Os dirigentes políticos, quer tenham fé ou não, têm de ter em conta Deus “se desejarem comprometer-se de forma adequada com o moderno”, escreveu na quinta-feira (19) o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, na revista semanal britânica “New Statesman”.

Blair, que ao chefiar o Governo evitava falar das suas convicções religiosas, deixou depois disso a Igreja Anglicana e converteu-se ao catolicismo, onde desde o ano passado a leciona “Fé e Globalização” na universidade norte-americana de Yale.

“A fé religiosa e a forma como se desenvolve poderão ter para o século XXI o mesmo significado que a ideologia política teve para o século XX”, escreveu. “Não compreender o poder da religião significa não compreender o mundo moderno”, acrescentou.

A mesma argumentação foi utilizada no mês passado em Washington, ao declarar na presença do Presidente Barack Obama que a fé deve ser restaurada “no seu devido lugar, como guia do nosso mundo e do seu futuro”.

Convidado por Obama a dirigir o US National Prayer Breakfast, no salão de baile do Hilton Hotel, na capital federal, Blair destacou que o século XXI ficaria “mais pobre de espírito” se não se regesse pela “fé em Deus”.

Tendo conseguido ser recebido pelo novo Presidente dos Estados Unidos antes do seu sucessor Gordon Brown, da chanceler alemã Angela Merkel e de outros políticos europeus, o ex-primeiro-ministro do Reino Unido orou para que “ao atuarmos, façamos a obra de Deus e sigamos a Sua vontade”.

O jornal britânico The Independent falou então de uma autêntica “homília” de Blair sobre fé e religião, que teria caído muito bem numa cidade onde os políticos são muitas vezes vistos em serviços religiosos matinais.

Fonte: Jornal A Hora Online

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