A revista ‘Harvard Theological Review’ está se recusando a retirar um artigo de 2014, que publicou sobre o infame papiro sugere que Jesus tinha uma esposa, mesmo após a professora que o apresentou primeiramente ter admitido o fragmento é uma falsificação.

[img align=left width=300]https://thumbor.guiame.com.br/unsafe/840×500/smart/media.guiame.com.br/archives/2016/06/26/3644333850-papiro-esposa-de-jesus.jpg[/img]A professora da Escola de Divindades de Harvard (HDS), Karen King fez a revelação ao Boston Globe na semana passada, após a identidade da pessoa que entregou o manuscrito a ela ter sido anunciada.

Walter Fritz, um norte-americano envolvido nos estudos de egiptologia, no ramo de peças de automóveis e na pornografia, revelou o segredo em uma carta, deixando dúvidas sobre a procedência do papiro.

“Eu, Walter Fritz, certifico que eu sou o único proprietário do um fragmento de papiro que foi chamado de ‘Evangelho da esposa de Jesus’”, disse o homem. “Eu garanto que nem eu, nem quaisquer terceiros forjaram, alteraram ou manipularam o fragmento e/ou sua inscrição, desde que foi adquirida por mim. O proprietário anterior não deu indicações de que o fragmento tenha sido adulterado”.

Menos de 24 horas depois de um relatório de investigação sobre a falsificação papiro de Fritz foi publicado na edição de julho / agosto da revista ‘The Atlantic’. Documentos adicionais surgiram, mostrando um manuscrito grego falso que Fritz tinha postado em seu site e um blog em que sua esposa “fala de restauração de um evangelho cristão do século II, um projeto que aparentemente deixou parte do manuscrito em fragmentos”, de acordo com o ‘Live Science’.

A revista ‘Harvard Theological Review’, que originalmente publicou o artigo de King, emitiu uma declaração, na qual se recusa retirar a publicação do texto e também mostra que não irá se retratar sobre a publicação.

“A aceitação de um ensaio para publicação significa que ele passou com sucesso pelo processo de revisão. Isso não significa que a revista está de acordo com as reivindicações do texto. Na mesma edição (HTR 107: 2, abril de 2014) em que a revista publicou o artigo da Professora Karen King e os artigos sobre os testes que foram representados ou deturpados em alguns círculos como estabelecer a autenticidade do fragmento, ela também publicou um artigo substancial do Professor Leo Depuydt, argumentando que a peça era uma ‘falsificação grosseira’. Dado que a HTR nunca aprovou uma posição sobre o assunto e não tem necessidade de emitir uma resposta”.

Em entrevista ao ‘Christian Post’ na semana passada, o professor de Estudos do Novo Testamento do Seminário Teológico de Dallas, Darrell Bock disse que o artigo da ‘Atlantic’ “dá mais razões para que tantos se tornem tão céticos sobre as reivindicações deste texto desde o início. Ele aponta para o fato de que, quando uma descoberta sensacional é anunciada, deve ser dado tempo para a poeira assentar em torno dessas reivindicações”.

Bock acrescentou: “Neste caso, parece que este papiro ‘antigo’ vale pouco mais do que poeira”.

Nicholas Perrin, professor de estudos bíblicos no Wheaton College, disse ao Christian Post esta semana que “a retração de King demorou a chegar” e a prova de que “o fragmento era uma falsificação já era forte o suficiente para além da investigação [da revista ‘The Atlantic’]”.

Falando sobre a recusa da ‘Harvard Theological Review’ em retirar o artigo escrito por King, publicado 2014, Perrin disse que a revista é “arbitrária” e “não tem nenhuma obrigação de defender as teses errantes daqueles que contribuem para isso”.

Perrin acrescentou, no entanto, que a revista acadêmica “provavelmente cometeu um erro de julgamento ao publicar o artigo de King”.

“Mas temos que assumir que eles estavam agindo de boa fé. Afinal, King é uma estudiosa respeitável, apesar de alguns compromissos infundados”.

Em um comunicado publicado on-line pelo deão da Escola de Divindades de Harvard, David N. Hempton disse em resposta à controvérsia, que Harvard é “grata aos muitos estudiosos, cientistas, técnicos e jornalistas que têm dedicado os seus conhecimentos para a compreensão a fundo e o significado do fragmento do papiro”.

“A HDS saúda estas contribuições e continuará a tratar as questões levantadas por eles com toda a seriedade que merecem”, acrescentou o comunicado.

[b]Fonte: Guia-me[/b]

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