protestos de muçulmanosA violência continua ao redor do mundo islâmico como resposta às recentes declarações do papa Bento XVI sobre o islã. Algumas igrejas cristãs no Iraque publicaram cartas demonstrando seu desacordo com o papa, numa tentativa de evitar ataques.

De acordo com o presidente da organização Liberdade Cristã Internacional (CFI, sigla em inglês), Jim Jacobson, “é impossível um diálogo sério entre cristãos e muçulmanos, enquanto qualquer crítica ao islã gerar violência”.

Em um mundo marcado por diferenças econômicas, étnicas e religiosas, as pessoas buscam avidamente o diálogo. Certamente é melhor conversar do que lutar. E muito pode ser alcançado se as pessoas deixarem de lado suas diferenças para trabalharem juntas, com objetivos comuns.

Entretanto, o diálogo genuíno requer o confronto de problemas reais. Há muitos episódios na história dos quais tanto o cristianismo quanto o islamismo – assim como outras religiões – precisam se arrepender. Injustiças foram cometidas pelo uso da violência por aqueles que alegavam falar em nome de Deus. As vítimas de tais injustiças foram muitas.

Sem lugar para a violência

Hoje o quadro é bem diferente. De modo algum a igreja cristã é perfeita – “Deus nos disse que todos foram destituídos de sua glória”, enfatiza Jim Jacobson. Porém no decorrer dos últimos cem anos os cristãos vieram a reconhecer que a violência e a força não têm lugar na promoção da mensagem do evangelho.

Infelizmente, não é esse o caso no mundo muçulmano. A triste realidade é evidente diante da resposta ao discurso do papa: o assassinato de uma freira na Somália, igrejas queimadas por palestinos, ataques a igrejas no Iraque e ameaças contra cristãos por toda parte. O problema da violência islâmica contra os não-muçulmanos de todas as religiões não está circunscrito à história. Ele acontece hoje.

Igualmente sério é o problema da perseguição e da discriminação. “O preconceito contra os cristãos se espalha pelo mundo muçulmano”, explica Jim Jacobson. “Claro, alguns países são mais livres e mais tolerantes do que outros. No entanto, é virtualmente impossível encontrar uma nação majoritariamente muçulmana na qual os cristãos não sejam oprimidos, enquanto é igualmente difícil encontrar um Estado de maioria cristã em que os muçulmanos sejam vitimizados”.

O ponto de partida para qualquer diálogo inter-religioso precisa ser um debate sobre a disposição dos governos islâmicos de deter a perseguição aos não-muçulmanos. “Liberdade de consciência é um pré-requisito para a fé e precisa ser reservada a todos”, defende Jim Jacobson.

Há muita coisa na cultura e na história que separa os que acreditam em Deus. Mas também temos muito em comum. O fundamento para a cooperação e o diálogo religioso precisa ser a renúncia à prática da violência em nome da fé.

Fonte: Portas Abertas

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