O Parlamento da Turquia aprovou na quinta-feira proibir o fumo em bares e restaurantes, mas, segundo comentaristas, implementar a medida seria difícil em um país há muito tempo viciado em nicotina.

A proibição deve entrar em vigor 18 meses depois de o presidente da Turquia, Abdullah Gul, sancionar a lei.

A medida, revolucionária para os padrões turcos, aparece pouco depois de proibições semelhantes terem sido adotadas na França e na Alemanha. Muitos outros membros da União Européia (UE), bloco no qual os turcos pretendem ingressar, também baniram o fumo dos locais públicos fechados.

O primeiro-ministro da Turquia, Tayyip Erdogan, conhecido por não gostar de cigarros, defendeu a proibição, e o Parlamento, dominado pelo Partido AK (de raízes islâmicas e ligado ao dirigente), aprovou a lei por 240 votos contra dois.

A medida abrange também os charutos, os cachimbos e os tradicionais narguilés, bastante procurados por turistas que visitam Istambul e os resorts costeiros da Turquia bem como pelos moradores do país.

Os fumantes de Ancara mostraram-se insatisfeitos com a medida antes mesmo de ela ser aprovada.

“Essa proibição é revoltante. Isso contraria a liberdade individual”, afirmou Mustafa Puskullu, 29, um consultor de vendas, enquanto fumava um cigarro durante o almoço em um shopping de Ancara.

“Eu, com certeza, não vou obedecer a essa lei”, acrescentou.

A Turquia é tanto um grande produtor quanto um grande consumidor de tabaco.

Em um país de 75 milhões de habitantes, cerca de 25 milhões fumam, consumindo cerca de 115 bilhões de cigarros por ano, segundo as estatísticas. Quase dois terços dos homens fumam —o dobro da cifra verificada no oeste da Europa— e o mesmo fazem 11 por cento das crianças com idade entre 7 e 11 anos.

Uma nuvem de fumaça costuma pairar na maior parte das casas de chá e bares enquanto os clientes conversam degustando chá preto ou bebidas alcoólicas.

Fonte: Reuters

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