Depois da renúncia de Dom Stanisław Wielgus, ao cargo de arcebispo de Varsóvia, Polônia, no último domingo, a presidência da Conferência Episcopal Polonesa difundiu um comunicado, pedindo a todos os fiéis que aceitassem essa difícil experiência, no espírito da fé, e rezassem pela Igreja na Polônia.

“A Igreja polonesa deve, hoje, olhar com humildade e verdade para o próprio passado, presente e futuro. Dom Wielgus apresentou voluntariamente sua renúncia, por causa das graves acusações que lhe foram dirigidas. Sua decisão de renunciar, prova sua preocupação com o bem da Igreja e o enaltece. Ao mesmo tempo, a decisão do Santo Padre, Bento XVI, de aceitar a renúncia, demonstra sua preocupação pelo andamento tranqüilo do trabalho pastoral na Polônia.”

O comunicado é assinado pela presidência do Episcopado polonês: Dom Józef Michalik, Dom Stanisław Gądecki e Dom Piotr Libera. O Episcopado dirige-se também aos representantes da mídia, pedindo-lhes que respeitem a decisão de Dom Wielgus e evitem interpretações exageradas dos fatos.

A Igreja na Polônia registra a retirada de cena de outro membro do clero, envolvido em questões de espionagem: trata-se de Pe. Janusz Bielanski, pároco da prestigiosa catedral de Wawel, de Cracóvia, sul da Polônia. Ele deixou as próprias funções, alegando ter colaborado, durante o passado regime no país, com a polícia secreta comunista. A notícia foi dada ontem, pela TV polonesa “TVN24”.

A renúncia de Pe. Bielanski, de 68 anos de idade, foi apresentada no dia 2 de janeiro e, imediatamente aceita pelo cardeal-arcebispo de Cracóvia, Stanislaw Dziswisz, ex-secretário pessoal de João Paulo II. Um ano atrás, a mídia polonesa já afirmava que Pe. Bielanski fora um informante do ex-serviço secreto comunista.

Segundo a edição polonesa do “Newsweek”, diversos amigos e sacerdotes ligados ao Cardeal Stanislaw Dziwisz foram sistematicamente obrigados a cooperar com a polícia comunista, depois do início do pontificado de Karol Wojtyla, eleito papa em 1978. A intenção da polícia da época era usar esses informantes para monitorar as atividades do secretário pessoal do pontífice. Pe. Bielanski era colega de seminário do então Pe. Stanislaw Dziwisz.

Fonte: Rádio Vaticano

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