O título dado ao pastor Silas Malafaia (foto) foi considerado um “atentado aos direitos humanos da comunidade LGBT”. Autor da proposta é vereador e integrante da bancada evangélica da Câmara de Salvador.

A concessão do título de cidadão de Salvador, pela Câmara Municipal, ao pastor Silas Malafaia, líder da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, levou o movimento homossexual da capital baiana a um ataque de nervos, às vésperas da 11ª Parada Gay da Bahia, que ocorre no domingo. Malafaia é conhecido por suas posições homofóbicas, e seu título foi considerado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), mais antiga entidade do gênero em atividade no Brasil, um “atentado aos direitos humanos da comunidade LGBT”. O grupo iniciou campanha contra o título no Facebook e Twitter. A ação estimula que os integrantes das redes sociais protestem no perfil da Câmara de Salvador no Facebook.

Além da campanha na internet, o GGB pretende dar entrada em uma representação na presidência do Legislativo da cidade, questionando suposto “desrespeito ao Regimento da Câmara Municipal de Salvador”. Alega que, como o título de cidadão é “concedido a pessoas nascidas fora da capital baiana e que tenham prestado relevantes serviços ao município de Salvador “, Malafaia não teria os tais “relevantes serviços” à capital baiana.

Os militantes homossexuais dizem que, se a homenagem não for cancelada, vão convocar a comunidade LGBT para comparecer no dia da entrega do título, 27 de setembro, à entrada da Câmara Municipal “para tumultuar e impedir a realização da titulação”. Lembram ainda que em outras cidades, como São Luís, propostas semelhantes foram barradas.

O autor da proposta do título é o vereador Heber Santana (PSC), membro da Igreja Batista Missionária da Independência e integrante da bancada evangélica da Câmara de Salvador. Ele disse que, apesar de não concordar com a posição do GGB, a respeita, assim como tem o direito de ser respeitado. “Não temos nada contra os homossexuais, só contra a prática do homossexualismo, mesmo assim respeitamos quem pratica. Agora, nós defendemos valores compatíveis com a família tradicional, de casamento heterossexual. Achamos normal que a polêmica ocorra no campo das ideias, mas dizer que vai para a frente da Câmara para tumultuar a sessão é difícil aceitar”, disse Santana.

Segundo ele, Malafaia merece o título de cidadão de Salvador principalmente pelo grande evento evangélico que promoveu em 2010 na capital baiana, o “Vida vitoriosa para você”, que teria reunido 150 mil pessoas. “Os que se converteram são acompanhados até hoje pela associação do pastor Silas”, disse. O vereador informou que a data inicial para a entrega do título, 27 de setembro, terá que ser revista devido ao período eleitoral e reclamou que os evangélicos sofrem mais preconceito que os homossexuais. “É o segmento (evangélico) mais censurado, quando quer expressar sua posição sobre determinados temas”.

[b]Fonte: A Tarde[/b]

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