O governo de Seul, capital da Coreia do Sul, anunciou nesta sexta-feira, 18, que vai processar e pedir indenização de 4,6 bilhões de wons (cerca de US$ 4 milhões) a uma igreja por ter causado um novo surto de Covid-19 ao sabotar esforços de rastreamento e testagem.
Uma nova onda de infecções começou nessa igreja após seus membros participarem um grande protesto no centro de Seul em meados de agosto. O surto elevou em centenas a contagem diária de novos casos no país ao longo de mais de um mês.
De acordo com a prefeitura, a Igreja Sarang Jeil e seu líder, o reverendo Jun Kwang-hoon, deliberadamente atrapalharam o trabalho de testagem e forneceram listas falsas de seus membros, o que permitiu o agravamento do último surto da doença.
“A municipalidade busca responsabilizar a igreja e o pastor por contribuírem para a disseminação nacional de uma nova onda de Covid-19 ao sabotarem pesquisas epidemiológicas e fornecerem informações falsas”, disse em nota a prefeitura.
A igreja ainda não se manifestou sobre o processo. Crítico feroz do governo, o reverendo Jun está preso desde o início deste mês por ter participado do protesto de agosto, o que violava os termos de sua liberdade condicional. Ele havia sido detido em abril por ter participado de um protesto ilegal antes das eleições parlamentares e foi indiciado por crime eleitoral.
A nova erupção da doença a partir da igreja custou aos cofres públicos pelos menos 13,1 bilhões de wons (US$ 11,3 milhões), incluindo 4,6 bilhões de wons somente na capital. O Serviço Nacional de Seguro de Saúde disse que também vai processar a igreja por uma indenização de 5,5 bilhões de wons (US$ 4,7 milhões).
A Agência Coreana de Prevenção e Controle de Doenças relatou 126 novos casos na quinta-feira, elevando o total de infecções no país para 22.783, com 377 mortes. Após um pico de 441 casos diários, a taxa de infecções caiu após o governo impor medidas sem precedentes de distanciamento social no último mês.
Apesar da melhora no quadro, as autoridades seguem em alerta máximo devido a um importante feriado nacional na próxima semana, quando tradicionalmente milhões de sul-coreanos viajam pelo país.
“O período de feriado vai ser um momento essencial na nossa campanha anti-coronavírus”, disse o diretor-geral de saúde pública da Coreia do Sul, Yoon Tae-ho.
Fonte: Reuters via O Globo