O rabino Henry Sobel, cuja detenção nos Estados Unidos por roubar gravatas causou comoção na comunidade judaica de São Paulo, desculpou-se ontem publicamente pelo “transtorno causado” e por não saber “como explicar o inexplicável”.

Sobel convocou uma entrevista coletiva no hospital paulista onde foi internado na sexta-feira passada por “descontrole emocional” e “alterações do comportamento”, segundo os médicos.

“Não tenho conhecimento científico nem psicológico para compreender, explicar e muito menos justificar o que aconteceu, mas sei de uma coisa: o Henry Sobel que cometeu aquele ato não é o Henry Sobel que os senhores conhecem”, disse, visivelmente emocionado.

Sobel é presidente da Congregação Israelita Paulista, a maior comunidade judaica da América Latina e da qual é membro há 35 anos.

Também se destacou como ativista político, principalmente durante a luta contra a ditadura militar, assim como defensor dos direitos humanos e da aproximação entre as religiões.

Na quinta-feira, Sobel afastou-se temporariamente de seu cargo à frente da congregação judaica, depois que a imprensa local divulgou a ficha elaborada pela Polícia dos Estados Unidos quando foi detido pelo roubo de gravatas de luxo na Flórida.

Sobel foi detido em 23 de março acusado de levar sem pagar quatro gravatas no valor total de US$ 680 de três lojas de marcas de luxo em uma avenida de Palm Beach, na Flórida.

O rabino foi liberado um dia depois após pagar uma fiança de US$ 3.000, voltou ao Brasil e foi para fazenda de uma cidade próxima a São Paulo, de onde saiu na sexta-feira ao hospital, vítima do que os médicos qualificaram de “transtornos nervosos”.

Fonte: EFE

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