Na série "Insatiable", a personagem Patty participa do concurso "Miss Magic Jesus" e fala em abortar, após suspeita de estar grávida do filho de seu pastor. (Foto: Netflix)
Na série "Insatiable", a personagem Patty participa do concurso "Miss Magic Jesus" e fala em abortar, após suspeita de estar grávida do filho de seu pastor. (Foto: Netflix)

Muitos espectadores da série da Netflix “Insatiable” (“Insaciável”) pediram seu cancelamento em meio a acusações de que ela ataca constantemente a fé cristã. Uma petição online já foi assinada mais de 230 mil pessoas.

Destinada a um público adolescente, a primeira temporada de 12 capítulos foi criticada pelo ‘News Busters’ do Centro de Pesquisa de Mídia dos Estados Unidos por promover “todos os tipos de exploração de identidade sexual e de gênero entre menores e adultos, para questões liberais como o aborto”, além de associar o nome de Jesus a atos sexuais.

Classificada como TV-MA, para ser “vista por adultos e imprópria para menores de 17 anos”, a série é sobre Patty Bladell (ex-estrela da Disney, Debby Ryan) que se vinga dos estudantes que uma vez a intimidaram. Depois de perder cerca de 30 kg, a agora magra Patty entra no concurso de beleza “Miss Magic Jesus”, no qual a vencedora usa uma “coroa de espinhos”.

Na série, Patty é filmada acidentalmente em atos sexuais com o filho adolescente de seu pastor dentro da Arca de Noé no playground das crianças. Pensando que ela está grávida, o pastor Mike (interpretado por Michael Ian Black) chama Patty e seu pai em seu escritório para uma reunião onde ele dá a notícia de que não pode ter uma “adolescente grávida solteira” participando do concurso “Miss Magic Jesus”, então ele teria que tirá-la da competição. A resposta de Patty é garantir que seu pastor não se preocupe, porque ela decidiu fazer um aborto.

Várias histórias LGBTs também são proeminentes na série, incluindo uma estudante transexual e a melhor amiga de Patty, Nonnie (Kimmy Shields), que descobre que ela tem uma paixão obsessiva por Patty e eventualmente a beija. Nonnie depois beija um menino também, mas decide começar um relacionamento lésbico com uma candidata do concurso “Miss Magic Jesus”, que bateu nela no banheiro feminino.

Blasfêmia

Depois de assistir a performance lírica de sua namorada no desfile, Nonnie conta entusiasticamente ao pai (que está sentado ao lado dela na platéia): “Essa é a minha namorada”. Ele responde com um sorriso de aprovação e um abraço paternal em volta do ombro dela. As referências sexuais a Jesus e ao Espírito Santo nesse episódio foram descritas pelo site ‘News Busters’ como “a cena mais ofensiva de todo o programa”.

O site citou ‘News Busters’ o um trecho da música entoada pela garota lésbica, junto a um coral:

“Nós vamos viajar juntos, com sua mão no meu coração. Seja qual for o clima, um amor tão forte. Tanto tempo. Tão difícil. Oh, Jesus, você me preenche de todas as maneiras. Doce, doce Jesus dentro de mim, eu te entendo profundamente em minha alma. Profunda, profunda e profunda em minha alma. sim! Oh, Espírito, por favor monte sobre mim. Por favor, por favor, por favor, me acompanhe. Profundo, profundo e profundo em minha alma.

Doce, doce Jesus dentro de mim, eu te entendo profundamente em minha alma. Profundo, profundo e profundo em minha alma. sim! Oh, Espírito, por favor monte sobre mim. Por favor, por favor, por favor, me acompanhe. Profundo, profundo, profundo no meu Ooooh! Pai. Eu acho que te amo”.

“Pedir ao Espírito Santo que ‘por favor me acompanhe… Profundamente, profundamente, no meu ooooh! Meu Pai’, enquanto faz movimentos sexuais e giros. O que é que isso deveria significar, além da óbvia sexualidade?”, analisa o ‘News Busters’. “E ter jovens adolescentes implorando a Jesus e ao Espírito Santo que façam sexo com elas é definitivamente chocante e completamente repugnante”.

Mais de 234 mil pessoas assinaram uma petição da Change.org pedindo à Netflix que cancele a série porque “perpetua não só a toxicidade da cultura da dieta, mas a objetificação do corpo das mulheres”. O autor da petição publicou recentemente uma atualização dizendo: “Acontece que a vergonha da gordura não foi o único problema com este programa”, acusando a série de também fazer “piadas sobre sexualidade, raça e molestamento”.

A criadora do programa, Lauren Gussis, disse ao ‘Chicago Tribune’ em uma entrevista que ela se baseou em suas próprias experiências de ser intimidada na escola e problemas com excessos e imagem corporal para a série e ficou surpresa com a reação negativa.

“A série é muito sobre querer que as coisas sejam diferentes, e então em um segundo elas são diferentes e aí você quer que elas sejam diferentes de novo. Então eu acho que para mim, parte do meu trabalho espiritualmente é amar o que isso é”, disse Gussis. “Eu escolho amar exatamente como isso é, porque me trouxe a este lugar neste dia, que é exatamente onde eu preciso estar”.

Fonte: Guia-me

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