Pela segunda semana consecutiva, vários estados norte-americanos enfrentam uma escalada no número de novos casos do coronavírus, incluindo surtos ligados a reabertura de igrejas.
Arizona, Flórida, Oklahoma e Texas reportaram recordes de novos casos nesta terça-feira (16) após registrarem seus maiores números na semana passada. Nevada também registrou a maior marca em apenas um dia nesse período. O maior número registrado no estado até então era o do dia 23 de maio.
Menos de um mês depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, pediu que as igrejas reabrissem, a Virgínia Ocidental registrou um número significativo de surtos de novo coronavírus vinculados a esses lugares.
De acordo com um comunicado do departamento de saúde pública do estado, publicado no sábado e divulgado pela imprensa americana, cinco igrejas foram atingidas. Em uma única casa de oração do Condado de Greenbrier, pelo menos 17 casos foram identificados inicialmente, mas o governador Jim Justice revelou na segunda-feira que esse número havia subido para 28.
As autoridades de saúde disseram que houve mais oito casos relacionados a outra igreja no Condado de Hampshire; sete no Condado de Boone; e cinco cada nos condados de Jefferson e Marshall. E revelaram ao “Yahoo News” que os fiéis infectados haviam infectado 26 pessoas adicionais, de modo que o número total de pessoas que contraíram a Covid-19, direta ou indiretamente, por causa dos cultos chegou a 79.
“Estamos monitorando qualquer aumento nos casos com coordenação do departamento de saúde local”, afirmou Allison Adler, diretora de comunicações do Departamento de Saúde e Recursos Humanos do estado, acrescentando que a Guarda Nacional da Virgínia Ocidental estava ajudando na resposta, inclusive ajudando a limpar as cinco igrejas.
Descrevendo o coronavírus como um “assassino com balas de canhão”, o governador Justice sugeriu que os representantes da igreja em Greenbrier – a Igreja Batista Graystone – não tomavam medidas suficientes para proteger os paroquianos. “Talvez não tenhamos tido cautela lá. Talvez não tivéssemos uma distância social adequada ou não usamos máscaras adequadamente”. Mais tarde, ele esclareceu que isso era apenas um “rumor”.
Graystone postou uma declaração no Facebook na tarde de sábado: “Incentivamos muito qualquer pessoa que estivesse se sentindo mal a permanecer em casa. Frequentar a igreja era voluntário. Exemplificamos o distanciamento social dentro dos muros da igreja. Divulgamos e utilizamos estações de higienização das mãos e sprays antibacterianos. Não entendemos a fonte do surto. Da melhor maneira possível, seguimos as diretrizes que nos foram dadas”.
No Oregon, autoridades de Saúde estão tentando conter um surto ligado à Igreja Pentecostal Lighthouse United, no Condado de Union.
O jornal The Oregonian noticiou que um vídeo na página da igreja no Facebook no dia 24 de maio mostrava centenas de pessoas aglomeradas cantando lado a lado em uma cerimônia. Grandes reuniões não estavam permitidas de acordo com o plano de reabertura do estado àquela época. O vídeo foi apagado da página desde então, segundo o jornal.
Na semana passada, um pastor de uma megaigreja do Kentucky, nos EUA, que entrou em conflito com o governador Andy Beshear, por causa das restrições impostas durante a pandemia de coronavírus, disse que suspendeu os cultos presenciais novamente, depois que 18 membros de sua igreja testaram positivo para o vírus desde que ele voltou a realizar os cultos presenciais um mês após o fechamento.
A Igreja Batista Clay Mills em Brannon Road, em Nicholasville, ao sul dos limites da cidade de Lexington, realizou os cultos presenciais em 17 e 24 de maio, disse Jeff Fugate, pastor da igreja de 2.500 membros. Desde então, ele disse, pelo menos 18 membros de sua igreja deram positivo para o novo coronavírus.
Por todo os Estados Unidos, 17 estados viram um aumento nos números de novos casos na semana passada. Estados como Alabama, Carolina do Sul e Oklahoma lideram o crescimento nos números, de acordo com uma análise da Reuters.
Em Oklahoma, onde o presidente Donald Trump planeja um comício de campanha em um recinto fechado no sábado (20), os novos casos subiram 68%, para 1.081 na segunda semana de junho, enquanto a taxa de pessoas que testaram positivo para o vírus dobrou de 2% para 4% em questão de uma semana.
Autoridades de Saúde em muitos estados também atribuem o pico à reabertura das empresas e às reuniões do feriado do Memorial Day no final de maio. Muitos estados também se preparam para um possível aumento de casos resultante das milhares de pessoas que protestaram nas ruas contra a injustiça racial e a brutalidade policial nas últimas três semanas.
Mais de 2,1 milhões de pessoas foram infectadas com o coronavírus nos Estados Unidos e mais de 116.000 morreram de COVID-19.
Fonte: Yahoo News, R7 e The Christian Post