Pequim exige que a Santa Sé rompa comTaiwan para retomar relações diplomáticas, interrompidas em 1951.

O papa Bento XVI excomungou o novo bispo de Shantou (China), Lei Shiyin, ordenado em 14 de julho sem a permissão da Igreja Católica Apostólica Romana, informou neste sábado o Vaticano. Em comunicado, o órgão máximo da Igreja Católica explica que neste caso foram aplicadas as sanções previstas no artigo 1.382 do Código de Direito Canônico, que preveem a excomunhão automática.

A lei estabelece a sanção a quem confira a consagração episcopal sem mandato pontifício e também a quem a receba. O Vaticano acrescenta que o sacerdote já foi informado de que não podia ser aceito pela Santa Sé como bispo.

No dia de sua ordenação, o Vaticano expressou em comunicado sua “dor e preocupação” pela “ordenação ilegítima” de outro bispo na China sem a permissão de Bento XVI, e justificou que o ato era “contrário à unidade da Igreja universal”.

O sacerdote José Huang Bingzhang foi ordenado bispo de Shantou (Guangdong) em cerimônia presidida pelo prelado Fang Xinyao, presidente da Associação Patriótica Nacional, conhecida como “Igreja Patriótica”, controlada pelo Partido Comunista chinês.

Pelos dados do Vaticano, na China existem entre 8 e 12 milhões de católicos, divididos entre os pertencentes à Igreja controlada pelo Governo comunista e a clandestina, fiel ao Vaticano e perseguida por Pequim. O Vaticano e a China não mantêm relações diplomáticas desde 1951 e, para retomá-las, Pequim exige que a Santa Sé rompa previamente com o Taiwan e não “interfira” nos assuntos internos chineses.

[b]Fonte: Estadão[/b]

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