O presidente da CNBB, d. Geraldo Majella Agnelo, criticou ontem, em entrevista, o presidente Lula, a corrupção e a opção do Planalto por privilegiar o capital.

“A preocupação pela economia deixou para trás o que era mais importante”, disse ele, ao comentar outra crítica que já havia sido feita pelos bispos, de que o projeto do governo de transformação foi substituído por um projeto de poder.

“Não se pode só privilegiar o capital, o dinheiro”, afirmou. “Tem de privilegiar o trabalho digno, o trabalho para todos.” O presidente da CNBB falou da sua preocupação com a corrupção: “Não podemos conviver com a corrupção, ao ponto a que ela chegou.” Ressaltou que “é um mau exemplo para todos e especialmente para o próprio povo, que, vendo seus dirigentes tão assim envolvidos, como não se sentirá?” Para ele, “mais do que nunca é preciso mudar a situação” porque os dirigentes é que deveriam estar à frente para buscar o bem comum.

D. Geraldo recomendou aos eleitores que “votem com consciência e depois acompanhem o desenrolar do mandato”. Os políticos, segundo ele, não estão seguindo as palavras ditas por d. Luciano e repetidas por Lula no discurso – de que não se esqueçam dos pobres.

“Não parece que estejam seguindo à risca, porque esta situação de miséria e de pobreza é de alguma coisa que clama aos céus”, afirmou. Ao ser lembrado de que Lula insiste que foi o presidente que mais fez pelos pobres, d. Geraldo comentou: “É impossível que ele não tivesse feito alguma coisa. Mas nós esperamos muito mais.”

Fonte: Estadão

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