A PRF (Polícia Rodoviária Federal) decidiu adotar os dez mandamentos que o Vaticano elaborou para os motoristas católicos como uma forma de auxiliar os brasileiros na educação do trânsito.

O órgão ainda espera o apoio de padres e da mídia para divulgar essa cartilha papal.

Na última quarta-feira, a Igreja Católica lançou o documento “Orientações para a Pastoral das Estradas”, com um decálogo aos motoristas inspirado nos dez mandamentos da Bíblia.

O responsável pela cartilha, cardeal Renato Martino, disse, por exemplo, que “pode ser pecado” fazer uma ultrapassagem perigosa.

E para divulgar no Brasil essas orientações religiosas, a Polícia Rodoviária Federal preparou um documento no qual, a cada um desses “mandamentos”, inclui recomendações e estatísticas oficiais das estradas do país.

No documento, por exemplo, o terceiro “mandamento” –que pede “cortesia, correção e prudência” para o motorista “lidar com eventos imprevistos”– é seguido de um levantamento que aponta a imprudência como a principal causa da violência nas estradas, citando índices de acidentes em pistas boas (80,75%), nas retas (69,48%), durante o dia (59,44%) e com tempo bom (67,05%).

Outro exemplo: após o sétimo mandamento -“Ajude as famílias de vítimas de acidentes”-, vem a seguinte recomendação da PRF: “O motorista envolvido em acidente deve se responsabilizar por seus atos. Se ele não foi capaz de evitar a ocorrência do acidente, que pelo menos arque com os custos de seus desdobramentos. Sentir e demonstrar arrependimento pela conduta é a melhor forma de prestar amparo ao vitimado e à sua família”.

Distribuição nacional

O texto, com os “Dez Mandamentos” e comentários e estatísticas da Polícia Rodoviária Federal começou a ser distribuído ontem a todas as superintendências regionais do órgão, que farão a divulgação com a imprensa.

“Isso [divulgação do documento] vai ser fantástico”, disse o inspetor Alvarez de Souza Simões, coordenador de Controle Operacional da PRF. “Se eles [católicos do Brasil] ouvirem o Vaticano, já é um grande passo dado. Se o cidadão colocar a mão na consciência, ele saberá fazer o que é certo”, completou.

Sinal-da-cruz

O documento do Vaticano, que tem um total de 36 páginas, alerta sobre o número de mortes por ano em acidentes –1,2 milhão de pessoas, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde)– e sugere que os católicos façam o sinal-da-cruz ao momento de iniciar um deslocamento.

“Ao católico qualquer orientação vinda do Vaticano tem um peso grande. Certamente esse assunto deve ser tratado nas missas. As igrejas de todo o Brasil devem comentar isso, também com a ajuda da imprensa”, afirmou o coordenador da PRF.

Fonte: Paraíba Online

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