Mulheres e crianças cristãs que fugiram dos ataques em Burkina Faso. (Foto: Reprodução/BF)
Mulheres e crianças cristãs que fugiram dos ataques em Burkina Faso. (Foto: Reprodução/BF)

O aumento do extremismo islâmico tem tirado a paz dos cristãos em Burkina Faso.

Os deslocamentos forçados, a fome e o medo fazem parte do dia a dia de irmãos e irmãs, e os líderes cristãos do país estão clamando por ajuda para enfrentarem os resultados da violência física e emocional.

Apesar da Constituição de 2012 prever a liberdade religiosa, os jihadistas têm ignorado as leis.

“Os valores da tolerância, perdão e amor, que têm sempre guiado o país, foram agredidos. A liberdade de adorar, consagrada em nossas leis, também foi desafiada”, afirma o pastor Henri Ye, líder da Federação de Igrejas e Missões Evangélicas (FEME).

Com 60% da população professando a fé islâmica, Burkina Faso tem 25% de cristãos e o restante segue as religiões tradicionais africanas. A maioria dos muçulmanos vive ao norte do país, já os cristãos ficam localizados no centro e no sul.

O cristianismo chegou no país no início do século 20 com a presença de missionários franceses. Porém, as práticas das religiões tradicionais africanas têm encontrado lugar entre muitos muçulmanos e cristãos, resultando em um sincretismo religioso.

Sequestros, assassinatos e discriminação de cristãos estão se intensificando mesmo com o apoio das Forças de Segurança Nacional. Nesse momento, o líder cristão Laurent Birfuoré Dabiré pede ajuda internacional: “Se o mundo continuar a não fazer nada, o resultado será a eliminação da presença cristã”.

Os grupos extremistas islâmicos têm migrado para o interior do país e enfraquecido a segurança com ataques às instituições governamentais e civis e até pessoas.

“Os grupos armados vêm para promover divisão e ser o combustível para tensão com o assassinato de líderes das comunidades e religiosos”, esclarece o componente da FEME.

Apesar de o governo atual de Christian Kaboré fortalecer a democracia e incentivar o respeito aos direitos humanos, os ataques dos extremistas islâmicos têm ofuscado a liberdade no país.

Jihadistas são suspeitos de matar 19 pessoas em ataque no nordeste da Burkina Faso, no fim de semana do dia 25 de outubro.

De acordo com a rádio Omega, pistoleiros invadiram a vila de Pobe Mengao, na região do Sahel, no norte do país, e assassinaram 16 pessoas. Veículos foram roubados e lojas incendiadas. Na sexta-feira e sábado, três pessoas foram mortas em Rouga, na provícia de Lorum, reportou a agência Burkina Faso News.

Fonte: Portas Abertas

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