Um pastor foi baleado e morto pelas forças de segurança cingalesas no dia 13 de janeiro, em Jaffna, segundo a Christian Solidarity Worldwide (CSW).
A organização informou que o reverendo Nallathamby Gnanaseelan, de 38 anos, era pastor da Igreja Missão Tamil em Jaffna. Ele era membro da Aliança Nacional Cristã Evangélica do Sri Lanka (NCEASL, sigla em inglês) e, segundo a entidade, não estava envolvido em qualquer atividade política.
Segundo a CSW, “o pastor Gnanaseelan foi morto na Rua Capela, depois de ter levado sua esposa e filha ao hospital. De acordo com relatos, ele foi baleado no estômago e na cabeça. Sua Bíblia, bolsa, carteira de identidade e motocicleta foram levadas e ele foi deixado na estrada. As forças de segurança inicialmente alegaram que ele estava carregando explosivos, e, depois, disseram que ele foi baleado porque não obedeceu à ordem de parar”.
Violência contínua
A CSW informa que nos últimos meses tem havido uma dramática onda de violência no Sri Lanka, especialmente em Jaffna, devido ao conflito entre o grupo rebelde Tigres de Libertação da Pátria Tamil (LTTE) e o governo. De acordo com a NCEASL, tem aumentado o número de execuções extrajudiciais, seqüestros e desaparecimentos e “a população civil está enfrentando a falta de comida e remédios, passando por dificuldades e sofrimentos”.
A NCEASL declarou que “milhares de pessoas são presas, torturadas ou maltratadas de forma arbitrária. Pedimos que a comunidade internacional erga sua voz e evite o massacre de inocentes nesse país. É urgente a necessidade de estabelecimento de uma missão das Nações Unidas que monitore os direitos humanos. O mundo não pode ficar parado assistindo à deterioração dessa situação, enquanto, diariamente, as pessoas pagam com suas vidas”.
Além da deterioração da situação política do Sri Lanka, a CSW afirma que a violência contra os cristãos continua, e que o parlamento cingalês está considerando a proposta de uma lei anticonversão.
O diretor da CSW, Mervyn Thomas, disse: “Oferecemos nossas profundas condolências à família do pastor morto. Embora o assassinato do pastor Gnanaseelan não tenha sido motivado pela religião, o fato irá apenas aumentar a tensão para as minorias religiosas do país. Apelamos a todos os lados do conflito, incluindo o governo, o LTTE e as forças paramilitares, para que cessem com as violações dos direitos humanos, e encorajamos a comunidade internacional a agir de modo a fazer com que o conflito no Sri Lanka chegue ao fim”.
Fonte: Portas Aberta