O Vaticano admitiu na última quinta-feira (28/02) ter grampeado telefones internos e e-mails de alguns de seus funcionários, após a notícia ter sido revelada em uma revista italiana.
No entanto, garantiu que toda a operação foi realizada sob ordem judicial e se restringir a poucos casos. Os grampos teriam ocorrido no contexto da investigação do caso Vatileaks – vazamento de documentos confidenciais da Igreja que revelaram uma série de escândalos.
O porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, admitiu a existência do esquema de vigilância em 2012 denunciada pela revista italiana “Panorama”, mas “não nas dimensões descritas” pela reportagem.
“No contexto do Vatileaks, algumas interceptações e checagens foram autorizadas pela magistratura do Vaticano”, disse.
O grampeamento, descrito pela revista como uma “uma colossal vigilância de hábitos, amizades e encontros”, teria começado em setembro de 2012.
Segundo a “Panorama”, a ordem para os grampos teria vindo do ex-secretário de Estado do Vaticano, o cardeal italiano Tarcisio Bertone, que ocupa desde anteontem e até a eleição do novo papa, o cargo de “carmelengo”, uma espécie de chefe de Estado interino da Santa Sé.
Bertone, administrador da propriedade e da receita da Santa Sé, seria uma das pessoas que teria criado profundas divisões na Igreja. Sobre o envolvimento de Bertone, Lombardi disse que a informação “não é verdadeira”.
[b]Fonte: Opera Mundi[/b]