Rebeldes pró-Rússia na Ucrânia
Rebeldes pró-Rússia na Ucrânia

Rebeldes apoiados por russos na região de Luhansk, na Ucrânia, vêm reprimindo o cristianismo protestante e impedindo um novo registro exigido para as igrejas.

De acordo com a Forum 18, uma organização norueguesa de direitos humanos, os rebeldes pró-russos emitiram ordens de recadastramento para organizações religiosas na região, mas negaram a aprovação de muitas denominações.

Nenhuma Igreja Batista ou Adventista do Sétimo Dia, por exemplo, conseguiu se registrar novamente. A Adventista ainda teve que suspender todas as atividades a fim de impedir que as igrejas fossem tomadas.

Nos últimos meses, várias igrejas protestantes foram invadidas por rebeldes armados. No fim de setembro, a Igreja Batista de Krasny Luch foi tomada e seu pastor pode ser punido por permitir cultos sem registro.

Doze policiais interromperam o culto da manhã de domingo na Igreja Batista do Avivamento e seus 25 fiéis foram forçados a voltar para casa. Enquanto muitos deles eram interrogados, o pastor Dmitry Sirbu foi forçado a ver o cofre da igreja ser perfurado. Ele ainda foi acusado de violar o Código Administrativo por permitir o encontro.

Em outro caso, em agosto, homens armados invadiram a Igreja Pentecostal da Graça de Deus, em Alchevsk, durante uma reunião de adoração, forçando os cristãos a se deitarem de bruços no chão, enquanto tomavam computadores da igreja.

À luz da repressão, Andrei Litsoev, chefe do Departamento de Organizações Religiosas e Espiritualidade do Ministério da Cultura, Juventude e Esporte em Luhansk, se recusou a explicar por que tantas igrejas estão sendo impedidas de se registrar.

Luhansk, localizada próxima à fronteira entre Ucrânia e Rússia, permanece sob controle de rebeldes quase quatro anos após a escalada do conflito Ucrânia-Rússia. Autoridades alegaram um novo registro foi solicitado para as igrejas com base em um decreto de maio de 2015, que proíbe “eventos de massa” sob a lei marcial, em uma tentativa de controlar as atividades do povo.

A Igreja Católica Romana também teve que se candidatar para o registro, mas ainda aguardam uma resposta. Outros grupos religiosos, como as Testemunhas de Jeová, disseram que nem mesmo tentarão se registrar novamente, dado que a denominação foi proibida na Rússia.

O Grupo de Proteção aos Direitos Humanos de Kharkiv informou que os muçulmanos também foram alvejados na Crimeia, a região que foi anexada pela Rússia em 2014.

“Desde que a Rússia criminalizou as crenças das pessoas, os muçulmanos na Crimeia e na Rússia enfrentam perseguição apenas por defenderem as visões do Hizb ut-Tahrir”, observou o grupo, se referindo a um movimento pan-islâmico que é legal na Ucrânia, mas proibido na Rússia.

Fonte: Guia-me

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