Durante o período que passou em uma Unidade de Pronto de Atendimento (UPA), o pastor Neto Nunes, que faleceu por Covid-19 nessa segunda-feira, 18, recusou leito de UTI no Hospital Leonardo da Vinci, em Fortaleza, em solidariedade a outros pacientes mais graves, informou nesta terça-feira (19) o vereador Antônio Henrique (PDT), presidente da Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor).
“Eu estava conversando com a irmã do pastor Neto Nunes que me disse que antes dos quatro dias (que ele passou na UPA) surgiu leito de UTI para ele e ele, se achando um pouco mais forte, passava a vez para outra pessoa. Isso mostra inclusive o lado humanitário e cristão dele”, comentou o presidente da CMFor.
A fala ocorreu na 13º sessão virtual Extraordinária da CMFor, no momento em que os vereadores prestavam suas condolências a entes queridos de pessoas que faleceram em decorrência do coronavírus. De acordo com Antônio Henrique, o pastor Nunes Neto chegou a ceder sua vaga em UTI por duas vezes.
“Ele não estava em uma situação confortável, a UPA não tem conforto em virtude da quantidade de pessoas procurando transferência para UTI. Eu lamento a situação não só dele como de tantos outros. Mas no caso dele tivemos essa informação. Ele vendo a situação dele melhor que a de outros, passava a vez”, conta o pedetista.
Durante a sessão, Antônio citou também a proximidade com o pastor e afirmou que acompanhou de perto o quadro de saúde dele: “Ele era um defensor do isolamento social. Ele cumpriu, mas infelizmente foi acometido e veio a óbito”
A morte de Florêncio Nunes Neto, mais conhecido com pastor Neto Nunes, que era presidente da Convenção de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus Ministério de Fortaleza no Estado (Cimadec), foi lamentada pela entidade na noite de segunda-feira, 18.
O presidente da CMFor, Antônio Henrique, também divulgou nota de pesar em suas redes sociais. Roberto Cláudio (PDT), prefeito de Fortaleza, também lamentou o falecimento em publicação no Facebook.
Pastor Neto Nunes foi candidato a prefeito de Fortaleza em 2008, pelo PSC. Na época, ele obteve 22.874 votos, ficando na quinta colocação entre nove candidaturas. A campanha do pastor ficou marcada pelo slogan “vai dar tudo certo.”
“Ele é um homem que militava tanto no lado religioso de pregação e também tinha envolvimento político porque ele acreditava que na política podemos fazer muito pelas pessoas. É uma pessoa que eu fiquei muito chocado (com a morte)”, declarou o presidente da Câmara, Antônio Henrique.
Fonte: O Povo
