O líder evangélico Gustavo Parajón, 70 anos, fundador das Comissões de Paz em Nueva Guinea, Jinotega e Rio Coco, no Atlântico Norte, recebeu a ordem Francisco Morazán, do Parlamento Centro-Americano (Parlacen). Ele conclamou o Parlamento a lutar por paz e justiça.
Depois do terremoto em Manágua, em 1972, Parajón fundou o Comitê Evangélico Pró-Ajuda aos Danificados (CEPAD) e na guerra interna entre contras e sandinistas ele criou as Comissões de Paz, que trabalharam pelo desarme de grupos indígenas anti-sandinistas no Rio Coco.
Nos anos 80, na companhia do cardeal Miguel Obando y Bravo, Parajón contribuiu para o processo de pacificação do país através da Comissão de Reconciliação, que culminou com os acordos de paz entre a resistência e o exército sandinista.
Por todo esse trabalho, o Parlacen decidiu, por unanimidade, conceder na terça-feira, 17, a honraria a Parajón, em cerimônia realizada na Primeira Igreja Batista de Manágua, onde ele foi ordenado e hoje a pastoreia.
“É um orgulho outorgar esse reconhecimento a um grande missionário e pacificador”, disse o presidente do Parlacen, Julio Palacios. Parajón, historiou o presidente, teve um papel determinante, junto com a Igreja Católica, na pacificação da pátria e hoje continua jogando um rol importante no serviço social e na política.
Parajón representa um grande setor evangélico na Nicarágua. Citando passagens dos profetas Amós e Miquéias, o pastor batista lembrou o Dia Internacional de Erradicação da Pobreza, decretado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Ele disse, na mensagem de agradecimento, que o trabalho do Parlacen pela unidade, justiça e paz deve ser “visível e permanente, para terminar com a pobreza”.
O homenageado agradeceu a Deus e afirmou que jamais pensou que teria tal reconhecimento, partilhando a distinção com todos os promotores da paz e pessoas que arriscaram suas vidas em Jinotega e Rio Coco na busca da reconciliação e pacificação, entre 1987 a 1990. Ele agradeceu a ajuda do CEPAD, do Conselho Mundial de Igrejas, do Serviço Mundial de Igrejas, do Conselho Latino-Americano de Igrejas (CLAI) e das igrejas dos Estados Unidos e da Europa.
O líder batista frisou que a pobreza se combate com justiça e honradez e com uma eqüitativa distribuição das riquezas, porque alimentos existem suficientes no mundo. Agregou que a reconciliação com Deus permite o perdão aos irmãos, para que trabalhem juntos e conquistem, assim, o desenvolvimento do país.
Participou da cerimônia o comandante Gallo, um dos ex-contras que combateram o exército sandinista e que participou dos acordos de desarme, em 1987, na área de Nueva Guinea.
Fonte: ALC