O poderoso furacão Irma, rebaixado para a categoria 4, prosseguia em sua trajetória mortal pelo Caribe, onde deixou pelo menos 12 mortos mortos, enquanto Cuba e Estados Unidos se preparavam para o impacto.
Com ventos de 250 km por hora, o furacão continua “extremamente perigoso”, advertiu o Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos.
A passagem pelo Caribe foi devastadora: duas pessoas faleceram em Porto Rico, quatro nas Ilhas Virgens americanas, uma em Barbuda e cinco na ilha de Saint Martin: quatro do lado francês e uma do lado holandês.
Cuba espera a passagem do furacão – de categoria 5, a mais elevada – durante a noite de sexta-feira. As autoridades decretaram alerta máximo em sete de suas 15 províncias e obrigaram a retirada de 10.000 turistas estrangeiros.
Quase um milhão de pessoas receberam ordens de deixar áreas costeiras de Flórida e Geórgia, na maior evacuação maciça nos Estados Unidos em 12 anos.
“Será realmente devastador”, antecipou na quinta-feira o diretor da Agência Americana de Gestão de Emergências (FEMA), Brock Long. “Todo o sudeste dos Estados Unidos deve se proteger”.
Com rajadas de vento que chegaram a 295 km/h, o furacão varreu pequenas ilhas caribenhas como Saint Martin, onde 60% das casas ficaram inabitáveis.
“Parece como se uma podadora gigante tivesse descido do céu e passado pela ilha”, explicou Marilou Rohan, moradora afetada, à emissora NOS.
“As casas foram esmagadas. As pessoas não têm esperança, vemos em seus olhos”, acrescentou Rohan nesta ilha conhecida pelas praias paradisíacas e cujo território França e Holanda compartilham.
As autoridades francesas confirmaram quatro mortos em Saint Martin e 50 feridos. Do lado holandês, houve pelo menos um morto.
Sinais
Com tudo isso no cenário, incluindo o recente furacão Harvey – que deixou dezenas de mortos e milhares de desabrigados – alguns pastores têm apontado o comportamento humano como grande motivador dos desastres.
Rick Joyner, fundador e diretor do Ministério Morning Star, costuma se posicionar sempre que grandes destruições causadas pela natureza ocorrem, dizendo que são um sinal da ira de Deus. Um dos casos em que ele atrelou a catástrofe ao descontentamento divino foi no terremoto que atingiu o Japão em 2012.
Para discutir o furacão Irma, Joyner concedeu uma entrevista ao pastor Jim Bakker, em seu programa de TV, apontando sinais de que esses eventos são pequenos sinais do julgamento de Deus. Como a principal atingida pelo furacão Harvey foi a cidade de Houston, no Texas, Joyner disse que a tempestade foi uma retaliação de Deus à perseguição que os líderes cristãos sofrem por lá por pregarem contra a homossexualidade.
Segundo Joyner, nada disso está atrelado a mudanças climáticas: “O verdadeiro problema com o clima e tudo o mais neste mundo tem a ver com o pecado e a maldade. A terra toda clama por causa do derramamento de sangue inocente. Isso faz mais mal que o despejo de CO² ou qualquer coisa assim”, frisou.
Julgamento
O pastor Jim Bakker assentiu às declarações do colega e afirmou que existe coerência no pensamento porque os furacões ocorreram após o eclipse solar e são “julgamento de Deus sobre a América”.
“Esse tipo de coisa não acontece por acidente”, afirmou Joyner, associando os eventos atuais às tragédias de 2012 (Sandy) e 2005 (Katrina). “Temos que nos defender da perversão dos nossos tempos”, acrescentou.
Outro que abraçou o discurso foi pastor Kevin Swanson usou seu programa de rádio para afirmar que a situação causada pelo furacão Harvey em Houston foi um castigo divino contra o fato de a cidade ser uma defensora da agenda LGBT e ter como prefeita uma mulher homossexual.
Fonte: Exame e Gospel +