A relação entre religião e Estado, em rápida mudança, e as identidades múltiplas estiveram na pauta do diálogo de dez intelectuais e líderes religiosos chineses e nove europeus, representantes do Budismo, do Islamismo, do Cristianismo e de religiões tradicionais chinesas.
O encontro aconteceu nas proximidades de Estocolmo, na Suécia, de 3 a 6 de outubro.
A dinâmica das religiões, o crescimento das igrejas domésticas na China, a recente separação de Igreja e Estado na Suécia, a maneira como a juventude chinesa busca identidades religiosas múltiplas, e os desafios das mudanças demográficas na Europa foram temas tratados pelos 19 líderes religiosos.
O grupo realizou estudo de caso de uma aldeia chinesa e de um subúrbio sueco, analisou documentos sobre publicações religiosas na China e examinou o papel da Igreja na sociedade civil.
O diretor do programa sobre Diálogo e Cooperação Inter-Religiosa do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), reverendo Shanta Premawardhana, referiu-se à Assembléia do organismo ecumênico internacional realizada em Porto Alegre, em 2006, quando foi destacado que a política ideológica do século XX está dando o lugar à “política de identidade” no século XXI.
“Há uma tendência cada vez maior de expressar as identidades em categorias mutuamente excludentes e de vincular as identidades religiosas e étnicas. Esse endurecimento das identidades apresenta-se como um grave problema no século XXI. As técnicas desenvolvidas e aperfeiçoadas por meio do diálogo inter-religioso podem ajudar a afrontar de modo eficaz esses problemas”, disse.
O seminário sobre “Religião e sociedade: o desafio das identidades múltiplas” foi hospedado pela Fundação Sigtuna, nas cercanias de Estocolmo, e recebeu o patrocínio da Fundação do Fórum Chinês-Europeu e da Fundação Charles Leopold Mayer para o Progresso Humano.
Fonte: ALC