Deus deseja que os fiéis contribuam para a preservação da natureza. Essa é a mensagem divulgada por uma conferência sobre as mudanças climáticas realizada pelo Vaticano.
O evento é o indício mais recente de como os grupos religiosos do mundo todo se preocupam cada vez mais com o destino do planeta.
Vindos de 20 países, cientistas, ministros do Meio Ambiente e líderes de várias religiões reuniram-se durante dois dias para discutir as implicações do aquecimento global e do desenvolvimento econômico.
Enquanto os cientistas falavam sobre a dinâmica dos gases do efeito estufa, padrões de temperatura, florestas tropicais e emissões de poluentes, os homens e mulheres da religião discutiam os aspectos morais e teológicos da proteção ambiental.
A conferência, organizada pelo Conselho para a Justiça e a Paz, um órgão do Vaticano, revela-se como o movimento de mais profundo envolvimento da Igreja Católica –o maior grupo cristão do mundo– com um dos assuntos mais debatidos dos dias atuais.
“As mudanças climáticas são um dos sinais de uma era na qual a Igreja Católica é afetada como uma organização global. A Igreja Católica precisa adotar uma posição sobre essa questão atual e urgente”, disse o bispo Bernd Uhl, de Freiburg (Alemanha).
Nos últimos anos, as maiores religiões do mundo adotaram posturas mais “verdes” em meio à corrida para salvar o mundo, o qual, segundo pregam, está sob os cuidados do homem e precisa ser protegido para as futuras gerações.
No último ano, algumas igrejas evangélicas dos EUA –grupos conservadores que se aliaram ao presidente norte-americano, George W. Bush– romperam com Washington para defender a adoção de medidas urgentes na proteção ao meio ambiente.
Segundo Uhl, chegou o momento de a Igreja Católica divulgar uma encíclica, o tipo mais importante de texto papal, sobre o que chamou de o “futuro da criação”.
O bispo Christopher Toohey, da Austrália, disse que os devotos deveriam “ter a coragem e a motivação para, pela graça de Deus, fazer o que precisam fazer a fim de proteger este planeta-jardim”.
Fonte: Reuters