Às vésperas do décimo quinto aniversário da assinatura dos Acordos de Paz em El Salvador, o movimento “Religiões Pela Paz” lamentou a situação de violência que aflige essa nação centro-americana.

“A violência é o pão nosso de cada dia, levantamos e vamos para a cama com violência”, disse o reverendo da Igreja Batista Emmanuel, Miguel Tomas Castro, ao fazer alusão às estatísticas de criminalidade que indicam a ocorrência de 12 a 13 assassinatos por dia no país.

Os Acordos de Paz significaram um primeiro passo e contaram com a boa vontade dos signatários, mas a paz não existe, opinou Claudio Kahn, da comunidade judia.

“Religiões Pela Paz – El Salvador” é um movimento que reúne judeus, muçulmanos e cristãos, incluindo as igrejas históricas e pentecostais, além de representações budista e indígenas. O movimento surgiu no país em janeiro de 2006 com a tarefa de oferecer testemunho de tolerância e entendimento.

Os religiosos exortaram, em coletiva de imprensa, ontem, para que pessoas de boa vontade se unam num dia de Ação de Graças, na terça-feira, 16 de janeiro. Eles pediram uma celebração inclusiva com a participação de todas as igrejas, credos e confissões.

No dia 16 de janeiro de 1992, o governo de El Salvador e a Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN ) assinaram os Acordos de Paz que puseram fim a 12 anos de uma violenta guerra civil, que deixou como saldo 75 mil mortos e milhares de desaparecidos.

“A paz é algo em nível familiar e pessoal, seus pilares são a verdade, a justiça, a liberdade e o amor. Quinze anos depois nos questionamos se esses pilares realmente existem neste país”, afirmou monsenhor Ricardo Uriostes, da Igreja Católica.

O representante da comunidade muçulmana, Armando Bukele, assinalou que está contente com o fim do conflito armado, “mas devemos mudar a nós mesmos, devemos recordar a famosa frase de Mahatma Ghandi: ‘Não há caminho para a paz, a paz é o caminho’”, destacou.

Fonte: ALC

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