O presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, o nicaraguense Miguel d’Escoto, que é padre, disse nesta sexta-feira, em Havana, que o ex-ditador cubano Fidel Castro é “o melhor discípulo de Jesus”.

“Fidel é para mim, hoje em dia, o melhor discípulo de Jesus. Tive o privilégio de estar perto dele, de observá-lo, de ouvi-lo, de vê-lo, e é um homem apaixonado pela justiça, pela fraternidade, pela solidariedade”, afirmou d’Escoto.

Por outra parte, disse que a ONU tem que ser “reinventada”, em um discurso diante do presidente do Parlamento cubano, Ricardo Alarcón, e o ministro de Cultura do país, Abel Prieto, entre outros funcionários.
Posteriormente, em um programa da televisão estatal, ressaltou a boa saúde de Fidel.
“Eu vejo seu rosto, seu semblante, sua cor. […] Possivelmente está em melhor estado de saúde agora que quando deixou o poder. Está se cuidando um pouco mais, acho que as orações dos revolucionários de todo o mundo foram escutadas por Deus e que teremos Fidel por enquanto”, acrescentou.

Por outro lado, d’Escoto assegurou que, para ele, “é impossível não ver a mão do império [em referência ao Estados Unidos] nos eventos em Honduras”, porque os militares que depuseram o presidente Manuel Zelaya “não seriam capazes de atuar fora do tolerado”.

Também criticou o recente acordo para que as Forças Armadas dos EUA utilizem sete bases na Colômbia.

“O império ia mudar sua modalidade de relação com a nossa América e ter bases militares estrangeiras na América Latina e no Caribe é uma ameaça para a paz e para independência de nossos países”, disse.

D’Descoto foi chanceler da Nicarágua por uma década durante o governo socialista sandinista, que recebeu apoio cubano. Ele foi suspenso pelo Vaticano e criticado pelo papa João Paulo 2º (1978-2005) por não denunciar os atos de violência da guerrilha sandinista.

Como a ONU é administrada pelo secretário-geral (atualmente, o sul-coreano Ban Ki-moon), e as decisões militares estão nas mãos dos membros do Conselho de Segurança (CS), o presidente da assembleia tem pouco poder.

A atribuição de maior destaque do cargo é comandar uma reunião anual de líderes mundiais, normalmente realizada em setembro. Ele também preside os debates da assembleia, muitos sobre questões de desenvolvimento, e supervisiona a indicação dos dez membros não permanentes do CS.

Os últimos presidentes com frequência foram porta-vozes da reivindicação de longa data de muitos países para que o CS seja expandido, com a inclusão de mais vagas permanentes, hoje ocupadas apenas por China, EUA, França, Reino Unido e Rússia –cada qual com poder de vetar qualquer decisão do conselho.

Fonte: Folha Online

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