O Vaticano anunciou nesta sexta-feira que abrirá os seus arquivos para permitir que historiadores tenham acesso a documentos do período de 1922 a 1939.

Documentos do pontificado de Pio 11 serão disponibilizados e podem mostrar a atitude do Vaticano para com a ascensão do nazismo e novas informações sobre a visão da igreja católica sobre a Guerra Civil Espanhola na década de 30.

O papa seguinte, Pio 12, vem sendo acusado há muito tempo de não ter ajudado os judeus durante o holocausto promovido pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

Mas os arquivos que possuem potencialmente as informações mais sensíveis, vão continuar confidenciais, apesar de pedidos de rabinos e historiadores judeus feitos quando o atual papa, Bento 16, foi eleito.

Desmistificação

Os historiadores dizem que a decisão de dar maior acesso aos arquivos secretos do Vaticano é uma tentativa de desmistificar o papel da igreja no período que antecedeu a Segunda Guerra Mundial.

O material a ser liberado pode incluir uma encíclica elaborada no papado de Pio 11, que criticava o racismo e o nacionalismo violento da Alemanha, de acordo com a agência de notícias AP.

A encíclica foi entitulada “Humani Generis Unitatas” (ou “A Unidade da Raça Humana”), mas Pio 11 morreu antes de sua divulgação e ela jamais veio a público, disse a AP.

Os arquivos contém registros de todos os decretos papais, encíclicas e correspondência diplomática do Vaticano.

Registros de cada papado vem sendo liberados para consulta em intervalos irregulares desde que a maior parte da coleção foi aberta, no século 19.

Em 2003, o papa João Paulo 2º anunciou que vai liberar o acesso aos documentos que detalham as relações do Vaticano com a Alemanha no período anterior à Segunda Guerra.

O acesso de estudiosos à coleção, mantida no Vaticano, é concedido mediante normas rigorosas, que incluem a proibição do uso de canetas esferográficas.

Fonte: BBC Brasil

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