Autoridades de imigração turcas recusaram que o cristão canadense-americano David Byle ingressasse na Turquia quando retornou ao aeroporto Sabiha Gökçen, em Istambul, na semana passada.
Depois de viver e trabalhar na Turquia nos últimos 19 anos, o evangelista de 49 anos foi informado por policiais em sua chegada ao país, em 20 de novembro, que uma proibição permanente de reentrada havia sido feita contra ele, proibindo-o de retornar à Turquia.
Dias antes, em 25 de outubro, Byle teve de voltar aos Estados Unidos, cumprindo um prazo de 15 dias fora do país, após ter sido interrogado durante uma vistoria de rotina na estação de trem da capital Ancara. Na época, os interrogadores lhe disseram que ele não seria proibido de retornar à Turquia se pagasse uma multa quando saísse.
Mas quando voltou na semana passada via Alemanha para se juntar a sua esposa e filhos em Istambul, Byle foi informado que não poderia entrar e que, em vez disso, seria mantido sob custódia até que pudesse ser deportado no próximo vôo de volta a Stuttgart, seu último porto de partida.
Durante a detenção no aeroporto, Byle não recebeu nenhuma ordem judicial turca ou decreto oficial por escrito confirmando a interdição permanente de reentrada contra ele. Porém, quando chegou a Stuttgart, os oficiais de imigração alemães entregaram-lhe uma notificação do escritório do governador de Istambul, especificando que Byle teria sido impedido de entrar na Turquia por causa de uma proibição de entrada contra ele.
Sob os regulamentos de deportação, Byle não recebeu visitas de sua família, advogado ou funcionários da embaixada enquanto aguardava a deportação nos dois dias seguintes. Mas, “ao contrário de minhas outras vezes”, disse Byle, ele foi autorizado a manter e usar seu celular durante toda a sua permanência no centro de detenção.
Na última década, Byle foi alvo de várias prisões policiais, breves detenções e casos judiciais relacionados ao seu envolvimento ativo em vários grupos religiosos eclesiásticos e em ministérios cristãos. Embora Byle tenha sido absolvido de todas as acusações, o Ministério do Interior recusou por mais de dois anos renovar seu visto de residência, sem dar explicações.
Dois anos atrás, o Ministério do Interior turco emitiu uma diretriz ordenando a expulsão de Byle da Turquia com base em decisões de tribunais inferiores afirmando que ele era “uma ameaça à segurança nacional”.
Sua deportação iminente em fevereiro de 2017, no entanto, foi bloqueada quando o Tribunal Constitucional interveio, exigindo que “informações e documentos” específicos fossem produzidos como prova de que ele era diretor, membro ou apoiador de quaisquer “organizações terroristas” ou uma ameaça à ordem pública e à segurança.
Até o momento, o advogado turco de Byle não pôde confirmar se o Tribunal Constitucional da Turquia reviu esta ordem de deportação há muito adiada e emitiu qualquer decisão final sobre o caso de Byle. Anteontem, 26 de novembro, o advogado confirmou que irá apresentar um caso dentro dos próximos dias para contestar a deportação mais recente de seu cliente.
“Nossos 19 anos de ministério na Turquia provavelmente estão chegando ao fim”, escreveu Byle da Alemanha. “Vamos abrir um processo judicial para contestar a proibição de entrada, mesmo que isso não nos impeça de nos mudar da Turquia”, continuou.
“Para fins práticos, minha esposa e meus três filhos em Istambul esperam ficar no país até o ano letivo atual terminar em junho”, disse ao World Watch Monitor. Então, a família espera se estabelecer na Alemanha e continuar seu ministério entre imigrantes turcos.
Fonte: Missão Portas Abertas