Por serem mais vulneráveis perante a sociedade, as mulheres e meninas cristãs estão mais propícias à perseguição
Por serem mais vulneráveis perante a sociedade, as mulheres e meninas cristãs estão mais propícias à perseguição

Nas últimas semanas do Ramadã (mês sagrado do jejum islâmico), muitos jovens se entregaram a Jesus na Ásia Central. Ao mesmo tempo em que a igreja cresce, os casos de perseguição aumentam. “Visitamos muitos vilarejos, cidades pequenas e áreas remotas para compartilhar o evangelho. A necessidade de um Deus vivo é muito grande. Eles precisam de esperança, alegria e força que são encontradas em Isa Massih [nome de Jesus em árabe]”, conta o pastor de uma igreja secreta.

De acordo com o pastor, todos os novos convertidos nos vilarejos são cristãos de origem muçulmana, por isso a pressão sobre eles é muito grande. Especialmente agora, durante o Ramadã, a pressão para que os recém-convertidos deixem Jesus e voltem para o islã ficou muito grande. Família, amigos e vizinhos se unem para forçar os seguidores de Jesus a voltarem ao islã.

“O cuidado precisa ser ainda maior quando se trata de jovens cristãos secretos”, explica o pastor. Essa realidade é visível na vida de Sanida* e Kamil*. Os dois são irmãos e foram agredidos e expulsos de casa recentemente, quando o pai descobriu a conversão deles ao cristianismo. Os adolescentes de 17 e 13 anos, respectivamente, ficarão tão assustados que nem sabiam para onde ir. Foi uma família cristã que os acolheu temporariamente e tem orado e encorajado a família.

O jovem Alisher*, de 18 anos, viveu a mesma situação que Samida e Kamil, mas foi acolhido por um pastor e agora trabalha como voluntário da igreja secreta ajudando a organizar os cultos e os momentos de louvor. O cristão Ahmad também viveu uma situação semelhante. A esposa muçulmana e o filho adolescente descobriram que ele era um cristão, o que causou um grande escândalo na família. Eles queimaram a Bíblia do cristão e o expulsaram de casa.

Pressão e solidão

Todos esses casos são reflexos de comunidades que não aceitam a presença de Cristo e geram desafios como solidão e perda de perspectiva de futuro, que tornam muito difícil permanecer em Jesus. Sadik*, de 19 anos, por exemplo, foi espancado quando o pai descobriu que ele era cristão. O jovem ficou com múltiplas lesões no rosto e no corpo e está na casa de um pastor local, participando de treinamentos bíblicos, mas completamente rejeitado por seus parentes.

Há alguns dias, Mehmad, o filho de uma cristã local invadiu um culto da igreja secreta na casa de um pastor local em um pequeno vilarejo. A cristã Nargena é idosa e ficou assustada com os gritos e xingamentos que o filho proferiu contra ela e os cristãos locais. Mehmad estava ainda mais indignado porque enquanto ele celebrava o Ramadã, lendo o Alcorão, indo à mesquita e guardando o jejum, a mãe estava na igreja.

Todos os participantes do culto ficaram em oração silenciosa enquanto Mehmad se acalmava. Somente quando Nargena lembrou que no Alcorão os filhos devem respeitar os pais, Mehmad parou de gritar e xingar. Mas ele tomou a mão da mãe e a arrastou para fora. Ao sair, ele chutou uma cristã que estava sentada ao lado de Nargena.

Em outro vilarejo, a jovem Baria* foi expulsa de casa pelos pais e todos os parentes a rejeitaram por causa da fé em Jesus. Ela foi alvo de muitos xingamentos e maldições, que diziam que ela não iria se casar ou ter filhos saudáveis. Baria chorou muito e ficou profundamente ferida emocionalmente.

Parceiros locais da Portas Abertas também compartilharam o pedido de oração pela cristã Galina, sua filha Jildou e o filho Zhenya*. A família foi abandonada pelo marido de Galina quando ele descobriu que a esposa e os filhos se entregaram a Jesus.

Vizinhos e outros parentes também se juntaram para pressioná-los e agrediram a cristã e os filhos. Tudo na casa de Galina ficou destruído. Quando estavam voltando da visita, um carro especial das autoridades os estava seguindo, mas, graças a Deus, os parceiros perceberam, mudaram de rota e despistaram-no.

*Nomes alterados por segurança.

Fonte: Portas Abertas

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