A Igreja Universal do Reino de Deus defendeu nesta terça-feira, em audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF), a interrupção da gravidez de fetos com malformação cerebral, condição conhecida como anencefalia.

O representante da Universal, bispo Carlos Macedo de Oliveira, afirmou que a questão diz respeito à saúde e aos direito da mulher e, portanto, ela deve decidir sobre a possibilidade de antecipar ou não o parto desses fetos.

– Talvez nenhum de nós consiga dimensionar os agravos de uma gravidez acometida de anencefalia – ponderou.

Segundo o bispo, o bem comum passa primeiro pelo bem individual de cada pessoa, e cabe ao Estado proporcionar que seus cidadãos vivam bem, e não apenas vivam.

Carlos Macedo acrescentou que “descriminalizar o aborto é diferente de torná-lo obrigatório”, ao ponderar sobre a possibilidade de mulheres grávidas de fetos anencéfalos poderem escolher entre retirar ou não o feto antes de ele completar nove meses.

O advogado Luiz Roberto Barroso,que representa a CNTS (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde), entidade que propôs ao STF, em junho de 2004, a ação em que se pede a liberação da antecipação terapêutica de partos de anencéfalos, aderiu a tudo o que foi dito. Ele somente observou que, para a CNTS, a antecipação desse tipo de parto não configura aborto.

– O aborto pressupõe uma potencialidade de vida, o que não é o caso (de fetos anecéfalos)”, explicou o advogado.

Fonte: O Globo Online

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