuki e meitei se intensificaram no distrito de Jiribam, no estado de Manipur, Índia. Em descumprimento do acordo feito em junho de 2023 para acabar com a violência, militantes dos dois povos intensificaram os ataques e agora utilizam munições avançadas, como drones e foguetes.
Nas primeiras horas de sete de setembro, supostos militantes kuki atacaram a vila de Nungchappi. A violência atingiu aldeias vizinhas e causou a morte de outro meitei. De acordo com o jornal Hindustan Times, seis pessoas foram mortas no distrito de Jiribam no mesmo dia.
A parceira local da Portas Abertas, Anjali Lhing*, explica: “Os confrontos violentos nos últimos meses fizeram do distrito uma zona de guerra, não deixando nenhum lugar seguro para o povo de Manipur. Nos meses de junho e julho, cerca de 70 casas e postos avançados da polícia foram incendiados por supostos militantes em Jiribam”.
Apesar da onda de violência continuar, os moradores de Manipur tentam voltar para suas comunidades. “As vítimas da violência estão encontrando maneiras e meios de restaurar e retornar ao estado, mas os constantes ataques e assassinatos diminuíram todas as esperanças e oportunidades”, continua Anjali.
Como estão os cristãos em Manipur?
Kumar*, um parceiro local, explica que os cristãos da comunidade meitei ainda não conseguem se reunir livremente para orar. Eles estão sob ameaça de grupos extremistas e são monitorados por causa das atividades cristãs. “Enquanto isso, a maioria dos cristãos kuki ainda está deslocada e incapaz de retornar para sua própria terra. Mesmo que os cristãos se reúnam, há sempre uma nuvem de medo de ataques e disparos imprevisíveis pairando sobre eles”, explica o cristão.
Nos momentos de crise, os cristãos tiveram que fugir de casa com apenas as roupas no corpo, mas foram socorridos. “Conseguimos alcançar as vítimas deslocadas nos campos de refugiados com itens de supermercado, kits essenciais e cobertores. As vítimas que se mudaram de Manipur e buscaram abrigo em diferentes estados foram identificadas e receberam ajuda imediata, como moradia segura e mantimentos.”
Anjali completa: “Após a violência, as vítimas receberam ajuda com suporte de longo prazo por meio de aconselhamento pós-trauma, projetos de geração de renda e treinamentos de preparação para perseguição”.
Priya Sharma*, outra parceira local, apelou ao governo e às organizações de direitos humanos para intervir e tomar medidas para o fim da violência. “Ficar em solidariedade não é o suficiente. O governo está trabalhando para manter a ordem e a lei, mas eles devem agir rapidamente e agilizar suas estratégias para resolver as diferenças. O povo de Manipur precisa de nossas orações incessantes e da proteção de Deus.”
*Nomes alterados por segurança.
Fonte: Portas Abertas